segunda-feira, 17 de junho de 2019

Pedido de mais solidariedade do Estado marca oitavo aniversário do Núcleo da Liga dos Combatentes de Macedo

A necessidade de mais apoio e solidariedade por parte do Estado continua a ser a principal luta que os antigos combatentes portugueses enfrentam.
Um apelo reforçado por Joaquim Chito Rodrigues, presidente Nacional da Liga dos Combatentes:

“Nós, combatentes, assim como as nossas famílias, sentimos alguma necessidade de apoio nas áreas da saúde, social e económica.

Aqueles que mais podem devem ajudar os que mais precisam e, como tal, temos sempre que apelar a isso.

Tal como é obrigação dos membros da Liga dos Combatentes pagar a sua quota, compete ao Estado reconhecer que são cidadãos que foram diferentes na sua juventude, arriscaram a sua vida, e aquilo que sofreram e sacrificaram produziu, em grande parte deles, alguns problemas de saúde e da própria vida que não singrou como eles entendiam.

Portanto, neste momento que os combatentes envelhecem, o Estado deve olhar para eles de uma forma ligeiramente diferente.”

E numa altura que se discute o estatuto do antigo combatente na assembleia da república, que numa primeira fase foi reprovado, o presidente da liga diz que a proposta apresentada não vai de encontro às necessidades destes homens, o que espera que mude com a revisão da mesma:

“O estatuto neste momento não garante mais nenhuns direitos económicos e sociais, sendo, por isso, um documento que cria um cartão sem direitos e um estatuto que quer alterar o dia dos combatentes. Portanto, não nos revemos nessa proposta, que vai agora ser revista e trabalhada, pois se sair da forma como está, não nos traz mais solidariedade. 

No entanto, se conseguirmos, ao nível da Assembleia da República, introduzir algo de concreto nesse documento, ouvindo as propostas da Liga dos Combatentes, é possível que dentro de algum tempo eu possa vir aqui dizer que finalmente houve a reconciliação entre o Estado e os combatentes.”

Declarações à margem do oitavo aniversário do núcleo da Liga dos Combatentes de Macedo de Cavaleiros celebrado ontem.

António Baptista, presidente do núcleo, que também não deixou fora do seu discurso a necessidade de maior apoio, sublinha a importância desta celebração para a cidade:

“Estamos a lutar para que sejamos mais reconhecidos, uma vez que a população já o faz. Não culpo só este governo pois isto já vem do anterior e quem sabe continuará nos futuros.

Quanto ao aniversário, esta cerimónia é um orgulho para Macedo de Cavaleiros, pois atrai muita gente de fora, sendo que o nosso núcleo e este importante monumento emblemático para todo o país (Praça dos Combatentes) fazem com que Macedo seja falado.”

Pedro Mascarenhas, vice-presidente da autarquia de Macedo, também marcou presença na cerimónia que diz ser necessária para que não se deixe cair no esquecimento a importância que os combatentes tiveram na história do país:

“É importante marcar esta data e não esquecermos aqueles que lutar e deram a vida para que Portugal seja Portugal, tenhamos liberdade e orgulho em viver neste país.

Quanto mais tempo passa, mais se vão esbatendo os motivos da luta, das guerras e dos combates que foram travados. Por isso é importante termos a noção de que se estamos aqui e somos portugueses, é porque alguém lutou para que isso acontecesse.”

O núcleo da Liga dos Combatentes a celebrar oito anos com uma cerimónia que teve lugar na Praça dos Combatentes, inaugurada há três anos como forma de homenagear estes homens.

Escrito por ONDA LIVRE

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