sexta-feira, 8 de junho de 2018

ROTEIRO DE UM FIM-DE-SEMANA EM MIRANDA DO DOURO

Miranda do Douro fica no cantinho superior direito de Portugal, numa das margens do rio Douro. Do outro lado do rio, que aí corre entre altas arribas, fica Espanha.


Fomos visitar a cidade durante um fim-de-semana e, para aproveitar melhor o tempo, partimos de Lisboa na sexta-feira, de modo a acordarmos em Trás-os-Montes no sábado de manhã.

Distâncias até Miranda do Douro:
A partir de Lisboa: 507 km (aproximadamente 5 horas de viagem)
A partir do Porto: 260 km (aproximadamente 3 horas de viagem)
No sábado e no domingo, seguindo as recomendações das pessoas da terra, fomos conhecer os principais monumentos e as paisagens mais bonitas de Miranda. São esses locais que, de seguida, partilhamos convosco para vos ajudar a planear uma visita.


Itinerário de um fim-de-semana em Miranda do Douro
SÁBADO DE MANHÃ: Visita ao centro histórico de Miranda do Douro
A parte antiga da cidade está bem preservada e percorre-se facilmente a pé. Deixámos o carro junto à antiga muralha, onde é fácil estacionar, e dirigimo-nos à Praça D. João III. No meio da praça, encontrámos duas estátuas em tamanho real de um casal mirandês: ele envergando uma Capa de Honras, uma peça única do vestuário tradicional português e ainda usada em várias cerimónias, inclusive pelo Presidente da Câmara que assim recebe os convidados oficiais.

É na Praça D. João III que ficam os Paços do Concelho e o interessante Museu da Terra de Miranda sobre o modo de vida no planalto mirandês. A seguir, visitámos a Sé catedral onde encontrámos uma carranca tão feia que deu origem à expressão popular: “És mais feio do que a carranca da Sé de Miranda”. Foi também aí que conhecemos o Menino Jesus da Cartolinha, uma estátua com um guarda-roupa feito só para si e que vai mudando de traje regularmente. Outra curiosidade é que, em dias de procissão, o menino sai à rua num andor carregado por crianças.

Junto à Sé, existe um miradouro de onde é possível avistar o rio Douro a correr entre arribas imponentes. Num dos rochedos, a natureza desenhou um famoso “2”. Segundo consta, as senhoras solteiras que o descobrirem conseguirão arranjar marido.

Outros locais a visitar em Miranda do Douro:
Rua Mouzinho de Albuquerque, uma das artérias mais bonitas da cidade;
Casa da Cultura Mirandesa (Antiga Alfândega);
Ruínas do Castelo;
Ruínas do Paço Episcopal;
Igreja do Antigo Convento dos Frades Trinos (hoje a Biblioteca Municipal);

Rua de Costanilha, onde se concentram vários edifícios quinhentistas, e Porta de Nossa Senhora do Amparo.


Almoço no Hotel Parador Santa Catarina
Uma vez em Miranda do Douro, não podíamos deixar de comer a famosa Posta à Mirandesa, um grande naco de carne de vaca, geralmente mal-passado, muito tenro e saboroso. Para isso, escolhemos esta estalagem, mas há mais restaurantes na cidade onde é possível comer uma das melhores carnes nacionais.

SÁBADO À TARDE: Passeio de barco no Parque Natural do Douro Internacional
No sábado à tarde, fomos fazer um passeio de barco no Douro. O troço fronteiriço do rio, juntamente com as superfícies planálticas circundantes, constituem o Parque Natural do Douro Internacional. Do barco, tem-se uma visão privilegiada do canhão fluvial, ou seja, do rio a correr entre grandes rochedos escarpados, alguns com mais de 200 metros. Com sorte, também é possível avistar algumas aves de rapina que elegeram este local como seu habitat, como a águia-real (em perigo de extinção), o abutre-do-Egito e o falcão-peregrino.

O passeio demora uma hora e meia e inclui explicações nada aborrecidas sobre a fauna, flora e geologia das falésias, bem como uma saída para os terraços exteriores da embarcação para as observar mais de perto. No final, é possível degustar vinhos generosos do Porto e assistir a uma exibição de aves de rapina.

Dicas:
Barcos com partidas diárias e durante todo o ano, a partir do cais da Estação Biológica Internacional (a 1 km de Miranda do Douro);

Informação sobre horários, preços e compra online de bilhetes AQUI.


SÁBADO À NOITE: Visita ao Festival de Sabores Mirandeses
A nossa ida a Miranda do Douro coincidiu com a realização deste festival anual dedicado à gastronomia e artesanato de Miranda do Douro.

Este festival é também uma excelente oportunidade para ver, num só local, aquilo que torna Miranda do Douro única, nomeadamente:

Os Pauliteiros, grupos de homens que dançam munidos de paus, envergando saias e chapéus com flores na lapela;
As Capas de Honras, a que fizemos referência anteriormente;
Pessoas a cantar em mirandês, a segunda língua oficial do nosso país;
Outras a tocar músicas tradicionais com instrumentos antigos, entre os quais a gaita-de-foles, uma herança da ocupação celta da região.
Depois do jantar no recinto, ainda tivemos a sorte de assistir a um concerto dos mirandeses Galandum Galundaina, a banda que mais tem revitalizado e divulgado a música tradicional mirandesa.

Outros eventos em Miranda do Douro:
Festas de Inverno (Dezembro e Janeiro)
Ronda das Adegas em Atenor (Junho)
L Burro I L Gueiteiro – Festival Itinerante da Cultura Tradicional – Festival Itinerante da Cultura Tradicional (final de Julho)
Festival Intercéltico de Sendim (Agosto)


Dormida no Cimo da Quinta – Turismo Rural
Já tínhamos estado neste alojamento, situado na aldeia de Pena Branca, numa Passagem de Ano. Sem nos conhecer de lado nenhum, o casal Pires convidou-nos, nessa altura, para jantarmos com a sua família e todos nos trataram calorosamente. Foi bom voltarmos uns anos mais tarde para os revermos e para testemunharmos o sucesso do seu trabalho que passa pela recuperação de tradições e de casas da aldeia.

DOMINGO DE MANHÃ: Visita ao Miradouro de S. João das Arribas
A manhã de domingo foi dedicada a visitar este miradouro perto de Aldeia Nova, um dos vários com vistas sobre o Douro existentes nas proximidades da cidade.

Outros miradouros interessantes:
Fraga do Puio, na aldeia de Picote;
Penha das Torres, em Paradela, o local mais ocidental de Portugal e onde o Douro entra em território nacional.


Almoço na Cozinha Regional Cimo da Quinta

Um dos pratos tradicionais da região é o cozido transmontano. Difere do tradicional porque, além das habituais carnes e enchidos, vem acompanhado por butelo (um enchido à base de entrecosto) e, em vez de verduras, traz casulas (as vagens secas do feijão). Comemo-lo magistralmente na cozinha regional do Cimo da Quinta, o mesmo local onde ficámos alojados.  Os enchidos são de produção própria, bem como o pão acabado de sair de um forno a lenha.


DOMINGO À TARDE: Visita ao Centro de Valorização do Burro de Miranda, em Atenor

Criado pela Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA) com o objetivo de evitar a extinção do burro mirandês, este centro faz as delícias tanto de crianças como de adultos que gostem de animais. Quando o visitámos, tivemos a sorte de ver burrinhos que tinham nascido recentemente. Com nomes como Novelo, Nenúfar, Lavanda e Gaivota são todos peludos e macios, muito dóceis e grandes apreciadores de festinhas.


Em jeito de balanço final, o que mais admiramos em Miranda do Douro são as pessoas e a forte identidade que esta terra mantém num mundo cada vez mais igual.


Passeio realizado nos dias 17 e 18 de Fevereiro de 2018, a convite do Turismo do Porto e Norte de Portugal










in:viagensasolta.com

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