segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Baixo preço do azeite está a ser uma preocupação na região

O baixo preço do azeite continua a ser o principal obstáculo que o sector enfrenta, assim como o valor da azeitona pago aos agricultores associados das cooperativas.
A preocupação foi manifestada por Aníbal Martins, presidente da Fenazeites (a Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Olivicultores) e administrador da CONFAGRI, num encontro de cooperativas, que aconteceu esta sexta-feira, em Macedo de Cavaleiros. “O grande problema da olivicultura em Portugal, neste momento, tem um pouco a ver com a gestão dos mercados do azeite. A capacidade que as cooperativas possam vir a ter para valorizar o azeite, repercutindo essa valorização no preço da azeitona a pagar aos seus associados, os mercados são abertos, são mercados globais e, portanto, dos grandes países produtores de azeite como a Espanha, Itália e Grécia. Hoje em dia, com os mercados totalmente abertos, a nossa produção pouco influência”.

Também Fernando Mourão Vieira, da Cooperativa de Valpaços, destacou que a apanha da azeitona tem de ser efectuada nos períodos aconselhados. “Há toda a vantagem em ter determinados tipos de procedimentos na apanha da azeitona, nomeadamente nas épocas estipuladas pela cooperativa. Traz mais qualidade, a azeitona chega em melhores condições, é apanhada e entregue no mesmo dia e, portanto, há épocas que reúne as condições ideais sendo muitas vezes penalizada fora dessa época porque já não tem a qualidade necessária para dar um bom produto na extracção”.

Outra questão abordada foi a divulgação do azeite e os planos de marketing, como acrescentou o presidente do Conselho Fiscal da Cooperativa dos Olivicultores de Valpaços. “Relativamente ao marketing, claro que é um pouco difícil para uma pequena unidade, embora a cooperativa de Valpaços seja a segunda maior do país, uma campanha de marketing muito forte, nomeadamente para impor o seu, nome, imagem e marca. Temos feito várias campanhas, a nível nacional e internacional, mas de qualquer das maneiras ainda não conseguimos transmitir o valor do próprio azeite. O azeite de Valpaços teve o ano passado 50 prémios, 44 a nível internacional. Foi considerado o sexto lagar melhor do mundo, em função dos prémios. Não se traduz muitas das vezes em valor acrescentado e em valorização porque o marketing ainda não chega ao consumidor”.

No encontro fizeram parte cerca de 40 cooperativas, numa sessão direccionada para informar os olivicultores sobre a Xylella Fastidiosa, uma bactéria que foi encontrada este ano, em Janeiro, num arbusto de lavanda, em Vila Nova de Gaia, e que poderá afectar as oliveiras.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Maria João Canadas

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