quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Biblioteca Municipal de Bragança (1998)

As origens da Biblioteca Municipal recuam a 1961, quando o Concelho de Bragança foi contemplado com uma biblioteca itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian. À semelhança do que aconteceu em vários pontos do País, a Fundação Calouste Gulbenkian foi pioneira na ação de levar o livro e a leitura aos bragançanos, pois no entender do seu presidente, Azeredo Perdigão, “a escola primária fornece aos seus alunos, fundamentalmente, um mero instrumento de Cultura – o saber ler e escrever –, sem o qual a possibilidade de alargar os horizontes do conhecimento e de intensificar a vida de relação são altamente diminuídas. Não basta, todavia, aprender a ler e a escrever. É preciso ler sempre e regularmente; mas para que o povo leia, torna-se indispensável não só despertar e manter nele o gosto pela leitura, mas também facilitar-lhe os meios de o satisfazer”.
Biblioteca Municipal de Bragança

Além da biblioteca itinerante, a Fundação Calouste Gulbenkian atribuiu à Câmara Municipal de Bragança, em 1966, um subsídio no valor de 250 contos de réis para a construção de um edifício destinado a uma Biblioteca.
O espaço escolhido foi o jardim existente junto à Avenida do Sabor, na época, a principal avenida da Cidade.
Em 4 de setembro de 1970, assinou-se o contrato de doação do edifício da Biblioteca, obrigando-se a Câmara Municipal “a mantê-lo permanente e perpetuamente afeto a esse fim”. O edifício foi construído entre 1970 e 1972, com novos apoios financeiros da Fundação Calouste Gulbenkian, devido às dificuldades financeiras da Câmara Municipal de então, sendo o projeto da autoria do engenheiro Domingos Moura dos Santos e do arquiteto Manuel Ferreira.
A Biblioteca, destinada a todos os públicos e não apenas aos estudantes, abriu em dezembro de 1972. Todavia, e dado que o número de estudantes na Cidade de Bragança era consideravelmente elevado (aproximadamente 5 000), a Câmara Municipal de Bragança, em 1973, deliberou encomendar um estudo para elaboração de um novo projeto de construção e instalação de uma Biblioteca Municipal.
Após várias tentativas para se instalar definitivamente a Biblioteca Municipal, tal só aconteceu em 1998, no edifício que então se designava por Centro Cultural. Estas instalações foram consideradas sempre como provisórias, pois a Câmara Municipal, reconhecendo a importância do livro e da leitura no desenvolvimento da população e na preservação do passado, não poupou esforços para instalar dignamente a Biblioteca Municipal de Bragança, que desde 10 de junho de 2004 se encontra localizada na zona nobre da Cidade, no antigo Colégio dos Jesuítas, ladeada pela novíssima Praça Camões – onde outrora se encontrava o Mercado Municipal de Bragança, e cuja transformação se deveu à intervenção do Programa Polis –, e pelo Jardim Dr. António José de Almeida, junto ao Rio Fervença e a uma zona verde pedonal de grande importância para a Cidade.
Com a mudança da Escola Preparatória Augusto Moreno para novas instalações, o antigo edifício ficou, desde então, devoluto. Encontrando-se degradado, a Câmara Municipal procedeu à sua reabilitação e adaptação a Casa da Cultura.
Após remodelação de todo o edifício, a nova Biblioteca Municipal de Bragança foi inaugurada em 10 de junho de 2004. Presentemente, a Biblioteca, que ocupa uma área de 1 830 metros quadrados, distribuída por dois pisos e com espaços distintos para adultos e para crianças, faz parte do Centro Cultural Adriano Moreira.

Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa

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