sexta-feira, 26 de julho de 2019

Cultura das Terras de Miranda celebrada a partir de hoje no Festival L Gueiteiro

A iniciativa, que além de preservar a cultura se diferencia pelo seu carácter itinerante, ruma, este ano, à aldeia de Picote.
As tradições do planalto mirandês, sobretudo as que estão associadas aos tocadores da gaita-de-foles, vão ser celebradas, até domingo, em Miranda do Douro. O festival L Gueiteiro começa hoje e leva, este ano, até Picote o projecto Músicas da Raya, que nos transporta para temas de uma memória comum a ambos os lados da fronteira. Paulo Preto, dos Galandum Galundaina, o grupo que organiza a iniciativa, confirma que actividades não vão faltar. "As pessoas chegam com as suas gaitas-de-fole e tocam quando acharem que devem tocar, onde quiserem e quando quiserem. Evidentemente que temos o espaço dos concertos, que é no centro da aldeia. Os gaiteiros vêm de onde quiserem, quer do país, quer do resto da Península Ibérica. Vamos ter passeios de burro, vamos fazer whorkshops mais relacionados com a música e as gaitas, as danças e os pauliteiros".

A aldeia de Picote, onde se situa o recuperado miradouro da Fraga do Puio, volta a acolher o festival que pretende homenagear a cultura dos gaiteiros destas terras. "Este festival iniciou precisamente com a ideia de Galandum fazer mais ou menos o trajecto que faziam os velhos gaiteiros, com a gaita-de-foles e os bombos, a percorrer as terras do nordeste transmontano. Todos os anos é numa aldeia diferente, numa aldeia das terras de Miranda. Já passámos em Picote há cinco ou seis anos e foi um grande sucesso por isso achámos que estava ali a aldeia ideal e as pessoas ideias para fazermos este festival", disse ainda Pedro Preto.

L Burro e L Gueiteiro foi, durante 16 anos, o nome do festival. Este ano, pela primeira vez, é apenas alusivo aos gaiteiros, apesar de não se deixar de parte o burro de Miranda. As outras associações que estavam ligadas ao evento decidiram que já não teriam condições para continuar mas, segundo Paulo Preto, a essência do festival vai manter-se. "Neste momento é um transição e vai ser só L Gueiteiro mas o espírito é o mesmo. A primeira diferença é que não vão ser quatro dias, vão ser só três. Vamos ter um grupo, Músicas de la Raya, e muita música, muitos gaiteiros", explicou Pedro Preto.

Além da animação musical estar assegurada pelos gaiteiros, pelo festival passam, este ano, Peste e Sida, Galandum Galundaina, Comvinha Tradicional e Quinteto Reis. O festival começa hoje à noite e estende-se até domingo.

Um dos grandes destaques do festival é a tertúlia sobre o futuro dos festivais no nordeste transmontano que decorre na tarde de domingo.

Escrito por Brigantia
Foto: L Burro i L Gueiteiro 2018 (Facebook)
Jornalista: Carina Alves

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