quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Alfaiates, trabalho e preguiça...

Por: António Orlando dos Santos 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Às vezes dou por mim a pensar na forma como as Autarquias são governadas. Há grupos de pessoas eleitas para ocuparem lugares de chefia na Câmara Municipal que me parecem no uso das suas competência apenas para com o seu arbítrio governarem a Cidade.
Quem lhes transmite o poder para fazerem das ruas que são de todos os cidadãos, parques de estacionamento pagos? É um espectáculo pouco dignificante ver como a Polícia passa os seus dias mais que tudo preocupada com verificar se os automóveis estacionados têm o " ticket" devidamente aprovisionado de tempo que lhe custou dinheiro, para afinal poderem ter o seu carro parado no espaço que é seu e de todos.
A Câmara não é dona do chão onde foi construída a cidade dos homens! Eventualmente poderá apropriar-se de parte desse solo para benefício dos cidadãos e em seu, dos cidadãos, nome. Toda a tomada de poder não legítimo é prepotência.
Quanto à Polícia e não me refiro aos agentes que são os que recebem o opróbrio, mas sim às suas chefias, deveria pugnar por cumprir com as tarefas que lhe são atribuídas na defesa da segurança pública onde eventualmente se pode integrar o controlo do trânsito mas trânsito em movimento. A tarefa de controlar o trânsito estático deveria ser atribuída a qualquer outra força que tivesse um cariz mais suave mas com capacidade para obstar aos eventuais abusos, tais como obstruções da via ou estacionamento em segunda fila. É tempo de tirarem à Polícia a tarefa ociosa e menos simpática de andarem a arranjar o dinheiro sacado aos cidadãos para a Câmara poder gastar.
Pergunto apenas como se pode falar em liberdade quando nos obrigam a pagar o que é nosso? O dinheiro assim cobrado aos cidadãos serve um desígnio mesquinho que se pode considerar, apropriação indevida. Foram feitas obras em toda a cidade. Algumas mais meritórias que outras, mas todas elas deficientemente finalizadas e com fraca manutenção. Basta observar nas ruas mais centrais a qualidade do pavimento. A escolha dos materiais é no mínimo descuidada. E os descuidos nestas matérias dão azo a várias conjecturas.
No passado dia 11/04/2018 três amigos fomos visitar o Largo em frente ao Convento de S.Fancisco. Sei que se gastou ali verba avultada. Mostra-se agora algo interessante, duas galerias que há pouco tempo eram insuspeitas. Mas numa obra recentemente acabada é incompreensível que o pavimento não escoe a água da chuva e aquilo se transforme num lago que impede a visita à galeria que está mais elevada e tem uma porta envidraçada. Nesse dia a água já tinha limos e o piso era demasiado escorregadio. Quem recebeu a obra do empreiteiro foi no mínimo negligente pois não acautelou o que consta no caderno de encargos.
Há tempos numa ida ao Cemitério Novo deparei com o Edifício do Repouso transformado em piscina! A clarabóia que tem dimensões consideráveis está completamente destruída e o edifício além disso foi vandalizado. Como se compreende isto num lugar sagrado e tão recentemente construído?
Sabemos que há pessoal da Câmara a trabalhar ali diariamente. Serão cegos? E também mudos? Ou serão as chefias que não os escutam? A cidade dos homens é trabalhosa! É bom que o seja, pois assim pode distribuir tarefas por grande número de trabalhadores, daqueles que não farão um trabalhinho por conta da Câmara.
O corredor do Fervença está também a precisar de manutenção e a necessitar urgentemente que se evite que se transforme na sentina de quantos cachorros as madames e os cavalheiros possuem mas não cuidam. 
Há também um problema do qual a Câmara se alheou por completo e que são os algerozes que quando chove transformam o caminhar nas ruas num tormento. Isto é algo terceiro-mundista, mas não me parece que a majestática Câmara Municipal se incomode minimamente com isso. As pombas que se multiplicam por todos os edifícios devolutos e abandonados dão um ar de jardim zoológico à cidade! A estrumeira que fazem nas várias vielas da Rua Direita e também nas da 5 de Outubro bem assim como na Praça da Sé é assinalável. É em suma um quadro que em nada abona a Autarquia.
Devem andar muito atarefados os funcionários que recebem os seus salários através da Tesouraria da Câmara para não repararem naquilo que todos vemos. 
Não posso terminar sem uma palavra de reparo à passividade dos jornais que se publicam na cidade que se transformaram em autênticos servidores da demagogia pois nenhum tem coragem de denunciar o que lhes compete. Tomaram por melhor não dizerem nada e viraram a cara à luta. Saudosos Dr Subtil e César Urbino.
Vou terminar por hoje pois não tenho já energia no I-pad.

Bragança, 15/04/2018.





A.O.dos Santos 
(Bombadas)

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