terça-feira, 28 de agosto de 2018

63 fotografias assumem os traços da resiliência

"Resiliente", assim se chama a exposição que até sábado deu vida às paredes do Clube de Bragança.
Da autoria do macedense, que há perto de 20 anos vive em Bragança, António Sérgio Strecht, o trabalho deu a conhecer a comunidade cigana do Bairro da Formiga, em Penhas Juntas, no concelho de Vinhais. O autor acompanhou-nos durante um ano e assume que de certa forma eles são resilientes pelo seu isolamento. "Fui em diversas datas, a passar a Consoada, Dia de Todos os Santos, Páscoa, assisti a algumas missas deles... várias situações. Eles de certa forma são resilientes pelo facto de estarem algo isolados, mas o cigano da cidade, normalmente, tem uma conotação negativa, muito sujeito à delinquência. Há casos que realmente os ciganos têm sucesso, são pessoas de sucesso, mas é muito comum", explicou.

Pela lente do fotógrafo, 63 fotografias espelham a capacidade de superação e surgem no âmbito da última que levou a público, intitulada "Intrépido". Além da comunidade cigana de Penhas Juntas, há mais rostos na exposição do fotógrafo. "Não fotografei exclusivamente ciganos durante este ano e achei correcto fazer esta exposição com este tema, com a resiliência desta comunidade e também destas gentes que são os idosos, aquelas pessoas que ainda acreditam nos trabalhos do campo, os animais, também fazem parte da nossa vida, o touro, os gatinhos, as crianças, que cada vez há menos na região, alguns ofícios e tradições", disse.

Pela "Intrépido" passaram, no ano anterior, acima de duas mil pessoas, já este ano, com a "Resiliente", os números não preocuparam o fotógrafo. "No ano passado recebi acima de duas mil visitas, este ano preocupei-me realmente como as pessoas reagiam ao meu trabalho. Mas o número, acredito que superei os valores do ano passado. Turistas, essencialmente turistas! Recebi turistas do Japão, dos mais variados pontos do planeta e realmente ficaram espantados", confirmou.

A paixão pela fotografia, que deixou de ser um passatempo para se tornar numa forma de vida, António Sérgio Strech ganhou-a quando, aos 29 anos decidiu, de novo, voltar a estudar ao ingressar o curso de Arte e Design no politécnico brigantino.

Escrito por Brigantia
Carina Alves

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