segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Presidente de Bragança diz que faltam mais pessoas na cidade que está a celebrar 555 anos

É preciso que o poder central olhe para Bragança como uma grande cidade: é esta a ideia deixada pelo presidente da câmara brigantina a par das comemorações dos 555 anos da capital de distrito transmontana.
Hernâni Dias assegura que falta cumprir várias reivindicações que têm sido feitas e considera que, à cidade, falta, acima de tudo, mais gente. “Falta-nos, sobretudo, a possibilidade de o poder central olhar para Bragança como uma grande cidade e ver aquilo que nós temos vindo a reclamar no sentido de poderem vir a ser concretizados algumas infraestruturas que ainda nos fazem falta. Falo obviamente daquilo que tem a ver com a parte rodoviária, mais concretamente da ligação a Espanha, falta-nos também o investimento para desenvolvermos o aeroporto regional e falta-nos aquilo que eu diria que é o bem mais precioso de qualquer território, as pessoas. Bragança tem dado provas que tem uma história muito rica, onde muita gente já participou e queremos que continue a participar”.

Na semana passada, o Governo anunciou algumas medidas para trazer mais gente para o interior e deverá aprovar, nas próximas semanas, um novo regime de fixação de funcionários públicos nestes territórios. Entre as medidas estão mais dias de férias e majoração nos salários para quem aceitar mudar-se. Apesar disso, Hernâni Dias afirma que são medidas ineficazes. “Nós fizemos chegar ao Governo, há muito tempo, aquilo que achávamos serem as medidas necessárias para ajudar a inverter esta tendência de saída das pessoas. Não acredito minimamente que as pessoas vão lá com dias de férias, eu creio que as pessoas andam à procura de sítios para trabalhar e aquilo que foi anunciado acho que são medidas inócuas e tenho um descrédito absoluto no que foi anunciado”.

As comemorações levaram à Praça da Sé centenas de pessoas tanto oriundas da cidade como quem a escolheu para fazer vida. “Eu já estou cá na cidade a morar há 55 anos. A cidade faz-se todos uns com os outros sermos todos amigos”, explicou Maria Rita Tomeno. “Moro cá já desde 1973 e perante o que o Estado olha para a cidade não dá prazer em morar cá”, disse Alberto Pires. “A minha mãe já morava aqui e eu vim para morar com ela. Não estávamos tão bem quanto estamos aqui, não havia tanta segurança e o custo de vida não tem nada a ver”, contou Amanda Santos, que veio do Brasil há sete anos.

O aniversário da cidade é depois de amanhã e será apresentada uma publicação que resulta de uma investigação à história de Bragança. As comemorações já se iniciaram no sábado e, além das várias actividades, no centro histórico, todos os presentes foram convidados a cantar os parabéns à cidade.






Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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