sexta-feira, 8 de junho de 2018

Bragança convidada a integrar itinerário internacional de arte urbana

Depois de Lisboa e Loures, Bragança é, agora, a terceira cidade portuguesa convidada a integrar a Street Art Cities , uma plataforma de âmbito internacional que conta com 187 cidades de 58 países e 12 mil intervenções em espaço público.
Na conferência de imprensa de apresentação da terceira edição do Festival de Street Art, o município revelou que Bragança foi convidada a integrar a Street Art Cities. Uma plataforma de âmbito internacional que conta com 187 cidades de 58 países e cerca de 12 mil intervenções feitas em espaço público. A nível nacional, somente duas cidades integravam esta rede de arte urbana, Lisboa e Loures. Bragança é, agora, a terceira cidade de Portugal a constituir-se como parceira da Street Art Cities. “Este convite significa o reconhecimento, em primeiro lugar, pelo trabalho que o município de Bragança tem vindo a desenvolver nesta área e, em segundo, significa entrar para um leque restrito de municípios a nível nacional e até a nível internacional, onde o conceito de arte urbana é devidamente reconhecido”, começou por declarar o edil brigantino, admitindo que este “é um convite extremamente lisonjeiro, até porque, em Portugal, apenas duas cidades integram a plataforma”.

De acordo com Hernâni Dias, foi criada “a possibilidade do próprio município entrar neste roteiro de âmbito mundial que nos há-de levar, seguramente, a novos projetos, potenciais reconhecimentos e até novos voos, tendo em conta a quantidade de intervenções que fazem parte desta plataforma e os milhares ou milhões de pessoas que visualizam este tipo de intervenções”. Tamanho reconhecimento,  sublinha o autarca, “significa que Bragança está a dar um salto na promoção, uma vez mais, do nosso território por via da arte urbana”.

“Transformar o rosto de Bragança” através da arte urbana é uma visão partilhada por Alex Dorici, Frederico Draw & Contra, The Caver, ARM Collective (Gonçalo Mar e Ram), Trip Dtos, Lucky Hell e Duarte Saraiva, os nove artistas convidados na terceira edição do Festival de Street Art de Bragança, que acontece entre os dias 13 e 17 de junho. Motivados pela criação, estes jovens visam através das suas intervenções dotar de cor e sentimento as paredes, os edifícios e a própria capital de distrito que os acolhe. A estes visionários da arte urbana do século XXI, juntar-se-ão alunos famintos de conhecimento, estudantes de artes de alguns agrupamentos e estabelecimentos de ensino.

A terceira edição do SM’ARTE trará à capital de distrito, diversas iniciativas pioneiras na região como o Mercado de Rua, a Praça dos Artistas, Estátuas Vivas e Desporto de Rua,  entre vários outros espetáculos.

Esta edição ficará, também, marcada por uma forte componente competitiva. Pela primeira vez, o Desporto de Rua irá associar-se à street art com exibições de Slackline no jardim em frente ao café Floresta e com um torneio de street basket na Praça da Sé. Assim, de 15 a 17 de junho poderá experimentar um desporto radical de nome Slackline que consiste numa linha dinâmica, esticada entre dois pontos fixos, o que permite ao praticante andar e fazer manobras sobre quatro linhas que estarão disponíveis para todos os aventureiros que queiram experimentar. Serão, também, instaladas linhas de Trickline, uma vertente de Freestyle da modalidade, onde o campeão nacional Rui Mimoso fará uma série de demonstrações. Já no dia 16, decorrerá na Praça da Sé um torneio 3x3 de street basket, organizado pela Associação Estrelas Brigantinas.

Outra das iniciativas, inserida no Festival de Street Art, é a Praça do Artista. Da responsabilidade da Plataforma de Arte e Criação de Bragança, pretende-se aqui promover a criatividade junto da comunidade através de um conjunto de workshops de livre participação, entre os quais, pintura com especiarias e em acrílico, escultura e modelagem de máscaras tradicionais.

Nesta terceira edição do festival de arte urbana, haverá uma feira de artigos usados de 15 a 17 de julho no jardim Dr. António José de Almeida. Com entrada livre e aberto das 10 às 20 horas, no Mercado de Rua poderá vender, comprar e trocar artigos em segunda mão como, por exemplo, artesanato, vestuário, calçado, acessórios, brinquedos, livros e discos. Quem quiser participar, deve inscrever-se até ao dia 8 de junho, sendo a inscrição gratuita.

Os mais pequenos não foram esquecidos pelo município brigantino, já que haverá um Espaço Infantil com pinturas faciais, modelagem de balões, oficinas criativas de ciências e muitas outras surpresas.

Outra das novidades será a animação de rua com desenho de caricaturas, sessões de teatro e música ao ar livre e dez estátuas vivas espalhadas pelo centro da cidade. Tudo entre os dias 15 e 17 de julho.

Bragança conta, atualmente, com cerca de 30 intervenções de street art em espaços públicos, afirmando-se cada vez mais, a nível nacional, como uma referência na arte urbana.

O Mundial de Futebol também terá um lugar de destaque à semelhança do que aconteceu no Europeu. Na Praça Camões será instalado um ecrã gigante, rodeado pelas famosas tasquinhas, cujo pontapé de saída está marcado para a estreia de Portugal que enfrenta no seu primeiro jogo a vizinha Espanha. Após a partida de futebol, a presença do radialista e dj Fernando Alvim promete animar a noite, antecipando-se o festejar da vitória da Seleção das Quinas sobre a equipa que, em 2010, se sagrou campeã mundial.

“O próprio embelezamento da cidade através destas intervenções artísticas faz com que Bragança tenha mais cor, mais vida”, exprimiu Hernâni Dias, garantindo que pessoas de fora, muitas vezes o questionam sobre algumas das intervenções realizadas no município a que preside como, por exemplo, as realizadas por Bordalo que já veio a Bragança por duas ocasiões distintas. “A mim perguntam-me como é que nós aqui já conseguimos intervenções do Bordalo”, conta o autarca, asseverando que as pessoas “reconhecem essa qualidade”.

“Estamos convencidos que toda esta dinâmica que tem vindo a ser criada em torno do festival tem o retorno da visibilidade, do reconhecimento e até da própria inclusão em alguns meios da especialidade que acabam por tratar este tema da arte urbana de forma muito clara e objetiva, o que representa um retorno importante no que à promoção diz respeito”, afiança o autarca, consciente de que, “hoje em dia, trabalha-se muito o aspeto visual das cidades , sobretudo, na reabilitação de alguns espaços que, por vezes, nós nem nos apercebemos que estão ali e que, inclusivamente, até podem estar degradados e com estas intervenções de arte urbana até podem passar a ter uma nova utilidade e darem até um contributo positivo para a atratividade da cidade”.

Quanto à terceira edição do Festival de Street Art, Hernâni Dias assegura que os munícipes irão ficar “surpreendidos”, não só pela qualidade dos trabalhos, mas também pelos sítios onde alguns deles serão concretizados, adiantou o autarca sem, no entanto, sem querer levantar a ponta do véu e estragar a surpresa, pelo menos para já.

Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com

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