segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Presidente da Associação Terras Quentes desmente explicações dadas por Benjamim Rodrigues sobre encerramento dos dois museus em Macedo

A Associação Terras Quentes, gestora dos dois museus municipais Martim Gonçalves e de Arqueologia Coronel Albino Pereira Lopo que estão encerrados em Macedo de Cavaleiros desde o início do ano, já se pronunciou sobre o assunto e desmente as explicações dadas por Benjamim Rodrigues, autarca local.
Num comunicado enviado à redação da Rádio Onda Livre, Carlos Mendes, presidente da Associação Terras Quentes, entidade gestora dos dois museus, começa por negar ter havido um desentendimento entre a sua pessoa e a vereadora da cultura do município, como afirmado pelo presidente da câmara de Macedo, referindo que “a srª Vereadora começou por nos informar que a autarquia não tinha dinheiro para financiar os salários dos funcionários da Associação Terras Quentes adstritos aos museus, e que estaria ainda a estudar a distribuição da verba de 100,000€ que lhe tinha sido atribuída (ao departamento cultural), sabendo que 70.000,00 € iriam para o futebol”.

Carlos Mendes refere ainda que a decisão de encerrar os museus não foi unilateral, como acusado pelo edil de Macedo, referindo também no comunicado que “no passado dia 2 de Janeiro de 2019, foi enviado para o e-mail pessoal do Sr. Presidente e para o e-mail da Presidência um ofício da Associação Terras Quentes, (mais tarde em formato papel nos serviços de correio) a dar conhecimento das medidas que iria tomar em virtude de ter despedido os três funcionários em 31 de Dezembro por falta de apoio financeiro para esse fim à Instituição.”

Quanto ao alegado não cumprimento das obrigações protocolares previstas no contrato, como referiu Benjamim Rodrigues, Carlos Mendes diz ser mentira visto que “nunca foi estabelecido nenhum protocolo com estes edis” e “as verbas atribuídas em 2018 à Associação Terras Quentes” eram cedidas da seguinte forma: ”a Associação Terras Quentes pagava aos seus funcionários, e no mês seguinte era pago sempre contra a apresentação dos recibos de salários e impostos, as verbas referentes ao mês anterior”.

Carlos Mendes acusa também Benjamim Rodrigues de não ter lido os dois contratos de comodato, que confirmam a cedência de instalações para os museus, um por 10 e outro por 15 anos, visto que destes documentos “só resultam as obrigações inerentes à preservação dos edifícios e ao objecto do seu uso e nada mais” acrescenta.

O presidente da Associação Terras Quentes adianta ainda que durante os 16 anos anteriores ”sempre houve ajudas financeiras Camarárias para a publicação dos Cadernos Terras Quentes de escavações arqueológicas, para a realização das Jornadas da Primavera etc. e, sempre se cumpriram escrupulosamente o que estava protocolado”. No entanto, reforça ainda que se para o referido ano “não havia nada protocolado, não poderia haver nenhuma obrigação a cumprir pela Instituição, a não ser cumprir os horários de funcionamento dos museus o que foi feito até às 17 horas do último dia, 30 de Dezembro 2018”, afirma.

Quanta à verba que a câmara despendeu em 2018 com os ordenados dos funcionários dos museus, de cerca de 51 mil euros, e que o presidente da autarquia dizia ser superior ao atribuído em 2017, Carlos Mendes justifica que “o Museu Martim Gonçalves de Macedo só abriu em Julho, ou seja, o financiamento foi só para 6 meses” acrescentando ainda que “a responsabilidade da Associação Terras Quentes ter contratualizado os funcionários para os museus foi da Câmara Municipal pois queria ter os museus abertos mas, como também é público o governo proibiu a Câmara Municipal de contratar qualquer funcionário e pediu à Associação Terras Quentes que tomasse essa responsabilidade, sendo que a Câmara Municipal acarretaria com essas despesas com o pessoal. Há um contrato escrito entre o Presidente da Câmara e a Associação neste sentido” lê-se ainda no comunicado.

Já sobre o número de visitantes, que durante o ano passado passaram pelos museus, e que segundo Benjamim Rodrigues rondavam o meio visitante por dia, o presidente da Associação Terras Quentes desmente refere que só no Martim Gonçalves passaram 824 pessoas, e pelo de Arqueologia 403, o que dá uma média de 7 visitantes por dia, acrescenta.

Carlos Mendes disse ainda que está marcada uma assembleia-geral com o objetivo de os associados se puderem pronunciar sobre a situação criada pelo não financiamento por parte da câmara municipal, confirmando que no ofício enviado a Benjamim Rodrigues no passado dia 2 de janeiro, a Associação Terras Quentes mostrou-se aberta a dialogar, o que, até à data, não aconteceu, referiu ainda o presidente desta associação.

Escrito por ONDA LIVRE

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