quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Comerciantes brigantinos queixam-se que os emigrantes compram menos que antigamente

Centenas de emigrantes têm chegado por estes dias a Bragança e às aldeias do concelho. Pelas ruas da cidade o movimento já é notório e as pessoas vão-se multiplicando, sobretudo, pelos diversos espaços comerciais.
Para quem vende, o mês de Agosto é o melhor do ano em termos de facturação. Apesar disso, os comerciantes brigantinos confirmam que já não se vende como noutros tempos e que os emigrantes têm cada vez menos poder de compra. “Há de tudo, há quem vem só para ver, há quem compre e há quem não compre. Antigamente compravam mais. Notamos com os artigos de inverno. Antigamente compravam os artigos de inverno para aproveitar e agora não compram. Compram para gastar e não para guardar”, disse Margarida Silva, da sapataria Manuel Alves. “Costumam comprar. A maior parte das pessoas que entram, cerca de 70%, compram. Julho, Agosto e Dezembro são os melhores meses”, explicou Fernando Afonso, da BrigSport. “Tem havido um decréscimo desde que houve a transição para o euro. O franco era valorizado em relação ao nosso escudo, até a própria peseta. Agora é tudo igual. O poder de compra baixo um bocado”, referiu Sónia Sobral, da PTN Store.

Ainda que as vendas já não sejam tantas como noutros tempos, por estes dias os espaços comerciais vão registando uma afluência bem maior que no resto do ano. “Há maior afluência, todos os dias”, salientou Margarida Silva. “Ainda ontem foi um dia de muita gente”, disse Fernando Afonso. “Este mês costuma haver um fluxo mais intenso de gente mas este ano está a começar mais pequenino”, explicou Sónia Sobral.

Para os emigrantes, vindos sobretudo da França e de Espanha, os preços têm subido e comparam-nos aos que são praticados nos países de onde vêm. Ainda assim confirmam que continuam a comprar. “Fazendo equivalência com a Alemanha, os preços aqui são mais ou menos a mesma coisa. Pagamos as coisas ao mesmo preço que lá praticamente. Ao que se ganha aqui faz uma diferença muito grande. Acho que os preços estão mais caros este ano”, disse Deolinda Silva, que está na Alemanha. “Acho que nos supermercados é a mesma coisa. Nos cafés é um pouco mais barato mas nos alugueres de casas já começa a ficar um pouco mais alto. Eu compro igual mas para quem vive aqui penso que é um pouco complicado”, explicou Solange Branco, emigrante na França. “Os preços são baixos, mais baixos que em França. É uma cidade mais pobre”, sublinhou David Lamego, emigrante também na França.

Segundo dados do Observatório da Emigração, França é o país que mais emigrantes portugueses acolhe.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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