No distrito de Bragança são cinco as igrejas românicas que a Iberdrola, em parceria com o Ministério da Cultura e a Junta de Castela e Leão, se propõe a recuperar, num prazo de quatro anos.
O Ministério da Cultura e Junta de Castela e Leão associaram-se à Iberdrola para recuperar 33 Igrejas de Portugal e Espanha. O projecto envolve um investimento de 4,5 milhões de euros e visa, no espaço de quatro anos, criar uma nova rota dos Caminhos de Santiago através do interior norte de Portugal. Para o distrito de Bragança está prevista a intervenção em cinco imóveis: na Igreja de São Bento, em Castro de Avelãs (Bragança); na Igreja de Santiago Maior, na Adeganha (Moncorvo); na Igreja de Santo André, em Algosinho (Mogadouro); na Igreja de N. Sr.ª da Natividade, em Azinhoso (Mogadouro) e na Igreja de Malhadas, em Malhadas (Miranda do Douro). O Plano de Restauro do Românico Atlântico prevê, ainda, a intervenção em oito igrejas do distrito de Vila Real; cinco no Porto; seis na província de Salamanca e nove em Zamora. Com este ambicioso projecto, a Iberdrola pretende “contribuir para o desenvolvimento económico e social das zonas onde desenvolve a sua actividade”, conforme frisou Ignacio Galán, presidente da empresa. A Iberdrola vai ser a responsável pela construção do empreendimento hidroeléctrico do Alto Tâmega, um dos maiores complexos levados a cabo nos últimos 25 anos no continente que será responsável pela produção de 1800 gigawatts ao ano (3 por cento do consumo eléctrico português). Mas, porque não querem “apenas produzir electricidade”, a Iberdrola propõe-se, assim, como mecenas de um projecto pioneiro que, no entender do presidente, “vai permitir criar turismo e riqueza em toda a zona transfronteiriça, um novo Xacobeo pelo interior norte”. Uma perspectiva partilhada por Gabriela Canavilhas, ministra da Cultura, que considera que este Plano pode vir a funcionar como “um motor da economia local e da afirmação das pequenas empresas de restauro ligadas a esta área”. Uma iniciativa que beneficia as Igrejas enquanto obras de arte de toda a sociedade civil, conforme notou o Bispo da Diocese de Bragança-Miranda, D. António Montes. “Uma larga maioria das obras de arte do país são de origem religiosa. Valorizando as igrejas, valoriza-se também a sua componente cultural”. No que diz respeito ao distrito de Bragança, Paula Silva, directora regional da Cultura do Norte, salienta a intervenção que se vai realizar na Igreja de São Bento, em Castro de Avelãs. A população já se tinha queixado da necessidade de realizar obras naquele imóvel, uma urgência também atestada por D. António Montes. “A intervenção que foi realizada em Castro de Avelãs visou apenas por a descoberto as ruínas do Mosteiro, o único Mosteiro medieval da região transmontana”, explicou Paula Silva, notando que também este monumento de arte românica se diferencia de outros por ser em tijolo e não em granito, como a maioria dos monumentos românicos de Portugal. O protocolo entre as três instituições foi assinado, na semana passada, em Bragança, na Domus Municipalis, monumento nacional, também ele românico, único em toda a Península Ibérica. As obras devem arrancar no próximo ano, depois de definidos os projectos de intervenção para cada imóvel, em conversação com os presidentes de câmara, juntas de freguesia e párocos.
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