Trabalho no privado e ganho 400 € na folha de ordenado e por "baixo da mesa" recebo da Empresa onde trabalho mais 1200 € em papel moeda.Tenho direito a automóvel da Empresa de alta cilindrada e envelopes mensais recheados com 300 € para gasóleo.
Tenho ainda direito a almoço completo no bar da Empresa com grande variedade e qualidade pagando apenas uma senha no montante de 1 € por dia.
Quando vou à Caixa de Previdência, marcar uma consulta estou isento de taxa moderadora, porque na minha folha de ordenado apenas aparecem os 400 €.
Esta é a realidade de milhares de trabalhadores portugueses!.
A minha esposa que tirou um curso superior, trabalha na função pública com horário oficial das 09 às 17h. Nunca consegue sair antes as 19:30 horas , sem ganhar um cêntimo que seja, dado que do quadro de 6 funcionários 3 foram aposentados e não foi colocado mais nenhum!.
Ganha 800 , já com subsídio de refeição incluído, desconta mensalmente 150 € de I.R.S; 50 € para a Caixa Geral de Aposentações, 25 € para a ADSE , 10 € para uma verba que se destina ao pagamento futuro do funeral (comum a todos os funcionários públicos), e outros mais descontos que não me lembro.
Feitos os descontos fica com 565 € “limpos”, dos quais ainda retira 58 € mensais para o passe e gasta cerca de 5 € diários para almoçar de pé ao balcão de um café .
Trabalha num edifício público degradado, a manusear pastas de documentos cheias de pó onde circulam baratas ratos e outras pragas, e com computadores e sistemas informáticos do século passado, sempre a encravar. Atende dezenas de cidadãos por dia portadores das mais diversas doenças infecto – contagiosas e tem a seu cargo assuntos de muita responsabilidade.
Há dois anos que o Sócrates lhe congelou o ordenado e não preenche o quadro de pessoal, no entanto, os inspectores do serviço, aparecem a cada passo em cena, de forma prepotente a dizer que o trabalho devia estar mais em dia !.
Quando a minha esposa vai à Caixa de Previdência marcar uma consulta paga taxa moderadora .
Se for a um médico da ADSE de descontos obrigatórios, paga a totalidade da consulta e, largos meses depois, recebe uma pequena percentagem do que pagou.
Todos os dias no serviço “ouve bocas” dos utentes contra a função pública, que imaginam ser um “mar de rosas”.
E vocês neste cenário socratista, gostariam de ser funcionários públicos?. Eles é que são os parvos que pagam os impostos na totalidade e sustentam o país!.
É claro que eu com o que ganho por fora, comprei um seguro de saúde a uma Companhia de Seguros, e vou aos médicos que quero!.
Sou um “coitadinho” do privado que só ganho oficialmente 400 €, tinha direito a isenção de taxa moderadora, mas mesmo assim não estava para esperar 6 anos por uma consulta, que com a saúde não se brinca! .
Quando a minha esposa chega a casa vem exausta de um trabalho, que se fosse num privado, aparecia o IDICT e a ASAE e encerravam de imediato a porta por falta de condições!.
Quando o Sócrates ataca a função pública, é apenas música para analfabetos que apenas possuem orelhas!..
(Desconheço o autor mas concordo, na substância, com ele)
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