Colisão faz três feridos ao final da tarde de hoje em Bagueixe (Macedo de Cavaleiros)

Uma colisão frontal entre duas viaturas ligeiras fez ao final da tarde de hoje três feridos em Bagueixe, Macedo de Cavaleiros.
Ao que apuramos uma mulher terá ficado ferida com média gravidade, enquanto as outras duas vítimas, ambas crianças, sofreram ferimentos ligeiros.

A mulher foi transportada para o Hospital de Bragança e as duas crianças para o de Macedo de Cavaleiros.

O alerta para a ocorrência foi dado às 19h07 desta sexta-feira e para o local foram acionados seis operacionais apoiados por três viaturas.

Foto: Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros

Escrito por ONDA LIVRE

Diversão noturna vai manter-se de portas fechadas em Macedo de Cavaleiros

A partir de amanhã, os espaços de diversão noturna vão poder voltar a abrir, mas só se passarem a funcionar como pastelaria ou café, cumprindo as mesmas regras e sem ser necessário alterar a classificação de atividade. Mantém-se proibida a abertura das pistas de dança.
A lei, aprovada ontem em Conselho de Ministros, determina ainda que estes espaços poderão estar abertos até à 1h, à exceção da Área Metropolitana de Lisboa, em que a obrigatoriedade de encerramento é às 20h.

No entanto, a solução encontrada pelo Governo para um setor que está de portas fechadas desde março não está a agradar a todos os empresários do ramo.

Em Macedo de Cavaleiros, por exemplo, os dois estabelecimentos de diversão noturna vão continuar de portas fechadas.

Alberto Cabral, proprietário do pub Model´s, diz mesmo que a lei ridiculariza o setor:

“Essa lei não faz sentido e ficou muito aquém do que estávamos à espera. Contávamos com algo que nos pudesse ajudar e esta lei não vem ajudar em nada, porque quem se podia adaptar a restaurante ou café já o fez há muito tempo e não precisou de esperar por esta lei, que eu até acho um pouco ridícula e vem ridicularizar o setor, que já está mal.

Nós não vamos abrir porque não temos esplanada e não estou a imaginar, coma decoração que o Model’s tem, as pessoas irem lá tomar café ou comer um Pastel de Belém.”

Já Nuno Baptista, proprietário da danceteria Roll, considera que o Governo está a “brincar com a noite” e acredita que a situação pode mesmo levar ao fim do setor:

“A solução que o Governo encontrou é uma pura brincadeira para com a noite. Eu sei que as coisas não estão bem, ainda há muito problema e todos temos de ter muito juízo porque  saúde está em primeiro lugar, mas abrir nas condições que eles nos propõe está fora de questão. 

Eu nem vou pôr a chave na porta. Prefiro fechar para sempre do que reabrir a casa nestas condições.

Ou repensam o sistema ou então a noite acabou.”

Para estes dois empresários, que ao longo dos últimos cinco meses de encerramento calculam prejuízos na ordem dos milhares de euros, uma das solução passaria por receberem apoios do Estado:

“Precisamos de apoio urgentes para o nosso setor que é o único que está parado. Fomos os primeiros a dar o exemplo, a fechar porque sentimos que assim faríamos parte da resolução do problema, e agora estamos aqui esquecidos sem apoios. Sabemos que, neste momento, não reunimos condições, a nível nacional, para abrir espaços fechados, precisamos então de apoios que estanquem as nossas dívidas.”

“Se o Estado ajuda outras empresas, a nós, que eu saiba, ninguém nos deu um cêntimo e nem querem saber se passamos ou não fome. Só sei que se não pagar os impostos, mesmo estando fechado, eles vão penhorar-me a casa e nem querem saber do resto.”
Nuno Baptista vai mais longe e defende que há condições para abrir as pistas de dança, adaptando os horários a cada tipo de estabelecimento:

“À noite vamos a um bar beber um copo, ninguém tem máscara e estão todos sentados uns ao lado dos outros, em contacto. Então, qual é a diferença?

Um bar, uma discoteca e uma danceteria são coisas diferentes. A danceteria, como é o meu caso, não precisa estar aberta até às 5/6h, mas, em contrapartida, um discoteca precisa estar a funcionar no mínimo até às 6h.

Eles têm de diferenciar os espaços.”

Por enquanto, a noite em Macedo de Cavaleiros vai manter-se fechada e se não surgirem outras soluções, estes dois empresários ponderam mesmo encerrar as portas de vez.

Escrito por ONDA LIVRE

Programa Voluntariado Jovem | Inscrições Abertas

O Programa Voluntariado Jovem – Criação da Agenda Estratégica 2030 para Alfândega da Fé tem como objetivo promover o envolvimento dos jovens do concelho na aplicação de questionários junto da população local sobre as temáticas estruturantes para o desenvolvimento estratégico e sustentável do concelho.

Consulta aqui todas as CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO e INSCREVE-TE!

Exposição | “Uma Cereja na Génese de Eugénio e Zé Rodrigues”

“Uma Cereja na Génese de Eugénio e Zé Rodrigues” é o nome da exposição que liga dois grandes nomes da pintura e da literatura à vila de Alfândega da Fé, parte integrante da XXI Bienal Internacional de Arte de Cerveira.
Situada no coração do nordeste transmontano, Alfândega da Fé tem vindo a afirmar-se como um pólo de arte e cultura, apresentando exposições, mostras e iniciativas vanguardistas e renomeadas nos meios artísticos nacional e internacional.

Alfândega da Fé volta a fazer parte do programa da Bienal Internacional de Arte de Cerveira com uma exposição de arte que acopla a literatura. Uma homenagem à amizade que unia o artista José Rodrigues e o poeta Eugénio de Andrade. Dois grandes vultos da cultura portuguesa e mundial, que durante vinte anos trocaram pinturas, poemas e cerejas!

Recorde-se que na XX edição realizada em 2018, Alfândega da Fé inaugurou um pólo expositivo da Bienal com a mostra “XX Artistas na Casa”. Exposição colectiva que reuniu nomes como Cabral Pinto, Ção Pestana, Deolinda Pinto Rodrigues, José Emídio, Rui Anahory ou Zulmiro de Carvalho, reforçando o seu posicionamento nas artes e cultura e a ligação ao Mestre José Rodrigues e ao seu importante legado artístico.

“Uma Cereja na Génese de Eugénio e Zé Rodrigues” é parte integrante da XXI Bienal Internacional de Arte de Cerveira e vai estar patente na Galeria de Exposições da Casa da Cultura Mestre José Rodrigues em Alfândega da Fé a partir de 8 de agosto, com obras inéditas, que vão ser mostradas ao público pela primeira vez.

A curadoria da exposição é da responsabilidade de Ágata Rodrigues, directora da Fundação Escultor José Rodrigues sendo igualmente responsável pelo serviço educativo e dinamização cultural da obra do escultor José Rodrigues, e António Oliveira, doutorado em Ciências da Literatura, autor de várias comunicações sobre Marcel Proust, Eugénio de Andrade, Garcia Lorca, Miguel Torga e sobre Poesia em geral, em universidades portuguesas e estrangeiras. Organizou e selecionou os poemas de Eugénio e os desenhos de José Rodrigues publicados na obra «Variações sobre o corpo, homenagens de José Rodrigues a Eugénio de Andrade», Porto, 2015.

Artes plásticas, literatura e as cerejas como mote e inspiração de dois grandes nomes do panorama artístico e cultural, com visita obrigatória até 30 de Setembro em Alfândega da Fé.

Rui Rendeiro Sousa desvenda história de mais duas freguesias do concelho de Macedo este fim de semana

Dando seguimento ao desvendar da história do concelho de Macedo de Cavaleiros, Rui Rendeiro Sousa apresenta este fim-de-semana mais dois livros, desta vez dedicados à aldeia de Peredo e a Bornes e Burga.
Duas freguesias que têm quase 900 anos de história:

“No caso da freguesia de Bornes, posso adiantar que tem o documento mais antigo do concelho de Macedo e um dos mais antigos do distrito de Bragança.

Há muitas surpresas relativamente a Bornes, mas também a Burga que caminha para os 800 anos.

Já Peredo, talvez a grande novidade seja que teve outra aldeia que entretanto desapareceu e que existiu até, pelo menos, ao século XVI.

Estamos a falar de duas povoações que estão a caminho dos 900 anos.”

A apresentação do livro de “Peredo – Dos Senhorios Nobres às Terras do Comendador” acontece amanhã às 18h, já no domingo, a apresentação do “Bornes & Burga – Nobreza de Monte Mel” conta com duas sessão, uma na Burga às 17h e outra em Bornes às 18h.

Escrito por ONDA LIVRE

Nota de Imprensa | Município de Alfândega da Fé promove Mercadinho de Verão durante o mês de Agosto

O Município de Alfândega da Fé quer continuar a apoiar os produtores e a economia locais, promovendo e dinamizando o território através dos seus produtos de grande qualidade e excelência.
Neste sentido, a autarquia vai instalar de 5 a 31 de agosto, no Parque Verde de Alfândega da Fé, um Mercadinho de Verão, dedicado à comercialização dos produtos locais.

Santa Casa da Misericórdia de Miranda recebe distinção dos prémios BPI "La Caixa" infância

Um projecto da Santa Casa da Misericórdia de Miranda do Douro está entre os vencedores dos prémios BPI “La caixa” infância.
Foi a única instituição transmontana contemplada na segunda edição destas distinções.

Os 30 mil euros vão servir para criar um projecto de apoio familiar com actividades para os mais novos, avançou a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Miranda do Douro, Jacinta Fernandes.

“Vamos utilizar o método Montessori, com crianças entre os 5 e 6 anos e entre os 9 e 10. Funcionará durante todo o ano, nos pós laboral, e nas pausas lectivas funcionará em horário normal”, explicou.

Para a IPSS de Miranda do douro, este é um apoio importante para alargar o apoio na área da infância, pondo em prática um método inovador para o desenvolvimento desta faixa etária.

“É um método pedagógico baseado na auto-educação, em que permite liberdade de movimentos”.

Foi a segunda vez que a Santa Casa da Misericórdia de Miranda do Douro foi contemplada com um prémio desta fundação, depois de o ano passado ter sido apoiada para estender o programa de apoio domiciliário aos idosos do concelho.

Os prémios BPI “La caixa” infância apoiaram 31 projectos com 750 mil euros para fomentar o desenvolvimento integral e a saúde de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, bem como o reforço de competências parentais.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

Banda 25 de Março traz esta noite música a Macedo de Cavaleiros

Esta noite chega a vez da Banda 25 de Março, de Lamas, trazer música a Macedo de Cavaleiros.
É com a prata da casa que se encerra o mês de julho pelas ruas da cidade e esplanadas.

Rui Miranda, maestro da banda, desvenda um pouco do repertório que se vai fazer ouvir esta noite:

“Preparamos marchas de rua, que é o repertório que estamos habituados a tocar porque também o espaço de tempo para ensaiar foi curto devido, visto que a retoma da atividade só foi autorizada há cerca de um mês e meio.

Vamos andar pelas ruas, parar nas esplanadas e, embora algumas estejam mais dispersas pela cidade, vamos tentar animar todas.”
Esta é a primeira vez que o grupo atua desde o período de confinamento, embora em número reduzido, com a presença de 16 elementos.

“O grupo está a aderir bem, já havia muitas saudades do pessoal se encontrar, mas há sempre a condicionante do número de elementos que podem participar nestas atividades devido à Covid-19, e é isso que os deixa mais apreensivos visto que nem todos vão poder estar.”

A arruada tem hora marcada para as 21h30 desta sexta-feira.

Escrito por ONDA LIVRE

“Uma árvore pela floresta” junta CTT e Quercus pelo sétimo ano consecutivo

Os kits vendidos são convertidos em árvores e arbustos de espécies autóctones, como o freixo, o sobreiro, a azinheira, o medronheiro, ou o castanheiro, entre muitas outras, que serão plantadas em Áreas Protegidas e Zonas Classificadas na primavera de 2021.

Está de volta a campanha de reflorestação “Uma Árvore pela Floresta”. Pelo sétimo ano consecutivo, os CTT e a QUERCUS voltam a ser parceiros nesta iniciativa que tem como objectivo permitir que todos possam participar ativamente na plantação de espécies autóctones em Áreas Protegidas e Zonas Classificadas do nosso País, em particular nas zonas mais afetadas pelos incêndios.

Na edição de 2020 está à venda um novo kit, o Fraxinus angustifolia ou o freixo-nacional, que pode ser adquirido por 3,50 euros e até 31 de Dezembro, em 300 Lojas CTT espalhadas por todo o País, e também, durante todo o ano e com portes grátis, na Loja Online aqui.

O novo kit “Uma Árvore Pela Floresta” possui também um QR Code, com uma mensagem sonora que disponibiliza notícias e instruções para o registo do kit aqui, para que saiba onde a sua árvore vai ser plantada e para o caso de querer ser voluntário nas plantações a realizar.

Os kits vendidos são convertidos em árvores e arbustos de espécies autóctones, como o freixo, o sobreiro, a azinheira, o medronheiro, ou o castanheiro, entre muitas outras, que serão plantadas em Áreas Protegidas e Zonas Classificadas na primavera de 2021, com a participação ativa de todos os voluntários que se inscreverem no website ou através do email voluntarios@quercus.pt.

“Este é um ano especial porque, com o contributo de todos, estamos prestes a atingir as 100 mil árvores plantadas. Por outro lado, devido à pandemia que a todos afeta, as plantações previstas para esta nova campanha incluirão também as 8.000 árvores que não puderam ser plantadas em março de 2020. Todas as plantações são organizadas no terreno pela QUERCUS, em colaboração com o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas“, lê-se num comunicado de imprensa distribuído pelos CTT.

João Bento, CEO dos CTT, salienta  0 orgulho dos CTT se voltarem a associar à QUERCUS na iniciativa Uma Árvore pela Floresta. “Somos parceiros desde a primeira edição, no âmbito da nossa política de sustentabilidade, e fazemos uso da forte capilaridade da rede dos CTT e da proximidade aos portugueses para ajudar à reflorestação das zonas afetadas pelos incêndios em Portugal, uma vez que a QUERCUS irá plantar uma espécie autóctone por cada kit vendido, em zonas classificadas e áreas ardidas. É de louvar a adesão dos portugueses em edições anteriores e apelamos novamente à participação de todos, quer através de 400 das nossas lojas físicas quer na loja online”, disse o CEO dos CTT

Já Paula Nunes da Silva, presidente da QUERCUS, salientou a situação atual que atravessa o país, com temperaturas muito elevadas e propícias a incêndios. “Numa altura em que o país se prepara de novo para o drama dos incêndios e em que o planeta se debate com o perigo claro e urgente das Alterações Climáticas, projetos como “Uma Árvore pela Floresta” são de enorme importância porque permitem aos cidadãos participar ativamente e contribuir para a proteção da biodiversidade e dos ecossistemas do nosso país e do Sistema Terra”.

Através desta parceria com a QUERCUS e os CTT reforçam a sua política de apoio à biodiversidade e de combate às alterações climáticas, expressa através dum portefólio ecológico ou carbonicamente neutro (Correio Verde, DM Eco e Expresso/Encomendas), da aposta na eficiência energética e carbónica, e da expansão da sua frota sustentável, a maior do país, os quais permitiram aos CTT reduzir a sua pegada carbónica em 64% entre 2008 e 2019.

Governo “acredita num interior próspero”, diz ministra Ana Abrunhosa

A ministra pediu aos autarcas presentes que mudem o discurso em relação ao interior do país.
A ministra acredita que é possível haver um interior
 próspero. Foto: Liliana Carona/RR
A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, disse esta quinta-feira que é preciso "mudar o discurso" sobre o interior do país, pois o Governo "acredita num interior próspero", onde existe conhecimento e diversificação da base económica.

"Este Governo acredita num interior próspero, posicionando na linha da frente a ciência e a inovação. Ao contrário do que muitas das vezes ouvimos, o interior não é só população idosa, não é só agricultura, não é só floresta, é também conhecimento, é inovação e é diversificação da base económica. E que seja também agricultura e floresta, mas com conhecimento, com inovação", disse a governante.

Ana Abrunhosa falava na cidade de Mêda, no distrito da Guarda, na sessão de apresentação e de instalação do polo do Laboratório Colaborativo More – Montanhas de Investigação, criado numa parceria do município com o Instituto Politécnico de Bragança e a Fundação Côa Parque, entre outros parceiros, que visa produzir conhecimento e contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Na sua intervenção, Ana Abrunhosa falou também da importância do projeto para o território e apelou aos autarcas presentes para que seja alterado o discurso em relação ao interior do país.

"O discurso de que no interior somos coitadinhos, de que no interior não acontece nada (...) nós estamos a mudar esse discurso, temos de manter um olhar realista para estes territórios, mas temos de valorizar o que temos", apelou.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, valorizou a instalação na Mêda do polo do Laboratório Colaborativo More - Montanhas de Investigação e referiu que também terá como função "trazer pessoas" para a região do Vale do Côa.

Manuel Heitor desafiou depois os Institutos Politécnicos de Bragança e da Guarda para que vejam no projeto "uma oportunidade de criarem um polo de formação superior" no território.

O ministro sublinhou ainda que o laboratório, que vai funcionar no edifício da Biblioteca Municipal de Mêda, no complexo da Casa da Cultura, "é um grande desafio" e tem "capacidade para atrair pessoas novas".

"Estou certo de que não faltará o financiamento para novas ideias", concluiu Manuel Heitor.

Na sessão foi assinado o protocolo de instalação do Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação – Polo do Vale do Côa e Centro Interior, entre o município de Mêda, o Instituto Politécnico de Bragança e a Fundação Côa Parque.

O presidente da Câmara Municipal de Mêda, Anselmo Sousa, referiu que o polo abrangerá, para além do seu município, os concelhos de Vila Nova de Foz Côa, Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo e, em breve, Torre de Moncorvo.

O autarca disse tratar-se de um projeto "preponderante" para o desenvolvimento da região em áreas como o turismo e o património cultural, a agricultura e a agroindústria.

Já o presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro, espera que a iniciativa "sirva uma região mais alargada do que a região do Vale do Côa" e que "seja um sucesso nas mais diversas áreas".

O presidente do Politécnico de Bragança e responsável pelo Laboratório Colaborativo More, Orlando Rodrigues, explicou que o projeto pretende fazer a ligação entre a ciência e a tecnologia, as empresas e as instituições.

Numa primeira fase o polo funcionará com uma equipa de cinco técnicos "altamente qualificados" nas áreas do património, geologia, agricultura, recursos naturais, turismo e comunicação, referiu.


CANTIGA


Ó caixeirinho do Porto
Já não te digo mais nada
Não te cases com D. Rosa
Que ela já está enganada
D. Rosa foi para casa
Muito triste e apaixonada
Logo a sua mãe lhe disse:
“Ó filha és desgraçada”
Anda cá minha filha,
Filha do meu coração
Entra pela porta a dentro,
Vai ao teu pai pedir perdão
Perdoa-me meu pai,
Perdoa-me que tenho andado desgraçada
Quanto vejo deste mundo
De uma amante abandonada
De uma amante abandonada,
De uma amante aborrecida
Não tinha em que me valer
Vali-me da triste vida.

RECOLHA 2005 SCMB, SÂNCIA PATRÃO, Idade: 93.
Localização geográfica: MOREDO – ORIGEM + 50 anos.

FICHA TÉCNICA:
Título: CANCIONEIRO TRANSMONTANO 2005
Autor do projecto: CHRYS CHRYSTELLO
Fotografia e design: LUÍS CANOTILHO
Pintura: HELENA CANOTILHO (capa e início dos capítulos)
Edição: SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BRAGANÇA
Recolha de textos 2005: EDUARDO ALVES E SANDRA ROCHA
Recolha de textos 1985: BELARMINO AUGUSTO AFONSO
Na edição de 1985: ilustrações de José Amaro
Edição de 1985: DELEGAÇÃO DA JUNTA CENTRAL DAS CASAS DO POVO DE
BRAGANÇA, ELEUTÉRIO ALVES e NARCISO GOMES
Transcrição musical 1985: ALBERTO ANÍBAL FERREIRA
Iimpressão e acabamento: ROCHA ARTES GRÁFICAS, V. N. GAIA

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Sem Te Olhar Nos Olhos

Por: Manuel Amaro Mendonça
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


Com quase setenta anos, João Henrique Antunes era ainda um homem elegante e bem-parecido. Naquele frio fim de tarde de março, hesitava frente à capela mortuária, debaixo do céu cinzento de nuvens ameaçadoras. Algumas das pessoas que entravam, olhavam-no com curiosidade.
Por fim, encheu o peito de ar e subiu os quatro degraus necessários para atravessar o umbral.
Lá dentro estava quente. Viam-se irradiadores nas paredes laterais. No centro da nave estava um caixão coberto de flores, com muitas mais no chão. De um lado e outro do esquife, pessoas sentadas e, aqui e além, pequenos grupos que conversavam em voz baixa. Todos olharam o recém-chegado com variados graus de curiosidade e persistência, mas a maioria regressou ao que estava a fazer.
João, após mirar rapidamente os presentes, despiu o sobretudo azul escuro e colocou-o sobre o braço, dirigindo-se depois à mesa, onde se encontrava o livro de condolências. Por uns segundos, repousou os olhos azuis sobre a foto ao lado do livro. A mesma fotografia que vira no jornal: Eduarda, mais de quarenta anos depois! Embora a dor que ela provocou na altura, estivesse bem gravada na memória. Estava mais velha, claro, mas envelhecera bem, continuava bela. Os olhos castanhos e o rosto moreno, adornado pelo cabelo, agora branco, era a mulher que ele gostaria de ter a seu lado. Ele, que estava viúvo há mais de dez anos.
Assinou o livro com a caligrafia quase ilegível, que lhe era característica e acrescentou “Eterna Saudade”, enquanto pensava quantas vezes, noutros casos, tinha dito estas duas palavras tão sentidas, sem que significassem praticamente nada.
Encarou então as pessoas à volta do ataúde. Reconheceu um ou dois rostos, de amigos dela, mas de quem já nem recordava o nome, mas distinguiu o irmão de Eduarda, que aparentemente não tinha tirado os olhos dele, desde que chegara.
Altivamente, costas bem direitas, dirigiu-se a ele, Pedro, que sempre o culpara de algo que ele suspeitava o que era, mas nunca teve a certeza. Estendeu a mão num cumprimento, a que o outro tardou em responder, fitando-a como se tivesse lepra. Por fim, Pedro ergueu-se, apertou-lhe a mão e abraçou-o, dizendo-lhe ao ouvido: “Que fazes aqui? Não sabes que não és bem-vindo?”
João afastou-se ligeiramente do homem, fitou-o nos olhos, tão parecidos com os da irmã e com um sorriso triste, respondeu-lhe, num meio sussurro: “Os meus sentimentos pela tua perda.”
Depois, virou-lhe simplesmente as costas, para olhar o corpo em repouso no caixão. Parecia mais pequena, embora ela nunca tivesse sido grande. A mulher pequena e turbulenta, que fez as delícias da sua vida, por cerca de três anos. Apesar do seu tamanho, quando o deixou, ficou um enorme espaço vazio, que nunca ninguém conseguiu preencher… e ele bem tinha tentado.
As memórias daquela época, os finais da década de 1980, estavam bem frescas na sua memória. Com vinte e oito anos, estava num período excelente no departamento de marketing da empresa onde trabalhava; ganhava bem, era amigo do patrão e o mundo sorria-lhe, principalmente a parte feminina. Vivia com Eduarda há três anos, que conhecera no casamento do irmão, Pedro, com quem se fizera amigo na faculdade.
Eduarda conseguia encher uma casa, a falar e a rir das suas próprias palavras. Tinha sempre tema de conversa e ele recordava-se de muitas vezes lhe ter pedido para se acalmar e falar menos, que estava cansado de a ouvir. Não imaginava, na altura, como haveria de lhe sentir a falta.
— Não ouviste o que te disse? — Insistiu Pedro, sobre o ombro, em voz baixa.
— Sim, ouvi. — Respondeu João asperamente, no mesmo tom, sem se voltar. — Não tens o direito de decidir isso, como não tinhas o direito de te intrometer.
— Ela era minha irmã! — O outro começou a alterar-se.
— Acalma-te e senta-te, não queiras dar espetáculo. — Tornou João, mais conciliador. — Tua irmã, mas minha mulher, a tua intromissão entre nós, deu no que deu.
— O quê?!? — Pedro ficou lívido. — Queres justificar os teus atos com a minha intromissão? Eu tive de intervir, para a defender das tuas atitudes. Porque foste tu que a afastaste! Eu só colaborei naquilo que ela me pediu: que nunca te dissesse onde ela estava.
— Era minha mulher e eu tinha o direito de saber, de lhe perguntar porque me abandonou, se estava tudo bem entre nós. — João voltou-se para o interlocutor. — Tinha direito a uma segunda oportunidade…
— …ou terceira, ou quarta… — Continuou o outro com um sorriso de escárnio. — Estavas sempre a traí-la! Foi por isso que te abandonou!
Os presentes estavam a ficar nervosos com a conversa dos dois, cada vez mais alterados.
— Senhores, por favor. Respeitem ao menos a mulher, que aqui está deitada. — Um outro homem, dos seus quarenta anos, logo seguido por uma mulher pouco mais nova, aproximaram-se. — Tio, então? — Dirigiu-se a Pedro que, assim admoestado, virou costas e abandonou a capela.
— As minhas desculpas, não devia ter cedido à provocação. — Pediu João. — Eu sou ex-marido da Eduarda e…
— Sim, a minha mãe disse-me, pouco tempo antes de falecer, que poderia aparecer por aqui. — Continuou o homem. — Meu nome é Henrique e sou o filho mais velho, esta é a minha irmã, Idalina.
Olharam-se nos olhos e a João pareceu-lhe ver uma versão de si próprio quando era mais novo. Não lhe faltavam os olhos aquosos azuis e o nome parecia um carimbo de identificação. Já Idalina, tinha os olhos castanhos e pequenos da Eduarda.
— A minha mãe deixou-me uma carta para si. — Também Henrique parecia perturbado com aquela semelhança, enquanto lhe entregava um envelope. — A doença que a levou, foi lenta a consumi-la e ela teve tempo de sobra, para preparar as despedidas. A carta, disse-me, já está escrita há muitos anos, mas nunca teve coragem de a enviar. Não sei o que diz, não abri, mas também não quero saber exatamente quem é você, nem o que fez à minha mãe. Por favor, leia-a lá fora e… agradeço que não volte.
Derrotado, consciente de ter estado a falar com o seu próprio filho, abandonou a capela, sentindo dezenas de olhos nas costas. Lá fora, atravessou o olhar azedo de Pedro, envolto em baforadas nervosas de fumo, mas seguiu em sentido contrário, para evitar retomar uma discussão velha de quarenta anos.
Sentou-se num dos bancos de pedra, oculto das vistas de quem circulasse por ali e abriu o sobrescrito, que revelou uma cola ressequida e soltou pequenos grãos de pó. Lá dentro havia uma folha escrita e uma fotografia de Eduarda, a perder cor e ligeiramente desenquadrada, mas linda como ela era há quarenta e muitos anos. Os olhos aparentavam ter estado a chorar, mas era ela, a mulher que sempre amara. É verdade que a traíra algumas vezes, que ela descobrira uma e outras não, mas ela perdoara sempre e retomavam a relação ainda com mais força que antes.
Foi numa dessas alturas que ela se fora. Tinham discutido por causa de uma colega do emprego, a Lurdes, mas fizeram as pazes. Uma vez mais ele tinha prometido que não teria mais nada com ela. Dois dias depois, Eduarda foi-se embora, sem uma palavra; quando ele regressou do emprego, simplesmente todos os vestígios da presença dela haviam desaparecido.
Nos dias seguintes iria aumentar o desespero, à medida que as colegas de trabalho diziam que não a viram e que já não ia ao emprego há uns dias. Por fim, procurou Pedro, que o recebeu com “quatro pedras na mão” e lhe disse que a irmã estava bem. Bem melhor agora, que estava longe de João. Não queria vê-lo mais e pedia que não a procurasse.
Inicialmente, ainda pensou seguir o irmão, ou mandar segui-lo, para perceber onde ela se acoitava, mas depois, o orgulho foi mais forte e achou que ela haveria de voltar. Mas à medida que o tempo se passava, foi-se deixando abater até que um dia, bebido além da conta, foi fazer uma cena à casa de Pedro e acabaram à pancada. A mulher dele chamou a polícia e João foi proibido de se aproximar dele. O orgulho e a vergonha fizeram com que nunca mais a procurasse.
Ao retirar a carta de dentro do sobrescrito parecia sentir já o peso da acusação sobre ele.
A folha estava amarelada e datava de três anos após o ter deixado. Estava escrita a esferográfica azul, naquela caligrafia tão feminina que ela tinha e rezava assim:

“11 de abril de 1991
João, meu amor.

Penso que ainda te posso chamar assim, porque, apesar de tudo, o meu amor por ti é que me levou a tomar a atitude que tomei. O problema principal é que tu não consegues ter apenas uma mulher e eu não consigo deixar de te perdoar… e fico a odiar-me por isso.
Cada vez que me olhas com os teus olhos de anjo, me pedes perdão e dizes que não se volta a repetir, eu sei que é apenas um intervalo. Por trás desse olhar doce, há um coração volúvel, que, por muito amor que me tenha, não se consegue preencher só comigo.
Só agora, sem te olhar nos olhos e quase três anos depois, me sinto com coragem para te dizer o que me vai no coração. Temo, porém, que te sintas encorajado a procurar-me e, uma vez mais, me faças cair na teia dos teus encantos, onde eu sei que sou enganada e não me importo. Não o faças por favor.
Casei com um homem bom e companheiro, que não teve qualquer pejo em cuidar do teu filho, como se dele fosse. Sim, eu estava grávida quando me vim embora e agora estou novamente, desta vez deste homem puro, que não me vai trocar por outra na primeira oportunidade.
Foi-me insuportável, depois de me garantires que não tornavas a sair com a Lurdes, eu descobrir, sem querer, que continuavas a fazê-lo. Só que desta vez, não precisei que me dissessem, vi-o com os meus olhos e tens a prova na tua mão.
Recebe um beijo desta que te ama e continua a tua vida, livre das amarras que te prendiam a mim, preenchendo o teu coração com quantas mulheres conseguires.
Sempre com muito amor, Eduarda.

PS: Depois de muito pensar, decidi não te enviar esta mensagem, não quero correr o risco de que me faças destruir este casamento. Talvez um dia me decida a dar-ta, quando já for tarde demais para me quereres, ou eu a ti.”

Sentiu-se atordoado com a catadupa de informação que recebera, ela não o deixara porque tinha outro, ou porque não o amava, mas porque sabia que estava a ser traída novamente. A prova em sua mão?!?
Olhou de novo a fotografia mal-enquadrada da bela Eduarda e percebeu que, em segundo plano, ele próprio e Lurdes, beijavam-se, acoitados no umbral de uma porta.

Manuel Amaro Mendonça nasceu em Janeiro de 1965, na cidade de São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, a "Terra de Horizonte e Mar".
É autor dos livros "Terras de Xisto e Outras Histórias" (Agosto 2015), "Lágrimas no Rio" (Abril 2016) e "Daqueles Além Marão" (Abril 2017), todos editados pela CreateSpace e distribuídos pela Amazon.
Ganhou um 1º e um 3º prémio em dois concursos de escrita e os seus textos já foram seleccionados para mais de uma dezena de antologias de contos, de diversas editoras.
Outros trabalhos estão em projeto e saírão em breve, mantenha-se atento às novidades AQUI.

Projeto Sentinelas já conta com 13 grifos marcados para detetar ameaças contra a biodiversidade

A rede de sentinelas de combate ao uso ilegal de venenos e outras ameaças para a biodiversidade criada no âmbito do projeto Sentinelas (www.sentinelas.pt) conta já com 13 grifos marcados com dispositivos GPS-GSM e/ou anilhas. Ao todo, desde o início do projeto, em 2019, foram colocados emissores GPS-GSM e anilhas em dez indivíduos e apenas anilhas noutros três.
Um dos exemplos de grifo a ser libertado após a marcação. Fotografia Gianpiero Lacovelli/Palombar
Na quinta-feira dia 23 de julho de 2020, foram marcados seis grifos adultos na Zona de Proteção Especial (ZPE) Rios Sabor e Maçãs da Rede Natura 2000, no concelho de Vimioso, dos quais em cinco foram colocados emissores e anilhas PVC e metálicas, e num apenas as anilhas. Para além da marcação, foram registadas várias biometrias e colhidas diversas amostras biológicas dos exemplares para análise. Nas ações de captura e marcação estiveram presentes técnicos da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural e investigadores da Universidade de Oviedo (Espanha), parceira do projeto.

Estes seis grifos juntam-se agora aos sete que já tinham sido marcados no dia 18 de novembro de 2019 na ZPE Douro Internacional e Vale do Águeda, alargando, desta forma, a capacidade da rede de sentinelas do projeto. A marcação dos animais no âmbito deste projeto sofreu atrasos significativos devido à pandemia de COVID-19 e está ainda previsto serem marcados brevemente grifos com emissores GPS-GSM e anilhas nas ZPE Serra do Gerês e Montesinho/Nogueira.

Os emissores GPS-GSM emitem frequentemente as posições dos animais e permitem que a equipa técnica do projeto Sentinelas monitorize continuamente os indivíduos, possibilitando, assim, detetar, atempadamente, potenciais ameaças.

A rede de grifos marcados do projeto Sentinelas funciona, desta forma, como um “radar” e assegura não só a identificação do uso ilegal de venenos, como outros riscos relacionados com a intoxicação por diversos contaminantes ambientais, mortalidade em linhas elétricas e/ou parques eólicos e abate a tiro, as quais constituem algumas das ameaças mais importantes para várias aves de rapina com hábitos necrófagos, em particular, e para a biodiversidade, em geral.

Sobre o projeto Sentinelas
‘Sentinelas - marcação e seguimento de grifos Gyps fulvus como ferramenta de combate ao uso ilegal de venenos em Portugal’ é um projeto da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, financiado pelo Fundo Ambiental – Ministério do Ambiente e da Transição Energética no seu primeiro ano (2019) e desenvolvido em territórios da Rede Natura 2000. Tem como parceira a Universidade de Oviedo, em Espanha.

O principal objetivo do projeto é criar uma rede de espécies-sentinelas que possibilite obter informação e combater o uso ilegal de venenos em Portugal, o qual representa um sério problema para a conservação da biodiversidade, dos ecossistemas e para a saúde pública.


No âmbito deste projeto, pretende-se alargar e reforçar a rede de parceiros, bem como unir esforços com vista a combater de forma mais eficaz o uso ilegal de venenos e outras formas de furtivismo em Portugal.

Central fotovoltaica em Mogadouro estimula emprego em tempos de crise pandémica

A construção de uma central fotovoltaica de 25 milhões de euros pretende contribuir para estimular a economia do concelho de Mogadouro, com a criação de 150 postos de trabalho.
A construção de uma central fotovoltaica de 25 milhões de euros pretende contribuir para estimular a economia do concelho de Mogadouro, com a criação de 150 postos trabalho, e dinamizar a economia em tempos de pandemia.

“Trata-se de uma projeto importante e estratégico para o concelho, pela inerente dinamização da sua economia e naturais repercussões na sua vertente de atividade de alojamento, restauração e empresarial. Dos 150 postos de trabalho a criar, mais de metade serão destinados aos residentes no concelho”, disse hoje à Lusa o diretor de operações e obra Fernando Ribeiro.

Segundo aquele responsável, para o imediato está prevista a criação de 150 postos de trabalho no “pico da obra”, que deverá acontecer em agosto e setembro de 2020″, antecipando a empresa “que serão criados dois postos de trabalho em permanência, que se juntam a outros que fazem parte de empresas contratadas”.

“Temos trabalhado com muita proximidade com a câmara municipal, que tem estado presente em matéria de dinamização da economia local e, por esse motivo, temos privilegiado a contração de recursos locais”, vincou Fernando Ribeiro.

Este projeto foi anunciado no passado mês de janeiro, as obras arrancaram em maio e, de acordo com os promotores, “está em linha” com as datas anunciadas para a sua conclusão, ou seja, “até ao final de 2020”.

A Central Fotovoltaica de Mogadouro é promovida pelo grupo suíço Smartenergy/Edisun Power, que prevê investir 25 milhões de euros na construção da central com uma potência instalada de 49 megawatts.

Para o presidente da Câmara de Mogadouro, Francisco Guimarães, a construção da central é o maior investimento privado no concelho, do distrito de Bragança, na última década.

“Este projeto tem um grande reflexo na economia local em tempo de pandemia. Temos empregos garantidos para os próximos tempos. Este projeto foi uma lufada de ar fresco em tempos de crise para o concelho”, concretizou o autarca.

“Tudo está a correr bem e sem desvios ao que estava planeado. Não verificámos, no decurso dos trabalhos, impactos significativos provocados pela Covid-19. Apesar de haver muitos equipamentos que são importados de outros países, houve uma gestão antecipada dos recursos”, vincou.

Segundo a empresa, o projeto contempla a instalação de cerca de 130 mil painéis solares, que vão ocupar uma área de 68 hectares, na freguesia de Tó, no concelho de Mogadouro.

“Trata-se de um projeto sustentável que não vai alterar a orografia do terreno e, após o tempo útil da central fotovoltaica, poderá ser de novo ser cultivado, já que não há movimentações de solos. O impacto visual também é mínimo”, concretizou o diretor de operações do projeto.

A criação destas infraestruturas servem, também, como zonas tampão para a prevenção de incêndios florestais.

Mais de meia centena de trabalhadores e máquinas pesadas estão no terreno e a Central Fotovoltaica de Mogadouro começa a ganhar forma, sendo mesmo apelidada pelos seus promotores “como um projetos de mar azul”, dada a cor dos painéis solares que começam a ser colocados no terreno.

A unidade de produção de energia solar propõe-se gerar 80 milhões de quilowatts de eletricidade, anualmente, o suficiente para suprir as necessidades de um núcleo urbano de cerca de 20.000 pessoas.

Para os promotores do projeto, “outros dos objetivos passa por colocar o concelho no pelotão da frente, para contribuir para que o país se torne energeticamente mais sustentável, via contributo das energias renováveis – solar, e ajude a chegar às metas traçadas pelo país ao abrigo do Plano Nacional de Energia”, vincou o grupo Smartenergy/Edisun Power.

Segundo este grupo empresarial suíço, com este projeto “há uma contribuição inequívoca no combate às alterações climáticas, pois irá evitar emissões de aproximadamente 31 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano e gerar uma produção anual de energia suficiente para abastecer cerca de 7.100 habitações”.

A conexão com a rede está prevista para o final de 2020, visto que a central fotovoltaica está a ser construída nas proximidades da subestação elétrica de Mogadouro.

A Smartenergy/Edisun Power adiantou ter outro projeto de 23 megawatts para o concelho de Mogadouro, mas para já ainda não há uma data definida”, estando o processo em “análise e conversações”.

A Ignichoice Renewable Energy, S.A. é uma sociedade de direito português, constituída pelo grupo Smartenergy/Edisun Power (empresas suíças), para materializar o projeto Central Fotovoltaica de Mogadouro.

Estela Silva

Biblioteca de Macedo desafia crianças a contar histórias para publicar na internet

A Biblioteca Municipal de Macedo de Cavaleiros está a desafiar as crianças, até aos 12 anos, a gravar histórias em vídeo com o telemóvel para depois serem divulgadas na internet.
O concurso chama-se “Agora Conto Eu… Depois Tu” e Elsa Escobar, vice-presidente da autarquia e responsável pela cultura, explica como fazer:

“Têm de pensar em história de que gostem, conheçam, que tenham lido ou que lhes tenha sido contada, e que queiram recontar. Pode ser uma história que achem engraçada ou que tenha uma moral que considerem que deva ser partilhar. Depois devem gravar isso em vídeo, à semelhança do que os técnicos da câmara fizeram durante o período de confinamento, em que foram gravando a hora do conto e publicando online. Agora é vez das crianças fazerem o mesmo.

Foi-lhes aconselhado que fizessem um vídeo na horizontal para não perder qualidade ao ser publicado, uma vez que na vertical fica com barras pretas.”

E há direito a prémios:

“O vídeo que tiver mais visualizações até ao dia 30 de setembro ganha o primeiro prémio que é um vale no valor de 100€ para adquirir livros em qualquer estabelecimento aqui de Macedo.

Depois, se algum autor de um vídeo convencer um amigo ou amiga a fazer o mesmo, esse tem de mencionar o nome de quem o convenceu no vídeo, e quem o convenceu também ganha um vale de 10€ para adquirir a sua história favorita aqui na cidade.”

Os vídeos devem ser enviados até 31 de agosto para o endereço eletrónico da biblioteca municipal (bibliotecamunicipal@cmmacedodecavaleiros.pt), com indicação do nome completo e contacto telefónico.

Vão ser publicados na página de Facebook da autarquia a partir do dia 3 de agosto.

Escrito por ONDA LIVRE

O moço dos bois

De oras em quando dou por mim a pensar que já não vou para novo. Não sendo velho, as memórias das minhas vivências, o registo daquilo que vi, coloca-me em frente dos olhos coisas do mundo antigo.
Modos de vida e de ser que se perpetuaram nos séculos e que frequentemente ainda chegaram até aos meus anos de menino e moço nado e criado nas serranias que aconchegam as versas numa poética infância mesmo que sem versos.

Tenho a perfeita noção hoje em dia neste meu e seu quotidiano feito de modernidade e com coisas de muito espanto, de que privilegiadamente ainda tive um pé num mundo que se foi. Consegui e consigo ver coisas que há duzentos anos ou mais se viviam e sentiam. Foi uma sorte.

Ainda sou do tempo em que se não passava nos cruzamentos dos caminhos pela meia noite, em que se acreditava em lobisomens e em bruxas disfarçadas sob a forma de caldeiros velhos nas bermas dos caminhos, e em que se penava porque se não acreditava em dias melhores.
Consigo por isso perceber que o calcorrear de um caminho se fazia com ele a entrar por uma pessoa adentro numa envolvência que dava afagos com as particularidades de cada metro, de cada parede, e de cada paisagem em momentos irrepetíveis porque tudo mudava a cada hora apesar de parecer tudo estar na mesma.

No pequeno cosmos que era cada aldeia, entre todos os animais domésticos, os bois eram de primeira importância. Impunham-se pelo tamanho e pelo préstimo. Cabia-lhes a função de acrescentar força a quem pela força da vida ensopava o suor do rosto com titânicos esforços quantas vezes a troco de uma simples sopa na mesa.

A importância de uma casa de lavoura começava por medir-se pelo facto de ser ou não detentora de uma junta de bois, e a riqueza de uma terra aquilatava-se pela quantidade delas em posse dentro dos seus limites e por entre as suas gentes.

Ser-se possuidor de um carro de bois dava estatuto e posição, pois era sinal de que se possuíam muitos bens ao luar e que se tinham de rogar muitos homens e mulheres para trabalhar. Animais de carga e seres humanos contribuíam para o desenrolar da vida lento e harmonioso, ainda que muito pouco justo.

O moço dos bois, que não tinha necessariamente que ser rapaz e nem sequer era tido como importante entre os pares e os patrões, tinha um papel de primeira apanha nas dinâmicas do granjeio e das inúmeras labutas em redor dos cereais e das vides e em lameiros mais cuidados que as próprias vidas.

Aparelhava e pensava os animais, condicionava e conduzia os carros de bois por entre ruas e carreiros. Com o aguilhão dava-lhes ordens de marcha e com a voz dava-lhes ordens de avanço e de paragens. Com o assobia, indicava-lhes o momento de beber a água vertida da fonte para o tanque.

Com os carros de bois, transportava-se tudo. Lenha para o lume, trigo para se malhar na eira, batatas arrancadas do campo para a loja, uvas para serem pisadas no lagar, e pipas de vinho para serem entregues por vezes bem longe aos compradores do costume em viagens de horas infindas.

Mas o que valia mesmo a pena para quem fosse rapaz ainda isento das preocupações da vida, eram as viagens nas chedas. Estas eram dois prolongamentos pontiagudos na parte traseira dos carros de bois com a função essencial de nelas se passarem as cordas que davam sustentação à carga transportada.

Muitas vezes os rapazes nelas encavalitados faziam parte dela por mero deleite como era o meu caso. O moço dos bois de quem eu mais gostei, foi um que era mouco. Não ouvia e só via em frente. Quase nunca se apercebia ao suplemento de carrego sob a forma de esporádicos e fugidios passageiros.

Não ouvia ele, mas ouvia eu. Ainda hoje ouço o chiar daquele carro de bois guiado por aquele moço, que sem saber, abriu uma rilheira na minha cabeça por onde ainda escorrem estas lembranças. Que Deus o haja.


Manuel Igreja

Caminhos de acesso às minas de Torre de Moncorvo já estão a ser limpos para começar exploração

Já arrancaram os trabalhos nas minas de ferro situadas na União de Freguesias de Felgar e Souto da Velha, concelho de Torre de Moncorvo.
Por enquanto estão a ser limpos os caminhos que dão acesso à mina.

“Neste momento aquilo que está a decorrer é a limpeza desses caminhos de modo a permitir transportar até ao local da exploração uma máquina, uma britadora móvel, e depois permitir que os camiões possam ir carregar ao local da mina o minério já britado”, explicou Carlos Guerra, consultor da Aethel Mining, empresa que detém a concessão.

Carlos Guerra adiantou que se prevê que dentro de duas semanas já seja possível começar a britagem dos minerais.

Até ao momento já foram contratados cinco funcionários, todos de Torre de Moncorvo e da região.

A Aethel Mining comprou a concessão à MTI-Ferro de Moncorvo, no ano passado, e detém agora a concessão das minas. O projecto vai durar 60 anos, serão criados até 140 postos de trabalho e investidos 520 milhões de euros.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais