Idos de 70

O Alberto, O Freire, O Batata, O Patagão, O Escatcha, O Arrocho, O Narciso, O Baião, O Jaime, O Solon…e tantos, tantos outros. Uns estão “espalhados” pela diáspora, outros procuraram ganhar a vida no litoral e outros por aqui se mantém à espera que o Governo Central, o Poder Local e todas as forças vivas da região, encontrem formas e aglutinem sinergias, de modo a criar condições que mantenham no interior do país os mais jovens, garantindo o estanque da desertificação que temos sentido nas últimas décadas, em que tanto se fala de descentralização e, tão pouco se faz para conseguir esse objectivo, com excepção das campanhas eleitorais em que surgem sempre palavras de esperança e promessas de desenvolvimento nas quais só acredita quem quiser, ou quem deslumbrado pelas luzes da ribalta, continua a servir-se da pacatez e, quiçá, de alguma falta de conhecimento, do, dito, Portugal profundo.
Ao tempo, as relações humanas tinham um sentido profundo e não precisavam de ser forçadas. Não existiam paradigmas sobre o assunto. Nessa altura começaram a fazer-se amizades que perduram até aos dias de hoje.
Os amigos juntavam-se em grande número. O convívio era permanente, Não existiam entretimentos no interior das habitações.
Os bailes no lameiro do Albergue nos idos de 1970, com um único single. Don´t Let me Down, dos Beatles, que os menos ocupados lá tratavam de voltar a por no início quando a agulha já tinha saído das estrias, sempre seguidos de uma “lauta” merenda, quase sempre proporcionada pela rapaziada oriunda do meio rural com as insubstituíveis iguarias derivadas da matança do porco. As célebres e eternas disputas de matraquilhos no Guto, onde uma hora antes de abrir, já se marcava lugar para apanhar a mesa “velhinha”. Os famosos “derbys” nas mais variadas modalidades desportivas entre a Escola e o Liceu e onde se intrometia o Colégio São João de Brito, sempre com equipas quase imbatíveis em Voleibol. O Desporto Escolar já era um facto o que implicava, devido à quantidade de interessados, não ser fácil ingressar nos clubes da região. Eram centenas de jovens no início das temporadas a tentar um lugar no Grupo Desportivo de Bragança ou no Clube Académico de Bragança.

Na foto, à direita, a equipa de Futebol de 11 do Liceu, em 1973.

HM