quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Cooperantes da Onda Livre vão tomar posição quanto à não assinatura do protocolo de colaboração com a autarquia

A pedido dos cooperantes, a Assembleia Geral da Cooperativa de Informação e Cultura, Rádio Onda Livre Macedense, convocou uma reunião extraordinária com o fim de ser tomada uma posição relativamente à não assinatura do protocolo de colaboração com a Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, situação esta que está a causar constrangimentos financeiros à instituição.
Este é um compromisso que existia há quase três décadas e assegurava um pagamento mensal por parte da autarquia à rádio, para que esta, em contrapartida, prestasse os serviços designados no plano de atividades, divulgasse a Agenda Cultural, assim como outros assuntos do interesse da população macedense.

O primeiro protocolo, assinado em 1990, garantia que o município pagaria à rádio o valor mensal de 140 contos, o que é hoje equivalente a 700€. O último, que vigorou durante o ano de 2017, assegurava um valor mensal correspondente a 1500€ durante os 12 meses.

No entanto, chegado janeiro do presente ano, este protocolo não foi renovado sem que tal fosse comunicado por escrito, apesar das várias tentativas de negociação por parte da direção da rádio, e sucessivas promessas feitas pela autarquia, como refere Joaquim Santos, presidente da Rádio Onda Livre Macedense:

“Desde novembro do ano passado até maio deste ano, esta direção tentou negociar várias vezes com a câmara, de forma a chegar a um entendimento.

Nós compreendemos que a autarquia atravessa dificuldades financeiras, mas a verdade é que nos foi prometido que iriam dar, pelo menos, o que era dado pelo anterior executivo. O sr. presidente, Benjamim Rodrigues, disse inclusive que ia tentar ajudar-nos com um pouco mais devido ao esforço que estávamos a fazer com o desenvolvimento da Onda Livre TV.

Assim me foi dito de todas as vezes que conversamos até que, em maio, o senhor diretor de departamento recusou o protocolo, alegando que não estava bem e queria fazer outras coisas. Mesmo assim, o sr. presidente disse que iria resolver este problema.

Em junho, liguei novamente ao presidente e foi ai que ele me disse que não havia dinheiro para a Rádio Onda Livre e que iria arranjar outra forma para nos ajudar. Ainda não tivemos nenhum documento que nos dissesse oficialmente que não há protocolo, mas a verdade é que neste momento não estamos a usufruir dele.

O município dá a entender para a população que nos deu 17 mil euros no até ao mês de julho, mas até à data de hoje só nos deu 2 mil pela realização de alguns trabalhos que fizemos a pedido deles. Todos os restantes foram a nossa conta e saldo.

Portanto, vamos desmistificar estas coisas e tomar as decisões certas e necessárias para que a Rádio Onda Livre continue a fazer o seu trabalho como deve fazer em prol dos macedenses, do concelho e distrito em geral.”

Neste momento, a Rádio Onda Livre emprega cinco funcionários a tempo inteiro e desde janeiro que a fonte de rendimento da instituição resume-se quase ao angariado com os trabalhos de publicidade.

Este assunto foi exposto na Assembleia Geral Ordinária desta cooperativa que aconteceu segunda-feira, e os 26 cooperantes presentes concordaram em marcar uma sessão extraordinária com o objetivo de ser tomada uma posição conjunta para resolver o problema.

Joaquim Santos garante que a Rádio está no limite das suas posses financeiras, e se mesmo depois desta reunião o protocolo não for assinado, terá de reduzir despesas, começando pelo despedimento do pessoal:

“A Rádio atualmente não está a ter os meios necessários para continuar com os profissionais que tem, e teremos de despedir três pessoas.

Depois, passará a ser uma rádio mais dedicada à musica e menos às notícias pois ficará só uma jornalista.

Esta situação está a tornar-se insuportável e, como tal, temos de tomar uma decisão.

Ou o município aceita ou não aceita, ou então que nos diga quais são as condições para que cheguemos a um entendimento. Porque dizer que vai fazer têm-nos deixado até hoje à espera de resposta, e nós não podemos continuar assim porque o fim do mês está ai.

Nós estamos abertos a todas as opções e só assim é que conseguiremos falar e resolver esta situação.”

Até lá, aguarda-se a decisão dos cooperantes que será conhecida na reunião de assembleia extraordinária convocada para dia 13 de novembro.

Escrito por ONDA LIVRE

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