- Pelagem de côr castanha escura com gradações mais claras nos costados e face inferior do tronco.
- Pêlo comprido e grosso.
- Orelhas grandes, largas na base e arredondadas na ponta, e com pêlo abundante.
- Cabeça volumosa.
- Focinho curto com a extremidade branca.
- Lábios grossos.
- Olhos rodeados por uma mancha branca.
- Pescoço curto e grosso.
- Peito largo.
- Estatura elevada, mais do que 1,20 m , idealmente com 1,35 m.
- Fisicamente robustos com patas grossas.
- Temperamento dócil.
Origem da Espécie
• O tronco europeu, Equus asinus europeus, provavelmente com origem mediterrânea;
• O tronco africano, Equus asinus africanus, proveniente da bacia do Nilo.
Segundo alguns autores, o burro (E. asinus) terá sido domesticado antes do cavalo. Os vestígios mais antigos de asnos domésticos remontam ao final da idade de Bronze e procedem do Egipto. Na Europa admite-se que a sua chegada tenha ocorrido no quinto milénio antes de Cristo, tendo-se expandido por todo o continente até à idade antiga clássica.
A domesticação do burro com o consequente surgimento e expansão do tronco europeu, da sub-espécie, E. a. europeus, terá ocorrido devido à utilização desta espécie para alimentação humana, produção de híbridos e mais tarde para os serviços de carga e transporte. Uma característica interessante deste período de maneio primitivo era a utilização unicamente de burras e não garanhões, sendo a reprodução assegurada através da cobrição com o garanhão selvagem.
Como já foi referido anteriormente, a sub-espécie E. a. europeus correspondente ao tronco europeu da espécie (E. asinus) terá sido precursora da maioria das antigas raças europeias.
De acordo com as condições orográficas, climáticas e ecológicas existentes no Continente Europeu terão surgido diferentes variedades de burro de acordo com os distintos propósitos dos criadores de cada região geográfica.
Através do processo de domesticação surgiram algumas das principais raças actualmente existentes na Europa. São exemplos: a raça Catalã; a raça Zamorano-Leonesa (Espanha); a raça Piamonte, Sardenha e Sicília (Itália); a raça Poitou e Gasconha (França).
Por sua vez a sub-espécie E. a. africanus terá originado algumas raças existentes na Europa, caso da raça Andaluz e Cordovesa (Espanha).
Estudos recentes têm mostrado que o uso de animais tais como, cães, gatos, pássaros, cavalos, burros, golfinhos, etc., representa um contributo importante para o bem-estar social e psicológico das pessoas.
As relações humanas, neste mundo apressado em que vivemos, negligenciam muitas vezes o toque, o contacto físico, o olhar nos olhos, etc. No entanto, estes comportamentos são de extrema importância para garantir o nosso bem-estar emocional. O toque, por exemplo, dizem os estudiosos destas questões, aumenta a nossa auto-estima, e desenvolve no ser humano, sentimentos de proximidade, segurança e confiança pelo seu congénere e o meio envolvente.
A utilização de animais como parte de um programa terapêutico foi primeiro registado no século IX, em Gheel, na Bélgica, onde pessoas com necessidades especiais foram pela primeira vez autorizadas a cuidar de animais domésticos. Nos anos 60, graças ao psicólogo infantil americano, Boris Levinson, assiste-se ao ressurgimento da terapia baseada em animais.
A introdução do burro nos processos terapêuticos (Asinoterapia/Asinomediação) desenvolveu-se na década de 70 em países como a Suiça, Inglaterra, França, Itália, Estados Unidos, entre outros. Esta técnica terapêutica permite a estimulação a nível cognitivo, físico, motor e afectivo.
Aprender a comunicar com os asininos funciona como uma terapia alternativa. Ao procurarmos compreender o burro, a sua forma de pensar e de agir, ao mesmo tempo que tentamos fazer com que ele nos entenda, estamos a realizar o exercício de nos colocarmos no seu lugar. Por outras palavras, estamos a exercitar uma nova forma de linguagem e de comunicação. No momento em que nos aproximamos do burro é necessário fazê-lo com humildade, respeitando os tempos do animal. Devemos fazê-lo gradualmente, sem movimentos bruscos, falando suavemente e sempre pela frente, para que o animal nos veja. Este exercício de nos colocarmos no lugar do outro, isto é, de sermos empáticos, é extremamente construtivo e saudável a nível emocional para o ser humano.
As actividades lúdico-terapêuticas assistidas por burros, para pessoas com necessidades especiais merecem destaque pela sua importância terapêutica, ética, e social. Para além destes aspectos, actualmente, as actividades lúdico-terapêuticas possuem um potencial ecoturístico, permitindo proporcionar à população com necessidades especiais momentos reconfortantes de prazer e de lazer.
Em linhas gerais, a AEPGA pretende a preservação e aproveitamento desta raça autóctone de forma a salvar um património genético, ecológico e cultural único no nosso país. Pretende-se também re-valorizar a imagem do Burro a nível nacional, particularmente do Burro de Miranda, contribuindo para a recuperação do seu efectivo e potenciação de um modelo de aproveitamento socio-económico que respeite e preserve o riquíssimo património cultural e natural da região do Nordeste Transmontano.
A AEPGA possui três centros vocacionados para actividades específicas, onde se encontram alojados os animais (burros) pertencentes à Associação.
in:aepga.pt
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