quinta-feira, 17 de maio de 2018

VALE DE TELHAS - Freguesias do Concelho de Mirandela

Casa em Vale de Telhas
VALE DE TELHAS é uma freguesia do concelho de Mirandela, situada entre os rios Rabaçal e Tuela, a cerca de 15 km da sede de concelho e a 12 de Torre de D. Chama. O orago é Santo Ildefonso e foi um dos centros arqueológicos mais fecundos da província transmontana, acabando por concluir que o povoamento no termo da freguesia é anterior ao século XII, abrangendo épocas pré e proto históricas. O Cabeço poderá ter sido um Castro. Outros lugares relacionados com essas épocas: Sainça, S. Pedrinho, Cabeços de Monchicara e da Muralha.
Miliários, Fonte dos Mouros com arco Romano, restos de edifícios e até restos de telhas, indicam nos uma presença romana abundante. Por outro lado, o itinerário Antonino refere que havia o caminho romano de Braga para Astorga, passando por Chaves, Vale de Telhas, Vinhais, e por aí fora. O nome de Vale de Telhas está também relacionado com as telhas que apareciam abundantemente, e com a situação do terreno, isto é num vale profundo protegido por várias encostas dos cabeços atrás referidos. O local poderá ter sido um Villar do Tua pertencente à Terra de Ledra do século XII e XIII.
A paróquia já estava constituída no século XIII para o XIV. D. Dinis concede lhe Carta de Foral a 22 de Junho de 1289, mas nunca chegou a ser concelho. Apesar da sujeição inicial a Mirandela, surge depois ligada ao concelho de Torre de D. Chama, até à extinção deste em 24 X 1855, passando desde então a pertencer ao actual. Em termos de progresso, não teve grandes alterações. Em 1865 tinha 116 fogos, e, por essa altura, passou a ter escola primária.
Quanto à sua população verificamos que em 1950 possuía 593 habitantes, sendo 289 do sexo masculino e 304 do feminino. Mas em 1991 eram 320 pessoas ali a residirem.
Para em 2001 atingirem as 363, sendo 181 do sexo masculino. A actividade principal é a agricultura e em simultâneo alguma pecuária. Produções abundantes de azeitona, pêssegos, amêndoa, vinho, frutas, cereal, figos. Ainda têm três rebanhos e uma vacaria. Usam a carroça, e alguns tractores. Têm a Casa do Povo, logo à entrada, a Capela de S. Sebastião com Cruzeiro encimado por um globo. A seguir está a Rua Direita com casas em cantaria e mostrando que pertenceram a senhores rurais ricos. Depois, o casario estende se pela encosta até ao fundo do vale, passando pela Igreja Matriz. Esta é em granito, com campanário de 2 sinos. Dentro tem um coro e altares com alguma talha dourada. O tecto é em madeira e ostenta a data de 1730. O púlpito, bonito, também granítico dá um aspecto de antiguidade, riqueza e beleza ao monumento. No fundo do Vale tem um Largo com uma casa Brasonada e capela, e, defronte, a Fonte Romana. Aqui há uma casa tipicamente transmontana, onde sobressai para a retaguarda da mesma, uma larga e comprida varanda em madeira que no verão está cheia de figos e outros frutos a secarem. As ruas estão calcetadas, tendo já saneamento e água canalizada. Têm campo de futebol, e querem sempre mostrar nos a Capela da Sr.a do Barreiro, cuja festa é a 2 de Fevereiro. Costumam juntar se no Santo, Fundo do Adro ou na Rua da Figueira, naqueles tempos de lazer.

In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.

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