sábado, 9 de outubro de 2010

Museu Nacional do Azulejo - Lisboa




 
A História
Após as intervenções de José Maria Nepomuceno e de Liberato Telles, o Convento e a Igreja da Madre de Deus foram sendo objecto de inúmeras reparações e alteração dos espaços sempre como parte integrante do Asilo D. Maria Pia. Para o local foram sendo conduzidos e armazenados painéis de azulejo, provenientes de outros locais, que inicialmente se destinavam à decoração do interior do edifício, mas que acabaram por ali permanecer guardados em caixotes.

Surgiu, então, a hipótese de colocar sob a tutela do Museu Nacional de Arte Antiga diversos monumentos, a fim de poder ser feita a sua salvaguarda patrimonial, ficando estabelecido, numa carta do seu director João Couto, datada de 15 de Dezembro de 1954, que a Igreja e dependências da Madre de Deus, em Xabregas, deveriam ser consideradas como anexos do Museu Nacional de Arte Antiga.

Com o objectivo de realizar uma exposição comemorativa dos 500 anos do nascimento da rainha D. Leonor, a Fundação Calouste Gulbenkian custeou as despesas com grandes obras de restauro, designadamente no claustro e pinturas da Igreja da Madre de Deus.

No ano de 1957, iniciaram-se os trabalhos preparatórios, tendo-se classificado todo o conjunto como Monumento Nacional e, por despacho ministerial de homologação de 12 de Novembro de 1957, determinado a sua integração no Museu Nacional de Arte Antiga através de orientações políticas específicas de salvaguarda patrimonial.

Quando, no dia 7 de Janeiro de 1958, a exposição terminou, os edifícios foram entregues à tutela daquele museu, tendo sido logo levantada a questão de aproveitamento dos espaços para a instalação de um Museu do Azulejo.

Procedeu-se à transferência dos azulejos para a Madre de Deus, tendo-se ocupado da sua montagem e organização o Engenheiro João Miguel dos Santos Simões, vogal efectivo da Academia Nacional de Belas Artes, responsável pela Brigada de Estudos de Azulejaria da Fundação Calouste Gulbenkian e conservador-ajudante do Museu Nacional de Arte Antiga.

Em 1965, o Director-Geral do Ensino Superior e das Belas Artes, decidindo que iria estudar a possibilidade de abrir o Museu ao público, na parte dada como organizada, considerou indispensável criar condições para a sua concretização.

Numa informação datada de 12 de Dezembro de 1967, Santos Simões refere-se à exposição comemorativa da Rainha D. Leonor, ocorrida a 30 de Setembro, informando que ainda que o Museu do Azulejo possa ser aberto ao público tal como se encontrava, conviria que se abreviassem os trabalhos de reparações e acabamentos.

No dia 3 de Fevereiro de 1971, numa carta dirigida à directora do Museu Nacional de Arte Antiga, Santos Simões apela à necessidade de se fazer uma reunião urgente entre todas as instituições intervenientes no Convento da Madre de Deus / Museu do Azulejo, de forma a ser revisto o problema da sua imperiosa inauguração.

De modo a continuar as tarefas iniciadas por Santos Simões, Rafael Salinas Calado foi convidado, em 1973, por Maria José Mendonça, para se ocupar da Secção de Cerâmica do Museu Nacional de Arte Antiga, localizada desde 1959 no antigo Convento da Madre de Deus.

O Decreto-Lei nº 404/80, de 26 de Setembro, concedeu ao Museu do Azulejo a sua autonomia.

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