quarta-feira, 26 de maio de 2010
Que Bela Ideia Senhor Presidente.
Enquanto autarca aceitarei prendas que possam ser encaminhadas para o Banco Alimentar contra a Fome.
Quando tomei posse como presidente da Câmara de Santarém fui
confrontado com a quantidade de prendas que chegavam ao meu gabinete.
Era a véspera de Natal. Para um velho polícia, desconfiado e vivido, a hecatombe de presuntos, leitões, garrafas de vinho muito caro, cabazes luxuosos e dezenas de bolos-rei cheirou-me a esturro. Também chegaram coisas menores. E coisas nobres: recebi vários ramos de flores, a única prenda que não consigo recusar.
Decidi que todas as prendas seriam distribuídas por instituições de solidariedade social, com excepção das flores. No segundo Natal a coisa repetiu-se. E então percebi que as prendas se distribuíam por três grupos. O primeiro claramente sedutor e manhoso que oferecia um chouriço para nos pedir um porco. O segundo, menos provocador, resultava de listas que grandes empresas ligadas a fornecimento de produtos, mesmo sem relação directa com o município, que enviam como se quisessem recordar que existem. O terceiro grupo é aquele que decorre dos afectos, sem valor material mas com significado simbólico:
flores, pequenos objectos sem valor comercial, lembranças de Natal.
Além de tudo isto, o correio é encharcado com milhares de postais de boas-festas que instituições públicas e privadas enviam numa escala inimaginável. Acabei com essa tradição. Não existe tempo para apreciar um cartão de boas--festas quando se recebe milhares e se expede milhares.
Quanto às restantes prendas, por não conseguir acabar com o hábito, alterei-o. Foi enviada nova carta em que informámos que agradecíamos todas as prendas que enviassem. Porém, pedíamos que fosse em géneros de longa duração para serem ofertados ao Banco Alimentar contra a Fome. Teve um duplo efeito: aumentou a quantidade de dádivas que agora têm um destino merecido. E assim, nos últimos dois Natais recebemos cerca de 8 toneladas de alimentos.
Conto isto a propósito da proposta drástica que o PS quer levar ao Parlamento que considera suborno qualquer oferta feita a funcionário público. Se ao menos lhe pusessem um valor máximo de 20 ou 30 euros, ainda se compreendia e seria razoável. Em vários países do mundo é assim. Aqui não. Quer passar-se do 8 para o 80. O que significa que nada vai mudar. Por isso, fica já claro que não cumprirei essa lei enquanto funcionário público. Enquanto autarca aceitarei prendas que possam ser encaminhadas para o Banco Alimentar. E jamais devolverei
uma flor que me seja oferecida.
Francisco Moita Flores, Professor Universitário
sexta-feira, 21 de maio de 2010
O Bêbado e a Dama de Preto.
Começou a música e um bêbado levantou-se cambaleando, dirigiu-se a uma senhora de preto e pediu:
- Hic... Madame dá-me o prazer dessa dança?
E ouviu a seguinte resposta:
- Não, por quatro motivos:
Primeiro, o senhor está bêbado!
Segundo, isto é um velório!
Terceiro, não se dança o Pai Nosso!
E quarto, porque "Madame" é a puta que te pariu... Eu sou o padre!
Eu Respondi-te Assim...
Boa noite Maria Eugénia.
Eu compreendo-te porque sou o teu marido e o teu companheiro há 25 anos, com os 5 de namoro (outros tempos) já lá vão 30 anos. Nunca fizemos grandes projectos porque sempre entendemos que a vida nos reserva algumas surpresas. Optámos por viver o dia a dia.
Tu foste sempre uma sonhadora eu, mais pragmático porque não acredito, nem nunca acreditei numa classe política que se perpétua.
Vês porque não adiantava fazermos "grandes" projectos?
Eles continuam aí.
Mas o que eu te queria dizer era mesmo uma coisa que não tive coragem de te dizer ontem à noite à uma da manhã.
Levantaste-te às 6 da manhã, mas aí não difere muito do que fizeste toda a vida porque (grande ciumenta) nunca quiseste nem precisaste de uma funcionária doméstica. Sempre com a "mania" que conseguias fazer tudo. saiste às 7 e meia da manhã...no teu carro, percorreste 125 quilómetros para "LÁ" e mais 125 para regressares à nossa casa. Chegaste às 9 e meia da noite. Eu sei que é assim todos os dias mas enquanto que tu já estás a encontrar, como fizeste toda a vida, o fio que te segura ano após ano à vida, eu estou a ficar desesperado. Ontem durante o jantar já começaste a falar "dos teus garotos".
Eu ouvi...atentamente, mas sinceramente não estava a gostar da conversa. Já estavas com aquele brilhozinho os olhos. Não fiz grandes comentários, quase me limitei a ouvir-te porque te conheço e sei que depois da revolta que manifestas quando te fazem mal...revigoras e vais buscar energias, sei lá onde...
Depois de teres falado no messenger com os nossos filhos vais-te deitar e eu fico a falar com eles um pouco. Mas ontem ficaste no sofá a olhar para o tecto. Os nossos garotos foram-se deitar...eu ia desligar o computador e tu disseste-me para não o desligar porque tinhas de fazer umas "coisas".
Ok! disse eu e trocámos de lugar. Tu para o computador e eu para o sofá.
Gena...não gostei nada quando te vi começar a abrir as pastas...teatrinhos, músicas de natal, canções, poemas...
Custou-me respeitar a tua eterna sabedoria que te faz distinguir entre a revolta que sentes e a tua noção perfeita do que é SER PROFESSORA. Estive mesmo para te dizer...cumpre o horário BURRA nunca mais aprendes. Mas tu sabes que o teu dever (mais que não seja para contigo) é ensinar.
Já sei...continuação da lição anterior. Cá estarei como sempre, para te levar à urgência do hospital quando o teu corpo cansado não acompanhar a capacidade do teu espírito e do teu coração que só sabem DAR.
HM
Eu compreendo-te porque sou o teu marido e o teu companheiro há 25 anos, com os 5 de namoro (outros tempos) já lá vão 30 anos. Nunca fizemos grandes projectos porque sempre entendemos que a vida nos reserva algumas surpresas. Optámos por viver o dia a dia.
Tu foste sempre uma sonhadora eu, mais pragmático porque não acredito, nem nunca acreditei numa classe política que se perpétua.
Vês porque não adiantava fazermos "grandes" projectos?
Eles continuam aí.
Mas o que eu te queria dizer era mesmo uma coisa que não tive coragem de te dizer ontem à noite à uma da manhã.
Levantaste-te às 6 da manhã, mas aí não difere muito do que fizeste toda a vida porque (grande ciumenta) nunca quiseste nem precisaste de uma funcionária doméstica. Sempre com a "mania" que conseguias fazer tudo. saiste às 7 e meia da manhã...no teu carro, percorreste 125 quilómetros para "LÁ" e mais 125 para regressares à nossa casa. Chegaste às 9 e meia da noite. Eu sei que é assim todos os dias mas enquanto que tu já estás a encontrar, como fizeste toda a vida, o fio que te segura ano após ano à vida, eu estou a ficar desesperado. Ontem durante o jantar já começaste a falar "dos teus garotos".
Eu ouvi...atentamente, mas sinceramente não estava a gostar da conversa. Já estavas com aquele brilhozinho os olhos. Não fiz grandes comentários, quase me limitei a ouvir-te porque te conheço e sei que depois da revolta que manifestas quando te fazem mal...revigoras e vais buscar energias, sei lá onde...
Depois de teres falado no messenger com os nossos filhos vais-te deitar e eu fico a falar com eles um pouco. Mas ontem ficaste no sofá a olhar para o tecto. Os nossos garotos foram-se deitar...eu ia desligar o computador e tu disseste-me para não o desligar porque tinhas de fazer umas "coisas".
Ok! disse eu e trocámos de lugar. Tu para o computador e eu para o sofá.
Gena...não gostei nada quando te vi começar a abrir as pastas...teatrinhos, músicas de natal, canções, poemas...
Custou-me respeitar a tua eterna sabedoria que te faz distinguir entre a revolta que sentes e a tua noção perfeita do que é SER PROFESSORA. Estive mesmo para te dizer...cumpre o horário BURRA nunca mais aprendes. Mas tu sabes que o teu dever (mais que não seja para contigo) é ensinar.
Já sei...continuação da lição anterior. Cá estarei como sempre, para te levar à urgência do hospital quando o teu corpo cansado não acompanhar a capacidade do teu espírito e do teu coração que só sabem DAR.
HM
O Grito de Uma Sem Terra...
PARA RELEMBRAR O ANO DE 2006.
Chamo-me Maria Eugénia Rodrigues de Sampaio e Melo, sou Professora do Quadro da Zona Pedagógica de Bragança, com 26 anos de serviço completados em 22 de Janeiro de 2006! FUI APUNHALHADA PELAS COSTAS!
Durante anos a fio calcorreei a pé, à boleia, de carro, de comboio as Escolas do Distrito?26 ANOS! Neste momento a minha vida é um deserto onde o próximo poço com água, a escola onde fui colocada, se situa a cento e muitos quilómetros da minha casa? DA MINHA CASA.
Sou Professora, Mãe, Esposa e uma cidadã exemplar pois tenho cumprido com brio e uma dedicação extrema a profissão que abracei com ânimo. O País deve-me muito mais do que me paga. É com um brilhozinho nos olhos que recebo em minha casa os meus antigos alunos, já homens e mulheres com filhos?aos quais eu ajudei a acreditar que vivíamos num País justo e fraterno e que era preciso acreditar que o trabalho e a dedicação são recompensados. Eles e Elas não esqueceram as minhas palavras.
Abracei a minha profissão com, agora entendo exacerbado, amor, carinho e dedicação. Hoje, estou desiludida e FARTA deste País que nada me dá em troca.
Vou fazer 50 anos de idade e durante estes anos todos tenho-me deslocado a pé, de carro, de autocarro de comboio com os meus filhos às costas, para poder ajudar a dar uma vida digna aos meus filhos e aos filhos dos outros.
Como prémio pela minha dedicação, nunca tive possibilidades de gozar as minhas férias como qualquer funcionário o faz, com a tranquilidade que me permitisse "descansar":
- Onde será que vou "parar" no próximo ano?
Uma vida inteira a aguardar com impaciência, sofrimento, angústia e nervosismo a minha sentença (colocação). O ambiente familiar sempre dependente da sentença que me seria imputada pelos meus crimes?
Passados 27 anos, a minha angústia transformou-se no pior dos pesadelos. A sentença está ditada e a pena pelos meus crimes (a minha culpa) foi o desterro a cento e muito quilómetros durante 3 anos sem poder apelar a qualquer instância:
- De que me acusam?
- É crime neste País ser professor ou Professora do 1º Ciclo do Ensino
Básico e ter 26 anos de serviço?
- É crime ter ajudado centenas de crianças a transformarem-se em cidadãos de corpo inteiro letrados e responsáveis?
- É crime ser velha?
- De que me acusaaaammmmmm, sem sequer me ouvirem?
- Quero ajuda psicológica JÁ!
- Será que me condenaram por ser Professora do 1º Ciclo, uma das que nada faz, que ganha bem e está de férias todo o ano? As dezenas de escolas, as centenas de alunos que sempre amei e amo poderão responder por mim.
- Se é por sermos "todos" uns vadios e uns parasitas porque é que os pais (eu também souuuu) continuam a enviar os filhos para as mãos destes parasitas como eu?
- Será que o Juiz que me condenou e lavrou em acta a sentença sabe ou saberá um dia quantas cabeças cheias de piolhos lavei? Quantos quilómetros de unhas sujas e imundas cortei? Quantos livros para os meus alunos comprei do meu bolso?.quantos lápis quantas borrachas quantas canetas?quantos alunos trouxe ao médico no meu carro e voltei a levar à aldeia fora de horas?.sempre fora de horas?
- Não fui só Professora, fui médica, enfermeira, conselheira, amiga, jardineira de espaços degradados, fui palhaço, fui técnica de informática, por vezes?muitas vezes Mãe e confidente dos meus alunos. Nunca pedi a ninguém que me desse formação sobre aquilo que eu implicitamente sabia que devia fazer.
- Estou destroçada, um farrapo humano, estou indignada com este País ao qual tenho dado todo o meu esforço, toda a minha capacidade de trabalho, todo o meu voluntarismo toda a minha dedicação.
- Estou cansada de fazer sofrer ano após ano a minha família, de a ter abandonado quando mais precisaram de mim.
- Estou farta de, ao contrário das famílias que não sabem o que hão-de fazer aos filhos nas pausas lectivas, eu não saber o que hei-de fazer durante os espaços lectivos.
- Estou farta de andar a reboque das vontades políticas deste país e de ser carneirinho obediente.
- Estou farta de pagar as crises para as quais não contribui.
- Estou farta de ser humilhada na comunicação social e pelos "mandantes" deste país.
- Em todas as profissões há maus e BONS profissionais. Mas qual é prémio por tentar ser boa? O DESTERRO!
- Com que forças, com que motivação vou enfrentar os meus alunos se estou doente, triste, amargurada e desiludida com tudo e todos?
- Acabaram todas as minhas ilusões?EU NÃO SOU NINGUÉM, sou um farrapo que tem de pagar as "crises" que os outros criam e fazem.
- Votamos em quem? Nos que nos pisam, aniquilam, humilham MATAM. Vós não sois nada? NADA!
Peço uma explicação, uma justificação para o pesadelo que estou a viver, eu e a minha família. Quero acordar um dia e ver que o sol brilha para mim também, que voltei a ser um ser humano respeitado e com direitos e que valeu a pena ter-me dedicado uma vida à minha profissão.
100 Quilómetros de estrada em Lisboa não são 100 quilómetros de estrada em Bragança.
Eu não sou uma criminosa, sou PROFESSORA DO 1º CICLO!
Chamo-me Maria Eugénia Rodrigues de Sampaio e Melo, sou Professora do Quadro da Zona Pedagógica de Bragança, com 26 anos de serviço completados em 22 de Janeiro de 2006! FUI APUNHALHADA PELAS COSTAS!
Durante anos a fio calcorreei a pé, à boleia, de carro, de comboio as Escolas do Distrito?26 ANOS! Neste momento a minha vida é um deserto onde o próximo poço com água, a escola onde fui colocada, se situa a cento e muitos quilómetros da minha casa? DA MINHA CASA.
Sou Professora, Mãe, Esposa e uma cidadã exemplar pois tenho cumprido com brio e uma dedicação extrema a profissão que abracei com ânimo. O País deve-me muito mais do que me paga. É com um brilhozinho nos olhos que recebo em minha casa os meus antigos alunos, já homens e mulheres com filhos?aos quais eu ajudei a acreditar que vivíamos num País justo e fraterno e que era preciso acreditar que o trabalho e a dedicação são recompensados. Eles e Elas não esqueceram as minhas palavras.
Abracei a minha profissão com, agora entendo exacerbado, amor, carinho e dedicação. Hoje, estou desiludida e FARTA deste País que nada me dá em troca.
Vou fazer 50 anos de idade e durante estes anos todos tenho-me deslocado a pé, de carro, de autocarro de comboio com os meus filhos às costas, para poder ajudar a dar uma vida digna aos meus filhos e aos filhos dos outros.
Como prémio pela minha dedicação, nunca tive possibilidades de gozar as minhas férias como qualquer funcionário o faz, com a tranquilidade que me permitisse "descansar":
- Onde será que vou "parar" no próximo ano?
Uma vida inteira a aguardar com impaciência, sofrimento, angústia e nervosismo a minha sentença (colocação). O ambiente familiar sempre dependente da sentença que me seria imputada pelos meus crimes?
Passados 27 anos, a minha angústia transformou-se no pior dos pesadelos. A sentença está ditada e a pena pelos meus crimes (a minha culpa) foi o desterro a cento e muito quilómetros durante 3 anos sem poder apelar a qualquer instância:
- De que me acusam?
- É crime neste País ser professor ou Professora do 1º Ciclo do Ensino
Básico e ter 26 anos de serviço?
- É crime ter ajudado centenas de crianças a transformarem-se em cidadãos de corpo inteiro letrados e responsáveis?
- É crime ser velha?
- De que me acusaaaammmmmm, sem sequer me ouvirem?
- Quero ajuda psicológica JÁ!
- Será que me condenaram por ser Professora do 1º Ciclo, uma das que nada faz, que ganha bem e está de férias todo o ano? As dezenas de escolas, as centenas de alunos que sempre amei e amo poderão responder por mim.
- Se é por sermos "todos" uns vadios e uns parasitas porque é que os pais (eu também souuuu) continuam a enviar os filhos para as mãos destes parasitas como eu?
- Será que o Juiz que me condenou e lavrou em acta a sentença sabe ou saberá um dia quantas cabeças cheias de piolhos lavei? Quantos quilómetros de unhas sujas e imundas cortei? Quantos livros para os meus alunos comprei do meu bolso?.quantos lápis quantas borrachas quantas canetas?quantos alunos trouxe ao médico no meu carro e voltei a levar à aldeia fora de horas?.sempre fora de horas?
- Não fui só Professora, fui médica, enfermeira, conselheira, amiga, jardineira de espaços degradados, fui palhaço, fui técnica de informática, por vezes?muitas vezes Mãe e confidente dos meus alunos. Nunca pedi a ninguém que me desse formação sobre aquilo que eu implicitamente sabia que devia fazer.
- Estou destroçada, um farrapo humano, estou indignada com este País ao qual tenho dado todo o meu esforço, toda a minha capacidade de trabalho, todo o meu voluntarismo toda a minha dedicação.
- Estou cansada de fazer sofrer ano após ano a minha família, de a ter abandonado quando mais precisaram de mim.
- Estou farta de, ao contrário das famílias que não sabem o que hão-de fazer aos filhos nas pausas lectivas, eu não saber o que hei-de fazer durante os espaços lectivos.
- Estou farta de andar a reboque das vontades políticas deste país e de ser carneirinho obediente.
- Estou farta de pagar as crises para as quais não contribui.
- Estou farta de ser humilhada na comunicação social e pelos "mandantes" deste país.
- Em todas as profissões há maus e BONS profissionais. Mas qual é prémio por tentar ser boa? O DESTERRO!
- Com que forças, com que motivação vou enfrentar os meus alunos se estou doente, triste, amargurada e desiludida com tudo e todos?
- Acabaram todas as minhas ilusões?EU NÃO SOU NINGUÉM, sou um farrapo que tem de pagar as "crises" que os outros criam e fazem.
- Votamos em quem? Nos que nos pisam, aniquilam, humilham MATAM. Vós não sois nada? NADA!
Peço uma explicação, uma justificação para o pesadelo que estou a viver, eu e a minha família. Quero acordar um dia e ver que o sol brilha para mim também, que voltei a ser um ser humano respeitado e com direitos e que valeu a pena ter-me dedicado uma vida à minha profissão.
100 Quilómetros de estrada em Lisboa não são 100 quilómetros de estrada em Bragança.
Eu não sou uma criminosa, sou PROFESSORA DO 1º CICLO!
As maminhas da senhora professora
E EU...SUBSCREVO!
Sobre a questão das maminhas, tenho uma opinião muito firme: a menina Bruna Real tem todo o direito de exibir ao mundo a generosidade da natureza e a abundância da sua silicone; a Câmara Municipal de Mirandela tem todo o direito de achar que aquela não é uma conduta própria de uma professora que dá aulas a menores de idade e que é seu dever afastá-la do ensino.
Eu sei que é giro lutar pela liberdade dos costumes e partir o pau nas costas dos velhos do Restelo, mas neste caso em particular faço questão de deixar crescer as barbas brancas. O conservadorismo nem sempre é parolo e atrasado. De vez em quando defende apenas valores que vale a pena conservar. Se Bruna Real fosse professora universitária, formadora de formadores ou deputada da nação, o acto de se libertar das roupas era problema dela e só dela. Era uma senhora grandinha entre pessoas grandinhas, a promover aquilo que as pessoas grandinhas gostam de fazer entre si.
Sendo professora primária – o que, quero acreditar, ainda pressupõe um módico de autoridade e a liderança pelo exemplo –, aparecer em pêlo na ‘Playboy’ não é propriamente a mais brilhante das ideias. O CM, que foi fazer a reportagem da entrada gloriosa de Bruna no arquivo municipal, relatava que vários jovens ocorreram ao local para presentear a senhora com pensamentos tão profundos quanto "és pouco boa, és!" ou "tira a camisola para nós". Assim de repente, "tira a camisola para nós" é capaz de não ser a melhor forma de abordar o ensino de Expressão Musical, mesmo enquanto actividade extracurricular. Como é óbvio, não há – nem deve haver – nada escrito no Estatuto da Carreira Docente sobre a incompatibilidade entre a nudez e o ensino. Mas ora bolas, há-de haver formas mais sensatas de promover a educação sexual.
Por:Por João Miguel Tavares (jmtavares@cmjornal.pt)
Sobre a questão das maminhas, tenho uma opinião muito firme: a menina Bruna Real tem todo o direito de exibir ao mundo a generosidade da natureza e a abundância da sua silicone; a Câmara Municipal de Mirandela tem todo o direito de achar que aquela não é uma conduta própria de uma professora que dá aulas a menores de idade e que é seu dever afastá-la do ensino.
Eu sei que é giro lutar pela liberdade dos costumes e partir o pau nas costas dos velhos do Restelo, mas neste caso em particular faço questão de deixar crescer as barbas brancas. O conservadorismo nem sempre é parolo e atrasado. De vez em quando defende apenas valores que vale a pena conservar. Se Bruna Real fosse professora universitária, formadora de formadores ou deputada da nação, o acto de se libertar das roupas era problema dela e só dela. Era uma senhora grandinha entre pessoas grandinhas, a promover aquilo que as pessoas grandinhas gostam de fazer entre si.
Sendo professora primária – o que, quero acreditar, ainda pressupõe um módico de autoridade e a liderança pelo exemplo –, aparecer em pêlo na ‘Playboy’ não é propriamente a mais brilhante das ideias. O CM, que foi fazer a reportagem da entrada gloriosa de Bruna no arquivo municipal, relatava que vários jovens ocorreram ao local para presentear a senhora com pensamentos tão profundos quanto "és pouco boa, és!" ou "tira a camisola para nós". Assim de repente, "tira a camisola para nós" é capaz de não ser a melhor forma de abordar o ensino de Expressão Musical, mesmo enquanto actividade extracurricular. Como é óbvio, não há – nem deve haver – nada escrito no Estatuto da Carreira Docente sobre a incompatibilidade entre a nudez e o ensino. Mas ora bolas, há-de haver formas mais sensatas de promover a educação sexual.
Por:Por João Miguel Tavares (jmtavares@cmjornal.pt)
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Quem não quer ser Lobo...
sexta-feira, 14 de maio de 2010
À medida que envelhecemos, por vezes, começamos a duvidar da nossa capacidade de "fazer a diferença". É nestes momentos que as nossas esperanças são impulsionadas por realizações notáveis de pessoas mais idosas, que tiveram a coragem de assumir os desafios que fazem muitos de nós murcharem.
Harold Schlumberg é uma dessas pessoas.
"Muitas pessoas me perguntam: 'O que os velhos fazem quando se aposentam?
Bem, eu tenho sorte de ter uma formação em engenharia química, e uma das coisas que eu mais gosto é transformar cerveja, vinho e outras bebidas alcoólicas em urina "
Harold deverá ser uma inspiração para todos.
Última Hora! Cancelada missa no Porto.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Estarei Assim Tão Velho?
Já lhe aconteceu, ao olhar para pessoas da sua idade, pensar: não posso estar assim tão velho(a)?!!!!
Veja o que conta uma amiga:
- Estava sentada na sala de espera para a minha primeira consulta com um novo dentista, quando observei que o seu diploma estava exposto na parede.
Estava escrito o seu nome e, de repente, recordei-me de um moreno alto e bem aparentado que tinha esse mesmo nome.
Era da minha turma do Liceu, uns 30 anos atrás, e eu
perguntei-me: poderá ser o mesmo rapaz por quem eu tinha me apaixonado naquela altura?
Quando entrei na sala de atendimento, imediatamente afastei esse pensamento do meu espírito.
Este homem grisalho, quase calvo, gordo, com um rosto marcado, profundamente enrugado... era demasiadamente velho para ter sido a minha paixão secreta.
Depois de ele ter examinado o meu dente, perguntei-lhe se ele tinha estudado no Colégio Sacré Coeur.
- Sim, respondeu-me.
- Quando se formou?, perguntei.
- 1965. Por que pergunta?, respondeu.
- É que... bem... o senhor era da minha turma!, exclamei eu.
E então, este velho horrível, cretino, careca, barrigudo, flácido, filho de uma puta, lazarento perguntou-me:
- A senhora era professora de quê?
quarta-feira, 12 de maio de 2010
terça-feira, 11 de maio de 2010
Concursos Públicos
Ora atentem lá nesta coisa vinda no Diário da República nº 255 de 6 de
Novembro 2008:
*EXEMPLO 1*
No aviso nº 11 466/2008 (2ª Série), declara-se *aberto concurso no I.P.J.*
Para um *cargo de "ASSESSOR"*, cujo vencimento anda à roda de *3500 EUR (700
contos)*.
Na alínea 7:... "*Método de selecção* a utilizar é o concurso de prova
pública que consiste na
*"... Apreciação e discussão do currículo profissional do candidato."*
*EXEMPLO 2*
No aviso simples da pág. 26922, a Câmara Municipal de Lisboa lança *concurso
externo de ingresso para COVEIRO*,
cujo vencimento anda à roda de *450 EUR (90 contos) mensais.*
*Método de selecção:*
*Prova de conhecimentos globais de natureza teórica e escrita com a duração
de 90 minutos.*
A prova consiste no seguinte:
1*. - Direitos e Deveres da Função Pública e Deontologia Profissional;*
*2. - Regime de Férias, Faltas e Licenças;*
*3. - Estatuto Disciplinar dos Funcionários Públicos.*
*4. - Depois vem a prova de conhecimentos técnicos: *Inumações, cremações,
exumações, trasladações, ossários, jazigos, columbários ou cendrários.
*5. -* Por fim, o homem tem que *perceber de transporte e remoção de restos
mortais.*
*6. -* Os cemitérios fornecem documentação para estudo. *Para rematar, se o
candidato tiver:*
- A escolaridade obrigatória somará + 16 valores;
- O 11º ano de escolaridade somará + 18 valores;
- O 12º ano de escolaridade somará + 20 valores.
*7. -* No final haverá *um exame médico para aferimento das capacidades
físicas e psíquicas do candidato*.
*ISTO TUDO PARA UM VENCIMENTO DE 450 EUROS MENSAIS!*
*Enquanto o outro, com 3500!!! Só precisa de uma cunha.*
Vale a pena dizer mais alguma coisa?!
Há que ter moralidade! *Por estas e por outras, é que existem Coveiros cultos
e Assessores burros ...*
sábado, 8 de maio de 2010
Conversa de Sofá
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Participação Disciplinar Muito Grave
Só quem está no ensino percebe a dimensão do problema.
Vejam (ou leiam) isto!
PARTICIPAÇÃO DISCIPLINAR MUITO GRAVE:
Professora agredida: Leonídia Marinho
Grupo Disciplinar: 10º B – Filosofia
Agressor:
Contextualização:
Dia vinte e seis de Março de 2010. Último dia de aulas. Às 14 horas dirigi-me à sala 15 no Pavilhão A para dar a aula de Área de Integração à turma 10º DG do Curso Profissional de Design Gráfico. Propus aos alunos a ida à exposição no Polivalente e à Feira do Livro, actividades a decorrer no âmbito dos dias da ESE. A grande maioria dos elementos da turma concordou, com excepção de três ou quatro elementos que queriam permanecer dentro da sala de aula sozinhos. Deixar que os alunos fiquem sozinhos na sala de aula sem a presença do professor é algo que não está previsto no Regulamento Interno da Escola pelo que, perante a resistência dos alunos que não manifestavam qualquer interesse nas actividades supracitadas decidi que ficaríamos todos na sala com a seguinte tarefa: cada aluno deveria produzir um texto subordinado ao tema “A socialização” o qual me deveria ser entregue no final da aula. Será preciso dizer qual a reacção dos alunos? Apenas poderei afirmar que os alunos desta turma resistem sempre pela negativa a qualquer trabalho porque a escola é, na sua perspectiva, um espaço de divertimento mais do que um espaço de trabalho. Digamos que é uma Escola a fingir onde TUDO É PERMITIDO!
É muito fácil não ter problemas com os alunos. Basta concordar com eles e obedecer aos seus caprichos. Esta não é, para mim, uma solução apaziguadora do meu estado de espírito. Antes pelo contrário. A seriedade é uma bússola que sempre me orientou mas tenho que confessar, não raras vezes, sinto imensas dificuldades em estimular o apetite pelo saber a alunos que têm por este um desprezo absoluto. As generalizações são abusivas. Neste caso, não se trata de uma generalização abusiva mas de uma verdade inquestionável. Permitam-me um desabafo: os Cursos Profissionais são o maior embuste da actual Política Educativa. Acabar com estes cursos? Não me parece a solução. Alterem-se as regras.
Factos ocorridos na sala de aula:
Primeiro Facto: Dei início à aula não sem antes solicitar aos alunos que se acomodassem nos seus lugares. Todos o fizeram exceptuando o aluno ***********, que fez questão de se sentar em cima da mesa com a intenção manifesta de boicotar a aula e de desafiar a autoridade da professora.
Dei ordem ao aluno para que se sentasse devidamente e este fez questão de que eu o olhasse com atenção para verificar que ele, ***********, já estava efectivamente sentado e ainda que eu não concordasse com a sua forma peculiar de se sentar no contexto de sala de aula, seria assim que ele continuaria: sentado em cima da mesa. Por três vezes insisti para que o aluno se acomodasse correctamente e por três vezes o aluno resistiu a esta ordem.
Reacção da maioria dos elementos da turma: Risada geral.
Reacção do aluno *********: Olhar de agradecimento dirigido aos colegas porque afinal a sua “ousadia” foi reconhecida e aplaudida.
Reacção da professora: sensação de impotência e quebra súbita da auto-estima.
Senti este primeiro momento de desautorização como uma forma que o aluno, instalado na sua arrogância, encontrou de me tentar humilhar para não se sentir humilhado.
Como diria Gandhi, “O que mais me impressiona nos fracos, é que eles precisam de humilhar os outros, para se sentirem fortes…”
Saliento que neste primeiro momento da aula a humilhação não me atingiu a alma embora essa fosse manifestamente a intenção do aluno.
Segundo Facto: Dei ordem de expulsão da sala de aula ao aluno **********, com falta disciplinar. O aluno recusou sair da sala e manteve-se sentado em cima da mesa com uma postura de “herói” que nenhum professor tem o direito de derrubar sob pena de ter que assumir as consequências físicas que a imposição da sua autoridade poderá acarretar.
Nem sempre um professor age ou reage da forma mais correcta quando é confrontado com situações de indisciplina na sala de aula. Deveria eu saber fazê-lo? Talvez! Afinal, a normalização da indisciplina é um facto que ninguém poderá negar. Deveria ter chamado o Director da Escola para expulsar o aluno da sala de aula? Talvez…mas não o fiz. Tenho a certeza de que se tivesse sido essa a minha opção a minha fragilidade ficaria mais exposta e doravante a minha autoridade ficaria arruinada.
Dirigi-me ao aluno e conduzi-o eu própria, pelo braço, até à porta para que abandonasse a sala. O aluno afastou-me com violência e fez questão de se despedir de uma forma tremendamente singular: colocou os seus dedos na boca e em jeito de despedida absolutamente desprezível, atirou-me um beijo que fez questão de me acertar na face com a palma da mão. Dito de uma forma muito simples e SEM VERGONHA: Fui vítima de agressão. Pela primeira vez em aproximadamente vinte anos de serviço.
Intensidade Física da agressão: Média (sem marcas).
Intensidade Psicológica e Moral da agressão: Muito Forte.
Reacção dos alunos: Riso Nervoso.
Reacção do aluno **********: Ódio visível no olhar.
Reacção da professora: Humilhação.
Ainda que eu saiba que a humilhação é fruto da arrogância e que os arrogantes nada mais são do que pessoas com complexos de inferioridade que usam a humilhação para não serem humilhados, o que eu senti no momento da agressão foi uma espécie de visita tão incómoda quanto desesperante. Acreditem: a visita da humilhação não é nada agradável e só quem já a sentiu na alma pode compreender a minha linguagem.
Terceiro Facto: O aluno preparava-se para fugir da sala depois de me ter agredido e, conforme o Regulamento Interno determina, todos os alunos que são expulsos da sala de aula terão que ser conduzidos até ao GAAF, Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família. Para o efeito, chamei, sem êxito, a funcionária do Pavilhão A, que não me conseguiu ouvir por se encontrar no rés-do-chão. Enquanto tal, não larguei o aluno para que ele não fugisse da escola (embora lhe fosse difícil fazê-lo porque os portões da escola estão fechados).
Mais uma vez, o aluno agrediu-me, desta vez, com maior violência, sacudindo-me os braços para se libertar e depois de conseguir o seu objectivo, começou a imitar os movimentos típicos de um pugilista para me intimidar. Esta situação ocorreu já fora da sala de aula, no corredor do último piso do Pavilhão A.
Reacção dos alunos (que entretanto saíram da sala para assistir à cena lamentável de humilhação de uma professora no exercício das suas funções): Risada geral.
Reacção do aluno ********: Entregou-se à funcionária que entretanto se apercebeu da ocorrência.
Reacção da Professora: Revolta e Dor contidas que só o olhar de um aluno mais atento ou mais sensível conseguiria descodificar. Porque, acreditem: dei a aula no tempo que me restou com uma máscara de coragem que só caiu quando a aula terminou e sem que nenhum aluno se apercebesse. Entretanto, a funcionária bateu à porta para me informar que o aluno queria entrar na aula para me pedir desculpa pelo seu comportamento “exemplar”.
Diz-se que um pedido de desculpas engrandece as partes: quem o pede e quem o aceita. Não aceitei este pedido por considerar que, fazendo-o, estaria a pactuar com um sistema em que os professores são constantemente diabolizados, desprestigiados e ameaçados na sua integridade física e moral. Em última análise, a liberdade não se aliena. O aluno escolheu o seu comportamento. O aluno deverá assumir as consequências do comportamento que escolheu e deverá responder por ele. É preciso PUNIR quem deve ser punido. E punir em conformidade com a gravidade de cada situação. A situação relatada é muito grave e deverá ser punida severamente. Sou suspeita por estar a propor uma pena severa? Não! Estou simplesmente a pedir que se faça justiça.
Vamos ser sérios. Vamos ser solidários. Vamos lutar por uma Escola Decente.
A culpa não é só do energúmeno em questão... é TAMBÉM dos imbecis/néscios que o pariram e educaram... e em grande parte da potilicalhada que temos e dos sucessivos (des)governos deste país, que geram leis sem pés nem cabeça!