terça-feira, 31 de janeiro de 2023

UM ABRIGO SECRETO

Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")

Traço a languidez no meu espaço secreto, e crio um abrigo para receber a noite. Deito-me na cama de Deus, encosto a cabeça na almofada da gratidão, e adormeço em lençóis tecidos de paz.
Sonho com o amanhecer, com o repicar de sinos a anunciar o final do conflito e com mãos cheias de flores.
Levanto-me e planto-as no jardim da imaginação. Antes deixo que as suas raízes encham o meu regaço abrindo crateras nos sentimentos adormecidos.
Sinto a leveza do ser espraiada nos pulmões e as lágrimas fazem lagos de calmaria, onde o azul se entranha nos dedos gelados.
Depois deste ritual, depois de saciado o sonho, fico novamente só.

Maria da Conceição Marques
, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.
Participei nas coletâneas: Poema-me; Poetas de Hoje; Sons de Poetas; A Lagoa e a Poesia; A Lagoa o Mar e Eu; Palavras de Veludo; Apenas Saudade; Um Grito à Pobreza; Contas-me uma História; Retrato de Mim; Eclética I; Eclética II; 5 Sentidos.
Reunir Escritas é Possível: Projeto da Academia de Letras- Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, Estado de Santa Catarina.
Livros Editados: O Roseiral dos Sentidos – Suspiros Lunares – Delírios de uma Paixão – Entre Céu e o Mar – Uma Eterna Margarida - Contornos Poéticos..

Notícias breves da região Norte

 BRAGANÇA: Mulher ferida com gravidade em atropelamento numa passadeira
Uma mulher, com cerca de 60 anos, ficou hoje ferida com gravidade ao ser atropelada numa passadeira na cidade de Bragança, de acordo com fonte dos bombeiros locais.

Segundo a fonte, a vítima foi colhida por uma viatura ligeira, numa passadeira da Av. General Humberto Delgado, e apresentava “ferimentos graves, tendo sido projetada cerca de 10 metros”.

O alerta para o acidente foi dado pelas 10:38 e ao local acorreram três veículos e cinco operacionais dos bombeiros de Bragança e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER).

MIRANDELA: Concelho tem mais duas equipas de intervenção permanente
Mirandela tem mais duas Equipas de Intervenção Permanente (EIP), uma na corporação de bombeiros da cidade e outra na corporação da vila de Torre de Dona Chama, “com o objetivo de reforçar a prontidão no socorro da população e defesa de bens”.

O reforço resulta de uma parceria entre a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e a Câmara de Mirandela, que informa, em comunicado, que este concelho do distrito de Bragança passa a dispor de um total de cinco EIP, com 25 operacionais.

De acordo com a autarquia, a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários e Cruz Amarela de Mirandela tinha já duas equipas constituídas desde 2021, com 10 operacionais, ficando agora com mais cinco profissionais.

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Torre de Dona Chama verá aumentado o efetivo profissionalizado de cinco para 10 operacionais.

TERRA QUENTE: Artesãos abrem as portas ao turismo
Um grupo de 13 artesãos vai abrir as portas aos turistas para mostrar ao vivo as artes tradicionais e proporcionar experiências, no âmbito de uma nova iniciativa da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, divulgou hoje aquela organização.

A associação criou a Rota do Saber Fazer para “fomentar o turismo experimental no território, abrindo as portas das oficinas de saber tradicional aos visitantes, proporcionando-lhes a experiência de observação, aprendizagem e criação de peças típicas do território, uma ideia que, por um lado, cria uma nova dinâmica económica para o artesanato e, por outro lado, vem dar resposta à falta de atividades que ocupem e mantenham os visitantes no território”.

A rota abrange os cinco municípios da associação, concretamente Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Mirandela e Vila Flor, e envolve vários agentes locais, tendo como pilar oficinas artesanais de instrumentos musicais, artesanato em madeira, albardeiro, olaria, tecelagem, tanoaria, trabalhos em xisto, bonecas de trapos, trabalhos em couro, Frioleira (arte têxtil) e máscaras dos caretos de Podence.

A associação acredita que “esta é também uma forma de tentar combater a sazonalidade do setor do turismo, havendo razões para uma visita em qualquer altura do ano.

HFI // JAP
Lusa/Fim

Associação de Municípios da Terra Quente cria Rota do Saber Fazer

 A Rota integra 13 artesãos que abrem as suas casas ao turismo experimental.


Para dar resposta à necessidade de criar ofertas turísticas, bem estruturadas, que de uma forma organizada consigam relacionar as potencialidades do território ao nível das pessoas, do seu saber-receber e do seu saber-fazer, com o património cultural e natural, valorizando os recursos e o território, a Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana (AMTQT), acaba de criar a “Rota Saber Fazer”.

A ideia é fomentar o turismo experimental no território, abrindo as portas das oficinas de saber tradicional aos visitantes, proporcionando-lhes a experiência de observação, aprendizagem e criação de peças típicas do território, uma ideia que, por um lado, cria uma nova dinâmica económica para o artesanato e, por outro lado, vem dar resposta à falta de atividades que ocupem e mantenham os visitantes no território.

O projeto foi desenhado pela AMTQT em estreita colaboração com os técnicos de turismo de cada um dos municípios da Terra Quente (Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Mirandela e Vila Flor), com maior proximidade com os diferentes tipos de agentes e operadores turísticos que integram a rota, nomeadamente, artesãos, agricultores, hotelaria, restauração, produtores de vinhos, animação turística, entre outros.

Sendo o artesanato o pilar principal deste projeto, os promotores têm prevista a criação de novas utilidades/peças, associando um por atelier de design à Rota, que sem adulterar a essência das peças tradicionais, vai tentar introduzir alguma inovação.

As oficinas artesanais são bem diversificadas: oficina de instrumentos musicais, artesanato em madeira, albardeiro, olaria, tecelagem, tanoaria, trabalhos em xisto, bonecas de trapos, trabalhos em couro, Frioleira (arte têxtil), máscaras dos caretos de Podence.

Juntam-se os parceiros, dos sectores do alojamento e restauração, mas também produtores de vinho, queijarias e empresas de animação turística que são quem vai organizar e comercializar os programas.

Cada um dos concelhos vai ter um espaço dedicado à Rota, com informação referente a todo o projeto. Será um local onde o visitante pode ter contacto com as práticas do saber fazer dos artesãos e dos seus produtos, e poderá adquirir os artefactos produzidos na Rota.

Esta é também uma forma de tentar combater a sazonalidade do setor do turismo, havendo razões para uma visita em qualquer altura do ano.

A AMTQT compromete-se a desenvolver ações de promoção, numa perspetiva de valorização do território, que para além de divulgarem a oferta existente, sejam capazes de despertar o interesse do potencial turista e, assim, aumentar o número de visitantes na região e, consequentemente, potenciar dinâmicas económicas para o artesanato, mas também para toda a oferta complementar.

É através da valorização territorial que se pode trabalhar uma imagem mais atrativa e, neste caso, sustentada na identidade local, na originalidade e no respeito pela cultura e tradição.

Bemposta, concelho de Mogadouro, recebe Encontro de Rituais Ancestrais

 Este ano, a Associação Maschocalheiro, a Junta de Freguesia de Bemposta, o Municipio de Mogadouro e o AECT Duero-Douro, uniram esforços para a organização deste Encontro, um dos maiores deste género, que inclui entre outras atividades, a realização de um desfile com a participação de mais de 40 grupos de caretos.


No próximo dia 11 de Fevereiro, sábado, a aldeia de Bemposta, no concelho de Mogadouro, recebe o III Encontro de Rituais Ancestrais, um evento que reúne dezenas de caretos e mascarados de Portugal, Espanha e Itália.

O encontro realizou-se pela última vez em 2020, e tornou-se num acontecimento cultural de grande dimensão e interesse territorial, cultural e turístico.

Este ano, a Associação Maschocalheiro, a Junta de Freguesia de Bemposta, o Municipio de Mogadouro e o AECT Duero-Douro, uniram esforços para a organização deste Encontro, um dos maiores deste género, que inclui entre outras atividades, a realização de um desfile com a participação de mais de 40 grupos de caretos, mascarados e gaiteiros de Portugal e de Espanha, e ainda um Mercado de Rua de Produtos Tradicionais.

A organização espera a presença de cerca de 2.000 pessoas vindas de ambos os lados da fronteira.

CONCELHO DE MIRANDELA VAI PASSAR A TER CINCO EQUIPAS DE INTERVENÇÃO PERMANENTE DISTRIBUÍDAS PELAS DUAS CORPORAÇÕES DE BOMBEIROS

 MUNICÍPIO DE MIRANDELA APROVOU, POR UNANIMIDADE, A MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE PARA A CRIAÇÃO DE MAIS DUAS EIP'S ACEITE PELA AUTORIDADE NACIONAL DE EMERGÊNCIA E PROTEÇÃO CIVIL (ANEPC).


Mirandela vai passar a contar com cinco EIP’s - Equipas de Intervenção Permanente - distribuídas pelas duas corporações de bombeiros do concelho, num total de 25 operacionais.

Atualmente, a associação dos bombeiros de Mirandela tem duas equipas com 10 operacionais e a da vila de Torre de Dona Chama conta com uma equipa de cinco operacionais.

Agora, o executivo da câmara de Mirandela aprovou, por unanimidade, a manifestação de interesse para a criação de mais duas EIP’s, uma para cada corporação, que, entretanto, já foi validada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Estas equipas visam reforçar a prontidão na resposta às ocorrências que impliquem intervenções de socorro à população e de defesa dos seus bens e animais, bem como na prevenção e combate aos fogos rurais. 

O vice-presidente do Município de Mirandela explica que esta decisão de criar mais duas equipas assentou “em critérios técnicos” apresentados pelas duas corporações. “Com estes 15 elementos em Mirandela e 10 em Torre de Dona Chama, entendemos estar assegurada a resposta rápida a situações complexas no concelho e também se junta o útil ao agradável porque são mais 25 famílias que se fixam no nosso concelho”, sublinha Orlando Pires.

A Câmara suporta metade das despesas com remunerações e contribuições para a Segurança Social dos 25 elementos das EIP’s, enquanto a outra metade é da responsabilidade da ANEPC, cabendo às associações de bombeiros os custos com a manutenção da equipa, com os equipamentos e com o fardamento.

Orlando Pires considera que, com mais estas duas equipas, “as corporações acabam por contar, essencialmente, com estas equipas para a maior parte das exigências que ocorrem e já permite que exista uma escala e uma distribuição de serviço durante os 365 dias do ano, por isso entendemos que é uma resposta já muito evoluída”.

O vice-presidente adianta que da parte do Município, “os encargos com estas cinco EIP’s e os operacionais que estão no atendimento nas centrais telefónicas das corporações, rondam os 350 mil euros, em 2023”.

O presidente da direção dos bombeiros de Mirandela, que passa de 10 para 15 operacionais, sublinha “a importância desta parceria” para o reforço do serviço de socorro numa área de atuação com cerca de 530 km2 que inclui a cidade de Mirandela e 68 aldeias. “Só nos podemos congratular com esta sensibilidade das duas entidades para a atribuição de uma terceira equipa na certeza que é um reforço do serviço de socorro de qualidade que nós todos os dias trabalhamos para ter, até porque temos uma atividade de muita incerteza, pelo que quanto mais bem preparados e apetrechados estivermos para responder às necessidades, melhor”, afirma Sílvio Santos.

Também o presidente da associação dos bombeiros de Torre de Dona Chama, que passa de 5 para 10 operacionais, diz ser “muito importante” este reforço para a sua área de atuação, com cerca de 135 Kms 2 no concelho mirandelense e aldeias de concelhos limítrofes. “É sempre bom até porque debatemo-nos com falta de pessoal para incorporar as associações e o voluntariado está cada vez mais escasso, pelo que a constituição das eip´s permite-nos ter uma resposta rápida logo que haja uma intervenção que tenha de ser feita e ainda mais porque temos uma área extensa de atuação com parte dos concelhos de Macedo de Cavaleiros e Chaves”, revela Paulo Costa.

Segue-se o processo de recrutamento dos elementos que vão integrar as duas novas equipas, uma responsabilidade partilhada entre as associações de bombeiros e a ANEPC, que deverá ficar concluído até ao mês de maio.

Artigo escrito por Fernando Pires
(jornalista)

𝗖𝗮𝗺𝗶𝗻𝗵𝗮𝗱𝗮 𝗱𝗮 𝗔𝗺𝗲𝗻𝗱𝗼𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗲𝗺 𝗙𝗹𝗼𝗿 𝟮𝟬𝟮𝟯

 Estão abertas as inscrições para a Caminhada da Amendoeira em Flor, iniciativa inserida no programa da Feira da Amendoeira em Flor 2023, que decorrerá ao longo de três fins-de-semana: 25/26 de fevereiro, 4/5 e 11/12 de março.
A Caminhada da Amendoeira em Flor realiza-se no dia 4 de março (sábado), com saída marcada para as 09h00, no Espaço Multiusos.

As inscrições devem ser efetuadas até ao dia 1 de março através dos contactos disponíveis no cartaz.

Instituto Politécnico de Bragança celebra 40 anos

 Com o tema "O Politécnico e a sua Região – Valorizar e Internacionalizar a economia, a sociedade e a cultura de Trás-os-Montes", o Instituto Politécnico de Bragança esteve em "festa", esta segunda-feira, assinalando 40 anos de vida


Neste aniversário, o presidente do politécnico, Orlando Rodrigues, não só teve em consideração o passado como também projectou objectivos de futuro, nomeadamente aumentar a proximidade às empresas, contribuindo para a resolver problemas. "O IPB quer ser uma Universidade Politécnica com uma forte capacidade científica, mas especializada e orientada para as necessidades da nossa região. Queremos estar mais próximos das empresas e das organizações, qualificando e inovando para as suas necessidades, queremos ajudara a atrair e criar empresas inovadoras, queremos responder aos desafios da transição para uma economia sustentável e ajudar a região a afirmar estratégias de especialização".

Dionísio Gonçalves, presidente do Conselho Geral do politécnico e primeiro presidente desta instituição, recebeu a medalha de honra do IPB a entidade nacional. Considera que esta medalha é de todos aqueles que constituem a instituição, que, ao longo destes anos, tem contribuído para a coesão territorial. "Esta medalha pertence a todos nós. Pertence à instituição, a todos os que começaram, os que estão a continuar e os que hão-de continuar. Esta instituição sempre procura a qualidade, sempre procura a defesa do território, percurso conjunto de todos para afirmar junto das zonas transfronteiriças, para “corrigir as assimetrias regionais e aumentar a coesão regional".

Manuel Heitor, ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que, em 2013, foi membro do Conselho Geral do politécnico, tendo sempre manifestado grande apreço pela instituição, sendo que a sua intervenção e incentivo foram fundamentais para o desenvolvimento das unidades de investigação do instituto, foi também agraciado com a medalha de honra do IPB a individualidade nacional. Mostrando-se honrado com o gesto, assumiu ver no IPB uma "instituição do futuro". "O posicionamento do IPB, os próximos 40 anos, será certamente em Bragança mas também reforçando as suas ligações estratégicas ao sul global. É por isso que sinto enorme privilégio em ter participado e ter contribuído para o IPB mas também, e sobretudo, reconhecer que tenho aqui fortes amizades e, por isso, ter recebido a medalha de honra é, para mim, um enorme privilégio. Vejo o IPB como uma instituição do futuro, que tem a humildade de se afirmar num contexto de modernidade do futuro, sobretudo nas suas alianças estratégicas, num mundo que queremos mais global e mais fraterno e isso depende da forma como encaramos o desenvolvimento sustentável do sul global".

A medalha de honra a entidade internacional foi atribuída aos municípios de Cabo Verde.

O IPB adoptou, nos seus Estatutos, o dia 28 de Janeiro como o "Dia do Instituto". Em 2023 soprou ontem as quarenta velas, numa cerimónia evocativa que aconteceu no Teatro Municipal de Bragança.

A Oração de Sapiência foi proferida, este ano, por Ester Catalão, que dá vida a uma das personagens centrais do filme Alma Viva, da vimiosense Cristele Alves Meira, e por José Luiz Tavares, poeta cabo-verdiano.

Escrito por Brigantia
Foto: MUNICÍPIO DE BRAGANÇA
Jornalista: Carina Alves e Ângela Pais

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Pelo inverso dos sentidos

Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)

O que a assustava era esse silêncio, ensurdecedor, no meio do rumor que dançava à sua volta dissipando-se qual névoa lenta. 
Um silêncio cheio de tudo. 
Pensava como era possível o mundo girar-lhe, a um ritmo alucinante, por entre o corpo e ela apenas conseguir sentir a voz estridente do silêncio como uma pedra pesada sobre os ombros.
Lembrou-se, de repente, das cenas dos filmes, quando as personagens sobrevivem a uma explosão. Um tinido nos ouvidos. Por todo o lado, o ruído tão distante. O desconcerto de quem não entende o que acabou de acontecer.
Seria assim o seu mutismo? A consequência do estrondo imprevisível de uma guerra que não lhe pertencia? Uma guerra de todos os que não suportam o mundo, de todos os que não se suportam a si mesmos?
Sentada sobre uma cadeira. Em frente, restos de uma refeição sem sabor, a única companhia dos próprios pensamentos. Cabeça apoiada nas mãos, a tapar o rosto escondido, adormecido no vácuo daqueles segundos em que se sentiu gente.
Fixou-se no tiquetaque do relógio. Estranho som. Seco, vagaroso, cadenciado... Cada vez mais sonoro, numa invasão indesejada a consumir-lhe os sentidos.
Estava ali há tantos anos aquele relógio, naquele mesmo local, naquele exato ponto e nunca se apercebera dele como naquele exato momento.
Curioso como o arrastar do tempo é substância delicada a escorregar pelas sinuosidades da vida! Impercetível, habita nela como as raízes de uma hera cravadas numa parede. Mas ninguém lhe escuta o bater compassado do coração. Ninguém o ouve. 
Lembram-se dele, do relógio, das horas, do tempo, somente quando precisam de controlar os instantes dos dias. É-lhes imprescindível para não falharem, para seguirem o rumo certo do destino a que se propuseram.
É assim o relógio. Caminha sem pressas, mesmo que o abanem para ser mais rápido. Caminha inalterável, mesmo que o aconcheguem para ser ainda mais lento.
É assim, o relógio. Necessário na existência de tantos.
É assim, o relógio. Invisível.
É assim, ela.

Paula Freire
- Natural de Lourenço Marques, Moçambique, reside atualmente em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Com formação académica em Psicologia e especialização em Psicoterapia, dedicou vários anos do seu percurso profissional à formação de adultos, nas áreas do Desenvolvimento Pessoal e do Autoconhecimento, bem como à prática de clínica privada.
Filha de gentes e terras alentejanas por parte materna e com o coração em Trás-os-Montes pelo elo matrimonial, desde muito cedo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita, onde se descobre nas vivências sugeridas pelos olhares daqueles com quem se cruza nos caminhos da vida, e onde se arrisca a descobrir mistérios escondidos e silenciosas confissões. Um manancial de emoções e sentimentos tão humanos, que lhe foram permitindo colaborar em meios de comunicação da imprensa local com publicações de textos, crónicas e poesias.
O desenho foi sempre outra das suas paixões, sendo autora das imagens de capa de duas obras lançadas pela Editora Imagem e Publicações em 2021: Cultura sem Fronteiras (coletânea de literatura e artes) e Nunca é Tarde (poesia).
Prefaciadora do romance Amor Pecador, de Tchiza (Mar Morto Editora, Angola, 2021) e da obra poética Pedaços de Mim, de Reis Silva (Editora Imagem e Publicações, 2021).
Autora do livro de poesia Lírio: Flor-de-Lis (Editora Imagem e Publicações, 2022).
Em setembro de 2022, a convite da Casa da Beira Alta, realizou, na cidade do Porto, uma exposição de fotografia sob o título: "Um Outono no Feminino: de Amor e de Ser Mulher".
Atualmente, é colaboradora regular do blogue "Memórias... e outras coisas..."-Bragança, da Revista HeliMagazine e da Revista Vicejar (Brasil).
Há alguns anos, descobriu-se no seu amor pela arte da fotografia onde, de forma autodidata, aprecia retratar, em particular, a beleza feminina e a dimensão artística dos elementos da natureza, sendo administradora da página de poesia e fotografia, Flor De Lys.

Feira da Alheira de Mirandela 2023 📣 A 10, 11 e 12 de março,

  A cidade de Mirandela volta a destacar uma das 7 Maravilhas da Gastronomia de Portugal num evento que conjuga a vertente comercial com entretenimento e gastronomia. Marque já na agenda!
🔔 Programação completa a anunciar brevemente.

Douro canta Janeiras no início da celebração da Cidade Europeia do Vinho

 Este domingo, passaram pelo palco, em Carrazeda de Ansiães, 19 grupos, um por cada concelho que integra a Comunidade Intermunicipal do Douro.

Foto Eduardo Pinto/jn

O I Encontro Intermunicipal de Cantadores de Janeiras, este domingo, em Carrazeda de Ansiães, marcou o arranque de um vasto programa de iniciativas no âmbito da Cidade Europeia do Vinho atribuída ao Douro para o ano 2023.

Pelo palco, instalado no largo da feira de Carrazeda, passaram 19 grupos de cantares tradicionais, um por cada concelho integrante da Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM-Douro). Ao todo, várias centenas de tocadores e cantadores.

"Este é um dia extraordinário para nós, porque o Douro é feito de gente que teima em viver na região e que hoje mostrou a sua vontade de a afirmar através da cultura", disse, ao JN, o vice-presidente da CIM-Douro, Luís Machado.

O também autarca de Santa Marta de Penaguião recordou que as janeiras são sempre "motivo para levar alguma prenda" e a iniciativa deste domingo, em Carrazeda de Ansiães, foi a oportunidade para mostrar "quanto o Douro é diferente, que é bom e que merece respeito em todo o Mundo, principalmente pelo trabalho que todos têm feito até agora".

A gala de abertura do Douro Cidade Europeia do Vinho está agendada para sábado, 4 de fevereiro, em Lamego. Durante um ano, os 19 concelhos da CIM-Douro vão acolher iniciativas. "Defendemos o Douro e por isso temos de estar todos presentes", justificou Luís Machado, acentuando que "a união que aqui se vive faz inveja a muitos territórios".

O autarca anfitrião do I Encontro Intermunicipal de Cantadores de Janeiras, João Gonçalves, não tem dúvidas de que é pela união demonstrada até agora que "a candidatura do Douro a Cidade Europeia do Vinho teve sucesso".

O objetivo, sublinhou o presidente da Câmara de Carrazeda, "é consolidar o prestígio que o vinho já conseguiu e muito mais", nomeadamente, "as diversas potencialidades que a região tem, como o enoturismo, a cultura e o património, bem como a forma magnífica como as suas gentes acolhem os visitantes".

"All Around Wine, All Around Douro" é o lema da candidatura do Douro à Cidade Europeia do Vinho 2023, um galardão conquistado em junho, em Bruxelas. Em breve vai ser lançada uma aplicação (app) com toda a programação das atividades que se realizarão à volta do vinho e do Douro.

O Douro vai marcar presença em eventos nacionais e internacionais e, pelo menos três ou quatro dias por mês, vai estar presente na zona de desembarque do Aeroporto Sá Carneiro, no Porto. Estão ainda previstas ações na Europa, nomeadamente nas principais capitais europeias, para promover vinhos e outros produtos.

A CIM-Douro engloba os concelhos de Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Lamego, Mesão Frio, Moimenta da Beira, Murça, Penedono, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Coa e Vila Real.

Eduardo Pinto

𝐃𝐢𝐬𝐜𝐮𝐬𝐬𝐚̃𝐨 𝐏𝐮́𝐛𝐥𝐢𝐜𝐚 | 𝐏𝐥𝐚𝐧𝐨 𝐅𝐞𝐫𝐫𝐨𝐯𝐢𝐚́𝐫𝐢𝐨 𝐍𝐚𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥 - 𝐋𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐝𝐞 𝐀𝐥𝐭𝐚 𝐕𝐞𝐥𝐨𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞

 📌 Para concretizar a passagem do comboio de alta velocidade por Miranda do Douro vamos realizar, no Miniauditório Municipal, um colóquio/debate, no dia 11 de fevereiro de 2023, das 10h00 às 17h30, no âmbito da Discussão Pública do Plano Ferroviário Nacional, de 15 de novembro de 2022, que contará com o 𝐀𝐥𝐭𝐨 𝐏𝐚𝐭𝐫𝐨𝐜𝐢́𝐧𝐢𝐨 𝐝𝐨 𝐏𝐫𝐞𝐬𝐢𝐝𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐝𝐚 𝐑𝐞𝐩𝐮́𝐛𝐥𝐢𝐜𝐚 𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐮𝐞𝐬𝐚.
➡ A 𝐏𝐫𝐞𝐬𝐢𝐝𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐝𝐚 𝐂𝐚̂𝐦𝐚𝐫𝐚 𝐌𝐮𝐧𝐢𝐜𝐢𝐩𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐌𝐢𝐫𝐚𝐧𝐝𝐚 𝐝𝐨 𝐃𝐨𝐮𝐫𝐨, 𝐇𝐞𝐥𝐞𝐧𝐚 𝐁𝐚𝐫𝐫𝐢𝐥, 𝐜𝐨𝐧𝐯𝐢𝐝𝐚 𝐭𝐨𝐝𝐨𝐬 𝐨𝐬 𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐚̃𝐨𝐬 𝐚 𝐞𝐬𝐭𝐚𝐫𝐞𝐦 𝐩𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 neste Evento. Será importante para o desenvolvimento dos polos urbanos do interior de Portugal a construção de Linhas Ferroviárias de Alta Velocidade (Linha AV) ao longo de Portugal e de Portugal para a Europa.

🚅 No caso da Linha AV_P-Z-M permite não só melhorar a acessibilidade e o desenvolvimento da Maia e do Porto na segunda maior Área Metropolitana portuguesa, como também os promissores núcleos urbanos de Paços de Ferreira, Amarante, Vila Real, Alijó/Murça, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Bragança e Miranda do Douro.

📲 Saiba mais AQUI.

Ferido grave em atropelamento na Av. General Humberto Delgado

 Uma mulher, oriunda da Europa de Leste, com cerca de 60 anos, ficou esta manhã ferida com gravidade ao ser atropelada na passadeira na Av. General Humberto Delgado, em Bragança.


A mulher foi atingida por um veículo ligeiro e projetada cerca de dez metros.

De acordo com fonte dos bombeiros de Bragança, suspeita-se que a mulher tenha sofrido um traumatismo craneo-encefálico e lesões ao nível do tronco e braços.

O alerta foi dado pouco depois das 10h30.

No local estiveram três veículos e cinco bombeiros a prestar assistência à vítima. Também estiveram elementos da PSP de Bragança.

O trânsito no local esteve cortado durante cerca de meia hora mas a circulação já foi retomada.

António G. Rodrigues

É necessário rejuvenescer o setor da caça para que a atividade não seja condenada

 Quem o diz é o vice-presidente do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, Paulo Salva:


“Existem cerca de 2400 mil caçadores com título habilitante para poder caçar mas só cerca de metade é que tira licença de caça. Se atendermos à faixa etária, eu diria que cerca de 70% têm acima dos 55 anos, o que faz com que se não houver esse tal rejuvenescimento, a atividade possa vir a estar condenada e é agora que temos de o fazer.

Penso que isso depende um pouco de todos os atores que são interessados na atividade. Obviamente a administração, as entidades gestoras de zonas de caça, através das organizações do setor da caça, os municípios mas, acima de tudo, com a própria educação dos mais novos.

Tem de se perceber que caça é conservação.”

João Alves, presidente da Federação das Associações de Caçadores da Primeira Região Cinegética – FACIRC – partilha da mesma opinião e considera que para que a atividade se torne mas atrativa, é necessário reduzir às burocracias:

“Era necessário atrair os jovens mas é difícil porque precisávamos de desburocratizar e os custos também são muito elevados. É necessário intervir nessa área.

Para além disso, haver diminuição da caça também faz com que haja desinteresse, se bem que ultimamente temos assistido a jovens que têm enveredado pelo tiro desportivo. Uma coisa leva a outra.

Penso que ainda não estamos num ponto crítico mas temos de estar atentos e tentar inverter a situação se quisermos continuar a ter caçadores.”

Quanto a apoios do Estado, o vice-presidente do ICNF assegura que foram destinados 2 milhões de euros para ajudar as entidades gestoras de zonas de caça:

“O Governo, pela primeira vez em 2021, através do ICNF e financiado pelo fundo ambiental, lançou um aviso de cerca de quatro milhões de euros que, na prática, desde que as entidades gestoras de zonas de caça fizessem três melhorias na sua zona de caça, o Estado comparticipava com um valor por cada hectare e depois multiplicava pela dimensão da zona de caça. Isso restituía cerca de 90% do valor que estas entidades pagam a título de taxas.

Em 2022 voltou a repetir-se e em 2023, pelo que sei, posso adiantar que voltará a existir com uma dotação de cerca de dois milhões de euros.”

Declarações à margem da XXV Feira da Caça e Turismo e XXVII Festa dos Caçadores do Norte decorreu de quinta-feira a domingo em Macedo de Cavaleiros.

Escrito por ONDA LIVRE

Feira da Caça e do Turismo volta a levar milhares de pessoas a Macedo de Cavaleiros

 Após dois anos de interregno a Feira da Caça e Turismo e a Festa dos Caçadores do Norte regressou a Macedo de Cavaleiros


De 26 a 29 de janeiro, muitos visitantes e vendedores rumaram a Macedo de Cavaleiros, uns pela primeira vez e outros repetentes naquelas andanças desde as primeiras edições do certame. É o caso de Francisco Cangueiro, que veio diretamente de Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro, para vender o tradicional material de cutelaria. No sábado, dia 28, a afluência ao stand do expositor mirandês aumentava à medida que o sol se punha, aquando da chegada dos caçadores das batidas que marcaram esse dia. "Venho desde o principio da feira. Nos dois primeiros dias houve um bocadinho de escassez de gente. Ma digamos que está como antes da pandemia".

Questionado sobre a quebra de vendas, associada à subida dos preços de produção, o artesão caracteriza a situação como “uma calamidade”. "As matérias-primas subiram brutalmente e nós temos que ajustar o preço porque, quando dermos por ela, estaremos a perder dinheiro. Não sei onde isto vai parar. Está a ser una calamidade, a nível de preços".

Ao contrário de Francisco Cangueiro, para outros, esta foi a primeira vez que marcaram presença na Capital da Caça e houve até quem atravessasse a fronteira para participar no evento. Suso veio de Pontevedra, na vizinha Espanha, para vender vestuário e adereços associados à atividade cinegética. "É a primeira vez. Disseram-me que era uma feira muito bonita e boa e cá estou. Vendo roupa de caça. Há gente mas não gastam muito dinheiro".

Como não podia deixar de ser, Macedo de Cavaleiros acolheu também os filhos da terra para darem a conhecer as potencialidades do concelho, como é o caso das Confeções Moreirinhas. Bruna Venceslau e o irmão, num negócio que tem passado de geração em geração, marcam também presença na terra-natal em todas as edições da Feira da Caça e do Turismo, num stand exclusivamente ligado à venda de capotes e samarras transmontanas. "Isto começou como uma brincadeira minha e do meu irmão, que era caçador e começou a vender algumas samarras e capotes aos colegas dele. Depois decidimos alugar um stand para expor produtos que já são de há três gerações. As Confeções Moreirinhas já vêm da época do meu avô".

Sobre o volume de vendas no terceiro dia da Feira da Caça e Turismo, Bruna define o negócio como “brilhante”. "Não tenho palavras para descrever. Está a decorrer de uma forma brilhante. As pessoas estavam mesmo com vontade de nos ver".

No último dia de feira, Benjamim Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, apontou a Vigésima Quinta Feira da Caça e Turismo, como uma das maiores edições do certame macedense. "Tivemos afluência como nunca".

Além do sucesso do evento em si, toda a riqueza gerada em torno da feira, nomeadamente na restauração e hotelaria, é motivo de orgulho para o concelho de Macedo de Cavaleiros. "Todos os hotéis e alojamento locais estiveram esgotados. Os concelhos vizinhos também tem tido os seus alojamentos preenchidos. Mexe com toda a economia da região".

Benjamim Rodrigues vê a atividade da caça como um fator de desenvolvimento, tendo em conta que o turismo cinegético está a crescer cada vez mais.

A nível de receitas geradas nesta edição, ainda é cedo para fazer contas, mas prevê-se um aumento em relação aos anos anteriores.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Daniela Parente

Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana apresenta Rota Saber Fazer para dar a conhecer saber ancestral

 O brigantino Armando Pereira constrói instrumentos musicais de corda há sete anos


Desde que se aposentou, esta tem sido a actividade que o vai distraindo e que agora vai poder dar a conhecer aos visitantes que passem pelo território e que tenham curiosidade em perceber a identidade da região.

Este é um dos 13 artesãos que integram a "Rota do Saber Fazer", que a Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana acaba de lançar, com o objectivo de dinamizar o turismo experimental no território.

O artesão está entusiasmado por dar a conhecer o que sabe fazer. "Mostro como se faz qualquer instrumentos de corda, desde guitarra portuguesa, a bandolim, cavaquinho. É preciso saber trabalhar as madeiras, escolhê-las. Acredito que vão aparecer interessados em ver".

O projecto é da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana e por isso abrange os concelhos de Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Mirandela e Vila Flor. A rota visa criar ofertas turísticas, aproveitando as potencialidades do território, no que toca às pessoas e ao seu saber fazer, esclareceu o Secretário-Geral da associação de municípios, Manuel Miranda. "Pretendemos dar visibilidade ao território, a uma área muito específica que tem a ver com a valorização das pessoas e do saber fazer ancestral. Este projecto tem uma identidade fundamentada naquilo que é o património histórico-cultural do território, apresentado através dessas duas grandes componentes: artesãos e saber fazer. Queremos preservar as práticas rurais do nosso território e queremos transformar isso num turismo de experiências".

Esta é mais uma boa desculpa para visitar o território e a informação está à distância de um clique. "As pessoas podem escolher um programa pré-formatado e reservá-lo. Depois será operado. Haverá operadores turísticos que o disponibilizarão. Toda a informação está disponível na plataforma digital. Há uma porta de entrada em cada município com a mostra de sartesanias e artesãos que estão presentes na rota, bem como toda a informação sobre esta".

A rota integra oficinas artesanais para aprender a fazer as máscaras dos caretos de Podence, instrumentos musicais, artesanato em madeira, albardeiro, olaria, tecelagem, tanoaria, trabalhos em xisto, bonecas de trapos, trabalhos em couro e arte têxtil.

O investimento é de cerca de 200 mil euros, sendo que a rota é financiada em 70% pelo Programa Valorizar. O restante investimento é da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

domingo, 29 de janeiro de 2023

A 29 de janeiro de 1999 saliu ua Lei a reconhecer ls dreitos lhenguísticos de ls mirandeses, ou cumo tamien se diç, la “Lei de la Lhéngua.”

 Ye ua Lei suobre “algo” que tenemos, que sentimos, que bibimos. Ye un mundo an que sonhamos i dezimos cumo solo nós sabemos … na “Nuossa Lhéngua”. Ye eilha que melhor mos define i dun modo que solo cun eilha ye possible.
Hai quien diga stá mui andeble i quaije que a “dar las últimas”. Talbeç, mas hoije cabe preguntar: deixas perder la tue eidentidade?

Nó? Claro que nun deixas. Naide, an sou sano juízo, deixa.

Cumo outros la falórun, tamien tu la falas i quien benir apuis, tamien la falará:

La Lhéngua Mirandesa;
la “Mie Lhéngua” ;
la “Tue Lhéngua”;
la “Nuossa Lhéngua”.

Estudo alerta que lobo-ibérico está a perder diversidade genética

 O lobo-ibérico (Canis lupus signatus) continua a perder diversidade genética, apesar da sua aparente recuperação populacional, alerta um novo estudo de investigadores espanhóis.


A perda de diversidade genética, constatada por investigadores liderados pelo CSIC (Conselho Superior espanhol de Investigação Científica) num novo estudo, coloca um risco para a sobrevivência da espécie.

Nos últimos 200 anos, a população de lobos na Península Ibérica diminuiu em tamanho e área de distribuição por causa da perseguição e fragmentação do seu habitat, chegando ao seu mínimo histórico cerca de 1970.

Desde então, inicialmente a população cresceu em número mas nos últimos 30 anos estabilizou. Ainda assim, esta estabilidade esconde uma perda de diversidade.

O grupo de investigadores, com a colaboração da Universidade de Postdam (Alemanha), analisou o genoma mitocondrial completo de espécimes de lobos conservados nas colecções de História Natural da Estação Biológica de Doñana (EBD/CSIC). O trabalho, publicado na revista Genes, indica que um rápido aumento da população, incluindo todas as suas possíveis sub-populações, poderia proteger os lobos-ibéricos da perda adicional de diversidade genética.

Os investigadores estudaram a variabilidade genética dos lobos-ibéricos nos últimos 50 anos e encontraram haplótipos mitocondriais – sequência única de ADN mitocondrial – que só aparecem na Península, mostrando um “legado genético único nos lobos-ibéricos”, segundo uma nota da EBD/CSIC.

O ADN perdido na Serra Morena

A comparação do ADN mitocondrial completo de lobos actuais e de há várias décadas permitiu ver que um destes haplótipos só se encontrava en lobos do Sul da distribuição, na Serra Morena. “Há muito poucos dados genéticos da população na Serra Morena. Neste estudo descobrimos que os lobos históricos desta região partilhavam o mesmo haplótipo com um dos últimos lobos que habitavam na Serra Morena e de que há dados genéticos, um lobo encontrado atropelado em 2003”, explicou Isabel Salado, investigadora da EBD/CSIC. “Mas nenhum dos lobos analisados na população actual no Noroeste peninsular apresentava este haplótipo.” “Provavelmente, este haplótipo desapareceu com a extinção da população na Serra Morena”, acrescentou Jennifer A. Leonard, investigadora da EBD-CSIC.

“As extinções locais de uma população fragmentada podem facilitar a perda de diversidade, apesar de que o tamanho populacional total se encontre em aparente estabilidade”, explicou Carles Vilà, outro investigador da EBD-CSIC.

De acordo com a Convenção da Diversidade Biológica, a variabilidade genética é uma das formas de biodiversidade que deve ser objecto de conservação, juntamente com a diversidade de espécies e ecossistemas, já que favorece a viabilidade de uma população a longo prazo.

Este estudo mostra ainda a “relevancia dos espécimes históricos na investigação aplicada à conservação e defende a necessidade de uma monitorização genética das populações selvagens ao longo do tempo, especialmente aquelas que sofreram declínios populacionais drásticos nos últimos séculos”, explica a EBD-CSIC. 

O lobo-ibérico é uma espécie protegida e o único membro que resta da família dos grandes predadores de Portugal. Estará reduzido a cerca de 300 animais distribuídos por 60 alcateias. Estes números são conhecidos graças ao último censo nacional à espécie, realizado em 2002/2003 e com resultados apresentados em 2006. Com o passar dos anos, o lobo foi sendo empurrado, concentrando-se hoje em núcleos no Alto Minho, Trás-os-Montes e numa região a Sul do Douro.

Em 2019 foi iniciado um novo censo para actualizar a informação sobre esta espécie classificada como Em Perigo de extinção, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (2005).

Helena Geraldes

Os Outros Homens - Na Madrugada dos Tempos – Parte 6

 O espírito de propriedade duplica a força do homem.
Voltaire
Filósofo francês
(1694-1778)
Por: Manuel Amaro Mendonça
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Imbuído de uma força de vontade impressionante, o novo local de oração do Clã do Leão das Montanhas começou a ganhar forma. Nehir e Zia, reconhecidas pelos seus conhecimentos das astronómicos, marcaram a primeira pedra para que ficasse apontada às estrelas-que-guiam; o conjunto das estrelas mais brilhantes do céu que formam um retângulo que parece arrastar três outras[1], indicaria o Ner[2]. Mais três outras pedras assinalariam Swol[3], Hewsos[4] e outra Wes[5], teriam assim um santuário perfeitamente alinhado com as divindades. Usaram uma corda de tendões entrançados, com o comprimento de três homens e amarraram o ídolo central, caminhando depois em volta dele; assim desenharam o círculo onde iriam erguer os seus monólitos. Terminaram os preparativos com um sacrifício onde abriram duas lebres nas entranhas das quais Zia leu o futuro que parecia ser auspicioso. Naquela noite, após ofertarem pelo fogo as entranhas de algumas cabras, banquetearam-se na presença dos deuses.

A cada quatro noites, que é o número das estrelas-guias, um grupo de quatro mais quatro homens e mulheres eram escolhidos para retomar o trabalho onde grupo anterior o interrompera. A equipa chefiada por Nehir percorria os montes até encontrar a pedra da qualidade e tamanho certos que era depois desbastada com recurso a pedaços de basalto. Assim que estivesse pronta, era arrastada pela paisagem num enorme trenó de madeira; por vezes os obstáculos eram tão formidáveis que precisavam recorrer a ajuda adicional da aldeia. Por fim, chegados ao local da construção, abriam uma cova com cerca de um quarto da altura da pedra, onde depositavam a extremidade mais volumosa. O monólito era depois erguido com alavancas de madeira e puxado por grossas cordas trançadas com fibras vegetais. As pás de osso das omoplatas de burros e as picaretas de cornos de bisonte trabalhavam incessantemente a abrir covas e a endireitar o chão.
Menos de vinte dias depois do ataque aos homens-macaco, morreu Ediz. Há algum tempo que jazia na enxerga coberta de peles sem dar acordo de si e o ferimento na barriga, por mais esforços que Nehir fizesse, estava com mau aspeto e exalava um odor forte e desagradável. Nos últimos dias em que ainda mantinha a consciência pedira para ficar no santuário que estavam a construir. Foi numa tarde dominada por um vento gelado que o corpo do guerreiro, agora quase só pele e osso, foi depositado na terra aos pés dos ídolos do sol e da lua. Ao pescoço levava o colar de couro adornado com os dentes de vítimas das suas muitas caçadas e a seu lado depositaram a lança e a faca de sílex. O seu saco de couro continha as habituais oferendas com comida e bebida para a viagem que faria para o mundo das sombras. Cobriram-no com alguns seixos do rio, mas maioritariamente com os retraços do desbaste dos monólitos, antes de cobrir tudo com a terra endurecida do frio. Zia, entre lágrimas, em pé em cima do túmulo recente, proferiu um grande elogio ao irmão perdido, encorajando os outros a seguir-lhe o exemplo. Depois todos se recolherem às suas casas onde os aguardava o aconchego da fogueira. Ediz deixava a jovem Ayla sozinha com duas crianças ainda pequenas.
Conforme esperado, o frio crescente trazia a escassez de caça e os caçadores precisavam de cobrir áreas cada vez maiores. Mesmo os mamutes eram raros, em grupos pequenos e mais vigilantes; não permitiam a aproximação dos humanos. As expedições, que era raro durarem mais de um dia, agora prolongavam-se o dobro e às vezes o triplo. Para juntar às preocupações de Erem, os caçadores informaram que foram vistos outros grupos de humanos na área e que haviam seguido um deles em direção a poente onde se depararam com um povoado. Possuía tendas e casas de pedra com alguns invernos de existência. Afinal, já não estavam sozinhos nas montanhas.
Quando chegou a vez de Erem incluir um grupo de caça, decidiram seguir em direção a sul e evitar a proximidade do outro povoado; iriam até à Pedra do Leão da Montanha para rever a enorme planície do lago salgado de onde haviam partido há dez invernos. Foi uma desilusão, porém, já não conseguiram sequer encontrar o promontório de onde se despediram de Birol e o seu clã. Os pontos de referência e toda a planície que esperavam ver, estavam agora debaixo de uma descomunal massa de água que se estendia a perder de vista… se as águas continuassem a subir daquela maneira, todo o mundo desapareceria em breve.
Vaguearam um pouco pelas margens e entraram pelo lado nascente de um povoado onde foram olhados com alguma desconfiança. Eram bastantes as habitações de pedra, algumas compridas e com esquinas, em vez de simplesmente redondas, como as que conheciam e faziam. Os habitantes vestiam maioritariamente roupas de linho e lã, em vez das peles costuradas que Erem e os seus usavam. Tratava-se de uma população muito numerosa, a avaliar pelo número de construções e pelos bandos de crianças que os cercaram e seguiam, rindo e fazendo troça das suas roupas grosseiras, até se cansarem e desparecerem. Havia muito peixe e pouca carne a secar junto das casas. No meio das águas, alguns homens sentados no que pareciam bocados de madeira, pescavam calmamente com canas, outros em pé sobre plataformas faziam-no com lanças. Quando por fim chegaram ao limite poente da extensa aldeia, havia uma azáfama com várias dezenas de homens e mulheres, uns arrastando troncos, outros a apará-los e outros ainda a erguê-los numa fila ininterrupta que já se estendia há umas dezenas de metros. Os buracos feitos no chão pareciam indicar que preparavam uma parede em volta do casario.
Não tardou que fossem abordados por um grupo de homens armados de lanças e arcos que transportavam no braço um grande pedaço de couro redondo.
O que parecia ser o chefe interpelou-os numa fala áspera, que se compreendia com dificuldade. Queria saber quem eram e o que estavam ali a fazer. Erem assumiu o seu papel de líder e explicou que eram uma expedição de caça de uma aldeia situada a uns dias de viagem de costas para o sol. Depararam com a povoação por puro acaso.
O comandante dos guerreiros olhou-os um a um com desconfiança antes de sentenciar: — Não têm nada a fazer por aqui se não vêm fazer trocas. Vão-se embora depressa. — Ele apontou o caminho para fora da aldeia com a lança, cuja ponta rubra e reluzente chamou a atenção de Erem.
— Mas… não entendo. — Contestou este enquanto os seus homens tomavam posições defensivas perante os outros que ameaçavam cercá-los. — Estamos só de passagem, não estamos a fazer mal nenhum…
— Fomos atacados várias vezes nos últimos dias por gentes vindas desses lados. — Explicou o chefe. — Por isso estamos a erguer as nossas defesas e não queremos cá estranhos. Vão-se embora, rápido!
Aborrecidos por serem enxotados como ratos, obedeceram à ordem e iniciaram o regresso à sua própria aldeia. Pelo caminho conseguiram encontrar um numeroso grupo de auroques. Isolaram, perseguiram e mataram um velho macho … com mais de quinhentos quilos de carne para levar para o seu povo, a caçada compensara. Desmancharam a carcaça rapidamente, antes que o cheiro a sangue fresco atraísse predadores perigosos e distribuíram o peso entre eles. Tinham de se deslocar rapidamente, um urso poderia ser um adversário formidável e não se coibiria de os enfrentar, apesar de estar em inferioridade numérica, mas também as hienas das cavernas ou mesmo leões se podiam atrever contra grupos de humanos.
Quando, com alívio, chegaram à aldeia, Erem comentou com os seus companheiros como se tornava evidente que havia uma anormal falta de caça. A aproximação do inverno provocava naturalmente uma redução de animais disponíveis, mas cada nova estação o seu número parecia menor. Recordavam-se que, nos primeiros anos da separação do clã de Birol, avistavam-se algumas manadas de mamutes e atualmente apenas esporádicos grupos familiares. As manadas de auroques, que antes eram enormes, agora apenas tinham cerca de metade dos elementos e mesmo ursos ou leões não eram tão vulgares… decididamente não se podiam atribuir todas as culpas à estação fria, mas sim ao aumento das populações humanas na região. Gastava-se cada vez mais tempo na caça, o seu povo, se queria crescer e desenvolver-se, teria de apostar mais na agricultura e aumentar o número de cabras e ovelhas no rebanho.
Uma tarde, quando Erem aguardava o regresso de um grupo de caça, foi alertado da proximidade de alguns humanos e dirigiu-se para o extremo nascente da aldeia, onde assistiu à aproximação dos estranhos.
Eram apenas dez; quatro adultos, três adolescentes e três crianças, uma delas de colo. Estavam cansados e pareciam famintos. Pararam hesitantes a uns vinte metros das primeiras casas e hesitavam entre avançar e afastarem-se, a agitação entre os adultos aumentou ao verem que Erem e vários vizinhos se aproximavam, alguns com as lanças a postos.
Fikri, um dos filhos de Lemi, colocou-se à frente de Erem, com a lança em riste e olhou interrogativamente para o chefe, que lhe devolveu um aceno negativo com a cabeça.
— Queres que vá saber o que querem? — Interrogou o jovem ainda sem alterar a pose defensiva.
— Não. Deixa-os aproximarem-se e falarem livremente. — Comandou Erem fazendo um gesto aos estranhos para que se aproximassem. — Não vês que têm fome e pelo menos um deles está ferido? Não são uma ameaça.
O pequeno grupo aproximou-se e um dos homens ergueu as mãos em prece ao meio do rosto para Erem, num gesto de agradecimento. Mais perto viam que todos tinham arranhões e hematomas, sinal de que estiveram envolvidos em combates o que lançou a desconfiança entre os residentes.
O mais interativo dos forasteiros falou algumas palavras que ninguém entendeu e depois, vendo que não o compreendiam, experimentou outras com sonoridade diferente, mas que se entendiam com alguma dificuldade. Expressou a gratidão do grupo e explicou que vagueavam de aldeia em aldeia e foram atacados ao chegar a uma delas a cerca de um dia de viagem para nascente. Quase tudo o que tinham foi-lhes roubado nesse ataque e, quando tentaram refugiar-se na aldeia, foram corridos à pedrada.
Erem indicou-lhes o caminho para o centro da aldeia e mandou que acendessem a fogueira para darem as boas-vindas aos recém-chegados. Rapidamente, fortes labaredas expulsavam os maus espíritos do céu, alimentadas pelos troncos que se guardavam secos debaixo de peles e colmo. Sentaram-se em volta do fogo em pequenos tocos de madeira que foram trazidos de várias casas.
Lemi e o grupo que estava assignado à construção chegaram quase ao mesmo tempo que os caçadores e todos ficaram apreensivos com os estranhos. Eram as primeiras “visitas” em muitos anos.
Apenas Erem e depois Zia, chegada posteriormente, se sentaram com os forasteiros e partilharam com eles algumas lascas de pão duro e carne seca. Os restantes, cujo número foi aumentando até estarem todos os habitantes da aldeia, ficaram em círculo escutando e observando tudo o que se passava.
Todos tinham olhos castanhos, amendoados, cabelos compridos, ondulados e pele escura e os homens, mesmo o mais velho, tinham apenas uma penugem em vez das barbas espessas dos seus anfitriões. Vestiam capotes de pele sobre grossos camisolões de lã e calçavam peludas botas de pele de carneiro. Estavam bem preparados para o frio que chegava. O homem mais velho chamava-se Alim e a mulher Nadi e viajavam com três filhos, a mulher do mais velho deles e três netos…
Alim e a sua família eram provenientes de uma aldeia que se desmembrou com a subida do nível do mar. Alguns mudaram-se para pontos elevados, outros para aldeias distantes e outros ainda, como eles, tornaram-se errantes vivendo alternadamente vários locais. Aos poucos, foram reunindo os mais diversos bens que trocavam por outros. Já possuíam quatro vacas e seis cabras, além de uma grande quantidade de produtos e procuravam assentar em breve nalguma aldeia. Há uns dias, tudo lhes fora roubado, além da vida de um irmão de Alim que os acompanhava. Foram atacados por uns homens enormes de cabelos e barbas soltas, armados com espadas e machados.
— Que são espadas? — Perguntou Erem sem se conter.
— Não sabes o que são espadas? — O estrangeiro não conseguiu conter a admiração. — São como facas, mas muito mais compridas.
— Facas compridas? — O chefe da tribo continuava surpreendido exibindo a sua faca de sílex do tamanho de uma mão. — Se a pedra for mais comprida do que isto, parte-se e não serve de nada.
— Pedra?!? — O estrangeiro sorriu surpreendido, enquanto mostrava um punhal de cobre trabalhado. — Não de pedra, de metal; maior do que esta faca!
— Para Hewsos[6] daqui, — interrompeu Beki, o filho de Alim, despejando um conjunto de pequenas peças metálicas na palma de uma mão —, praticamente já ninguém usa sílex para as armas, isto são pontas de seta que trazemos para vender. Salvaram-se porque as trazia comigo, em vez de estarem no trenó com o resto das coisas.
Zia pegou numa das pontas de flecha e observou-a cuidadosamente enquanto Erem estudava o peso e a maneabilidade do punhal, simulando movimento e estocada… passou a lâmina na mão e fitou pensativamente o fio de sangue que se soltou… se havia muitas armas como aquela, o mundo estava a mudar… e a ficar muito mais perigoso.

[1] Constelação da Ursa-menor, cuja última estrela da cauda indica o Norte.
[2] Proto Indo-Europeu: Esquerda (que acabará por ser o ponto cardeal Norte) por oposição ao sol do meio-dia
[3] Proto Indo-Europeu: Sol é um dos principais deuses do panteão, mas também significa o sol do meio-dia, um dos pontos cardeais que originará o Sul
[4] Proto Indo-Europeu: Madrugada é uma das deusas do panteão, mas também um dos pontos cardeais que dará origem ao Leste
[5] Proto Indo-Europeu: Noite é um dos pontos cardeais que dará origem ao Oeste
[6] Proto Indo-Europeu: Madrugada ou Nascente

Manuel Amaro Mendonça
nasceu em Janeiro de 1965, na cidade de São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, a "Terra de Horizonte e Mar".
É autor dos livros "Terras de Xisto e Outras Histórias" (Agosto 2015), "Lágrimas no Rio" (Abril 2016), "Daqueles Além Marão" (Abril 2017) e "Entre o Preto e o Branco" (2020), todos editados pela CreateSpace e distribuídos pela Amazon.
Foi reconhecido em quatro concursos de escrita e os seus textos já foram selecionados para duas dezenas de antologias de contos, de diversas editoras.
Outros trabalhos estão em projeto e sairão em breve. Siga as últimas novidades AQUI.