sexta-feira, 6 de julho de 2018

Empresas do Minho e Trás-os-Montes com acesso à inovação

O nanoGateway é um projeto ibérico pioneiro que visa facilitar o acesso à inovação científica e tecnológica. Uma oportunidade única não só para empresas, mas também para decisores políticos e investigadores da região do Minho e Trás-os-Montes.
O nanoGateway é um projeto pioneiro lançado pelo Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), com sede em Braga, que visa dar resposta aos desafios das empresas, nomeadamente, das empresas da região do Minho e Trás-os-Montes. Na prática, trata-se de uma plataforma que pretende ser o ponto de encontro entre as empresas, e as suas necessidades específicas, e os especialistas, nacionais ou internacionais, com trabalho desenvolvido nessa área. Um projeto “ciência chave na mão”. 

Portugal e Espanha estão hoje na vanguarda global da investigação em nanotecnologia. Uma ciência capaz de dar resposta aos mais diversos desafios, desde a otimização da produção agrícola, através do uso de nanosensores que monitorizam as condições atmosféricas a que as plantações estão sujeitas – um projeto que o INL tem vindo a desenvolver com a Sogrape, por exemplo. Mas também o desenvolvimento de alimentos personalizados para pacientes com diabetes ou doenças cognitivas (como o Alzheimer), ou a criação de loiça mais resistente para a indústria hoteleira, através da aplicação de uma rede de nanopartículas, um projeto desenvolvido em colaboração com a Porcelanas da Costa Verde. 

Em síntese, a nanotecnologia permite a reorganização de átomos e moléculas em contexto laboratorial de forma a conferir diferentes propriedades aos materiais, como maior resistência, impermeabilidade, maior condutividade, capacidade de armazenamento de informação, etc, criando múltiplas oportunidades de aplicações para diferentes setores. 

“O nanogateway é um projeto que não exclui desafios”, destaca Sonia Pazos, responsável pelo projeto. “É um projeto que quer promover a investigação de excelência na área da nanotecnologia e a sua transferência para o tecido empresarial. O que significa que podemos estar a falar de desafios que tenham hoje já uma resposta com capacidade de aplicação no mercado, mas podem ser também desafios que promovam a investigação de soluções adequadas para futuras aplicações”, explica a responsável do INL. 

Além de procurar soluções científicas e tecnológicas para as necessidades das empresas, o nanoGateway permite ainda identificar oportunidades de financiamento para o desenvolvimento destes projetos, que podem ser locais, nacionais ou supranacionais. “No fundo procuramos respostas para os desafios das empresas numa perspetiva 360º”, refere Sonia Pazos. 

Esta não é, no entanto, uma oportunidade apenas para empresas. Também entidades públicas, como autarquias, comunidades intermunicipais ou áreas metropolitanas podem contactar o INL solicitando soluções para as questões que afetam as suas regiões. Sonia Pazos dá um exemplo: “Duas regiões transfronteiriças, de Portugal e Espanha, abordaram-nos com a necessidade de identificar azeite contrafeito, vendido com rotulagem destas regiões. E isso permitiu-nos trabalhar no desenvolvimento de uma tecnologia que mede a origem e pureza do azeite através da análise do ADN vegetal”. 

O projeto nanoGateway também apoia os governos locais e regionais na identificação de iniciativas, parcerias e oportunidades de financiamento para impulsionar a transição industrial regional com base nos RIS3, ajudando a criar e implementar hubs de inovação, plataformas temáticas e projetos-piloto envolvendo múltiplas regiões europeias. 

A formulação de uma estratégia pluri-regional de especialização inteligente em nanotecnologia, dirigida aos decisores políticos e atores da ciência e inovação, focada nos setores chave das regiões transfronteiriças vai responder aos desafios e necessidades dos territórios, contribuindo para a sua competitividade global. 

Podem candidatar-se ao projeto nanoGateway entidades públicas e privadas das oito regiões transfronteiriças, entre Portugal e Espanha: Norte, Centro, Algarve, Alentejo, Andaluzia, Castela e Leão, Extremadura e Galiza. Entre as prioridades já identificadas nestas regiões estão os desafios da saúde e alimentação, crescimento inteligente, indústria 4.0, economia circular e sustentabilidade ambiental. 

“Queremos com este projeto juntar conhecimento que está disperso, criando uma ‘bolsa’ de especialistas e investigadores, de diferentes áreas, que queiram colaborar connosco para solucionar estes grandes desafios da sociedade, lançados quer por empresas quer pelos decisores políticos”, remata Sonia Pazos.

in:noticiasdonordeste.pt

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