sexta-feira, 12 de outubro de 2018

CIM diz que ainda não há decisões sobre futuro do IC5, em Trás-os-Montes

A Comunidade Intermunicipal (CIM) das Terras de Trás-os-Montes informou hoje que o Governo está a avaliar ainda sem decisões o futuro modelo de exploração da estrada IC5, o itinerário complementar que liga ao Porto e à fronteira.
O esclarecimento surge depois da preocupação manifestada pelos autarcas locais com a possibilidade de a manutenção da via deixar de ser feita pela atual concessionária e passar para a empresa pública Infraestruturas de Portugal (IP).


Os representantes da CIM das Terras de Trás-os-Montes reuniram-se, na segunda-feira, em Lisboa, com o secretário de Estado das Infraestruturas e dão hoje conta, em comunicado, que o Governo prometeu ouvir os autarcas antes de ser tomada uma decisão.

"Guilherme d'Oliveira Martins disse que o processo de desclassificação do IC5 e a transição da exploração para as infraestruturas de Portugal está em avaliação e afiançou aos autarcas das Terras de Trás-os-Montes que nada ficará definido sem os consultar previamente", divulgou a CIM.

Segundo a comunidade intermunicipal, o governante indicou ainda que acontecer o processo de transferência da gestão da estrada, "a manutenção, segurança e vigilância estará sempre assegurada e analisada com os autarcas".

Nesta reunião, a CIM das Terras de Trás-os-Montes garante ter encontrado por parte do secretário de Estado "recetividade relativamente aos investimentos estruturantes para o território no que diz respeito às infraestruturas rodoviárias, ferroviárias e aeroportuárias".

Afiança ainda "o secretário de Estado das Infraestruturas tomou boa nota das necessidades do território, afirmando que estão em análise e mostrando-se recetivo à sua inclusão no Programa Nacional de Investimentos 2030".

As propostas de investimento já apresentadas ao Governo englobam as ligações rodoviárias de Bragança/Vimioso e Bragança /Vinhais, a conclusão da ligação do IC5 a Espanha, a construção da ligação de Bragança a Espanha (Puebla de Sanábria) e da ligação Macedo de Cavaleiros/Vinhais/Espanha (Godinha), ambas com perfil de Itinerário Principal.

A Terras de Trás-os-Montes quer ainda integrados nos investimentos prioritários nacionais "o reforço dos aeródromos locais e a construção de um Aeroporto Regional em Bragança, o corredor ferroviário entre o Porto de Leixões e Zamora (Espanha) e a criação de um Centro de Logística na região".

O secretário de Estado terá ainda garantido que a região "não vai ficar sem ligação aérea" perante as preocupações dos autarcas com os prazos do concurso para nova concessão da carreira Bragança/Vila Real/Viseu/Tires/Portimão.

"O concurso para a concessão da linha está a avançar e deverá estar concluído até ao final da concessão, que termina em dezembro deste ano. Caso, tal não seja possível de concretizar, afiançou, Guilherme d'Oliveira Martins, que a ligação aérea não será interrompida", informar a CIM.

HFI // MSP
Lusa/fim

1 comentário:

  1. A meu ver, para além das vias referidas no texto, a CIM deveria ainda reclamar e exigir a continuação do IC 5 até ao viaduto de Vila Pouco de Aguiar na A24. Fico espantado que, até ao presente, a CIM, como também qualquer autoridade civil de Trás-os-Montes, ainda tenha reclamado e exigido a construção de tal ligação. Como, pelo menos por duas vezes já se viu, dois acidentes recentes no túnel do Marão levaram ao seu encerramento, com os prejuízos daí decorrentes. Ora, com a ligação direta do IC5 ao viaduto de Vila Pouca de Aguiar, os automobilistas vindos do distrito de Bragança passariam a dispor de uma alternativa para acesso rápido ao litoral, designadamente ao distritos do Porto, mas melhorando também o acesso e encurtando a distância aos de Braga e Viana do Castelo, bem ainda à cidade de Chaves, pelas A7 e A24. Creio que tal ligação, seguindo por Jales nem seria assim tão dispendioso, pois, sendo planalto, praticamente, não exigiria a construção de "obras de arte" (viadutos).

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