O Estádio Municipal de Bragança constituiu uma das grandes aspirações dos Bragançanos desde a década de 30 do séc. XX. É a partir de 1949 que se inicia um levantamento exaustivo começando por solicitar a outras Câmaras, como a de Lagos, Évora e Nelas os respectivos projectos dos seus estádios municipais.
Numa época em que obras desta natureza eram construídas em muitas terras do país, mesmo em algumas de categoria inferior, o sentido de justiça que orientava esta aspiração e a sua utilidade, leva a que Bragança não fosse excepção a estes propósitos.
Nas memórias em arquivo, Bragança é por diversas vezes tentada à construção de um campo de jogos por iniciativa particular. Dos esforços despendidos nunca resultou senão malogro, ou quando muito, pequenas obras provisórias, que estiveram sempre muito longe de satisfazer as aspirações pretendidas.
Mesmo assim, o pequeno campo cercado de pedaços de madeira velha e apodrecida, existente no Largo do Toural sem o mínimo de higiene e comodidade, limitava-se apenas a um rectângulo de futebol que, por força da expansão urbanística, tinha que ser utilizado para outros fins. Não fosse a boa vontade e compreensão da Câmara e a cidade ver-se-ia mais uma vez sem este espaço ansiado por todos. Embora precário, e segundo um dinâmico e arrojado plano de realizações, resolve a Câmara, executar o conjunto de trabalhos num terreno pertencente ao património municipal. O Estádio da cidade aparece-nos implantado no local conhecido pelo “ Cabeço das Beatas”, à saída da cidade, perto do Posto Hípico. O local escolhido era amplo, integrado numa plantação de pinheiros e com vistas sobre o vizinho vale da Coxa e para as serranias próximas. Com o plano de urbanização, estava prevista a criação da “ Praça da Maratona “.
Até então as actividades desportivas na cidade de Bragança tinham-se limitado ao futebol, jogo vivenciado de uma forma espectacular que emocionava as multidões e permitia o intercâmbio desportivo, social e até cultural.Eram frequentes os encontros com clubes de cidades vizinhas Espanholas, quer de um lado quer do outro da fronteira.
A par deste intercâmbio internacional, dão-se também dentro da escala da sua categoria, os encontros com grupos Nacionais que são orientados ao sabor do mais vivo bairrismo e desportivismo.
Considerando vital a prática do desporto como forma de propaganda turística da região, a Câmara Municipal de Bragança em reunião de 15 de Outubro de 1957 deliberou solicitar ao Ministério das Obras Públicas uma comparticipação do Estado para a construção de um Estádio.
Em 14 de Outubro de 1958 foi publicado em Diário do Governo a atribuição da verba para a construção do Estádio Municipal, orçado em 1.640.000$00. Para a execução dos respectivos trabalhos é fixado o prazo até 31 de Dezembro de 1960.
A Câmara Municipal deu início aos trabalhos de terraplanagem, a 18 de Novembro de 1958 sob a Presidência do DrºAdriano Augusto Pires. A execução do projecto é suspensa em 9 de Maio de 1959, tendo a Câmara solicitado ao Arquitecto Viana de Lima a elaboração de um novo projecto, que não poderia ultrapassar os 600.000$00. Este projecto teve de ser abandonado em consequência dos ajustamentos ao plano de urbanização, consequentes da reinstalação de uma unidade militar em Bragança.
Assim, teve esta Câmara Municipal a necessidade de encarar a execução do novo projecto de acordo com o arranjo urbanístico do plano de urbanização.
Em reunião de Câmara de 24 de Outubro de 1973, foi adjudicada a construção do Estádio Municipal, com o valor de 6.892.286$00. Esta empreitada não chegaria a bom termo devido à instabilidade política e económica existente no país, assim como aos problemas técnicos inerentes ao projecto.
Em Diário da República de 5 de Dezembro de 1979 foi aberto concurso para a construção da bancada central e balneários, com aprovação em reunião de Câmara de 22 de Fevereiro de 1980 .
Posteriormente várias intervenções e melhoramentos têm sido efectuados naquele recinto.
in:cm-braganca.pt
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