terça-feira, 22 de maio de 2018

PCP critica organização em Lisboa do Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro

A Direção Regional de Bragança (DORBA) do PCP criticou hoje a realização em Lisboa, no próximo fim de semana, do Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro, por entender que ilustra o esvaziamento da região.
Os dirigentes regionais do partido consideram, em comunicado, que a realização do quarto congresso preparado pela Casa de Trás-os-Montes e Alto, no Pavilhão da Ciência, na capital do país, entre sexta-feira e domingo, se traduz numa "operação de branqueamento de responsabilidades" e no "empobrecimento" dos que vivem na região.

"Traduz, por um lado, a operação de branqueamento das responsabilidades da política de direita e dos seus executantes ao longo de mais de 40 anos e ilustra o esvaziamento da região pelas suas gentes e o empobrecimento dos que cá estão", defende a direção regional liderada por Filipe Costa.

A organização regional do PCP lembra os três congressos anteriores sobre a região espaçados em décadas, o último dos quais ocorreu há 16 anos em Bragança, e conclui que "a montanha de conclusões dos três anteriores congressos pariu um rato".

O "abandono do Interior" tem assumido centralidade na discussão política, reconhecem os comunistas, "de tal forma, que se sucedem iniciativas, movimentos e unidades de missão sobre o tema", como o congresso previsto para Lisboa.

Para o PCP "não é nova esta "preocupação" como não são novas as consequências e resultados de tanta "vontade", pois traduzem-se na atual situação em que se encontra o interior do país".

"Ou não fossem os promotores os mesmos que enquanto decisores políticos levaram a cabo o acentuar das desigualdades territoriais e assimetrias regionais", acrescenta.

Para a DORBA do PCP, "o combate às assimetrias regionais e aos graves problemas demográficos do território passa não pela produção de diagnósticos há muito já identificados, mas pela execução de um leque integrado de políticas dinamizadas regionalmente".

Entre essas políticas, aponta "a criação de regiões administrativas, Orçamentos do Estado apoiados nos fundos comunitários com forte discriminação positiva para os territórios de baixa densidade, outra política agrícola e florestal e a defesa da agricultura familiar e do mundo rural".

Os comunistas defendem ainda que as medidas de apoio ao interior passam ainda "pela garantia de serviços públicos de proximidade e qualidade, pela criação de emprego e emprego com direitos ancorada na atividade produtiva".

Na Comissão de Honra, anunciada para o congresso, constam o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e várias personalidades da região ligadas a diferentes áreas desde a cultura à política.

A iniciativa propõe-se discutir a região sob o lema "Agir no presente, alcançar o futuro".

Agência Lusa

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