sábado, 7 de julho de 2018

Marcelo: "É tempo de deixarem de existir vários Portugais"

O presidente da República disse, esta sexta-feira à noite, que é tempo de diminuir as assimetrias regionais e de deixarem de existir vários Portugais, durante a cerimónia comemorativa dos 500 anos da criação da Santa Casa da Misericórdia de Bragança.
Foto: Pedro Kirilos/Global Imagens
"Há uma luta que nos conjuga a de conseguir que os vários Portugais sejam menos diferentes entre si. Não basta ir mais longe nas medidas mais diversas para ultrapassar as desigualdades, não basta sequer apoiar iniciativa sou movimentos de defesa do chamado Interior. É preciso mais do que isso. É preciso que a sociedade do chamado Portugal metropolitano assuma essa realidade como sua, que compreenda que ela existe e que é também da sua responsabilidade. É da responsabilidade de todos. Isto é um fenómeno de cultura cívica", referiu, sublinhando que essa compreensão "é a verdadeira luta".

Marcelo Rebelo de Sousa salientou que "a distância entre Bragança e Lisboa é muito maior do que a de Lisboa a Bragança, porque não se mede apenas em termos de quilómetros mas mede-se em termos de condições para percorrer essa distância".

Segundo o Presidente da República "além das assimetrias, que também existem em Lisboa, é mais fácil vir de Lisboa a Bragança do que ir daqui a Lisboa, a diferença já foi maior mas ainda é demasiado grande para um país que se quer um só. Um só Portugal e não um Portugal feito de vários Portugais, a várias velocidades, com condições diversas".

O chefe de Estado enalteceu ainda o trabalho das Santas Casas da Misericórdia portuguesas, "que é crucial nos tempos de crise", e considerou que uma instituição comemorar cinco séculos de vida é "um momento histórico". "Nos tempos de crise se não tivessem existido as Misericórdias e outra IPSS e outras instituições da chamada economia social eu pergunto-me quais teriam sido as consequências no país", destacou.

Com participação nesta cerimónia Marcelo Rebelo de Sousa quis também destacar a importância do trabalho das outras Santas Casas do país "que não seria o mesmo sem elas", lembrando que este ano há mais 4 ou 5 Misericórdias que também fazem cinco séculos de existência, nomeadamente a de Mirandela. "Não podendo estar com todas elas no dia da celebração como que homenageio todas elas ao homenagear-vos a vós, tendo escolhido o vosso exemplo como forma de prestar essa homenagem", afirmou.

Glória Lopes
Jornal de Notícias

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