Na sala de reuniões de uma multinacional o director, nervoso, fala com a sua equipa de gestores.
Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça: ninguém é insubstituível .
A frase parece ecoar nas paredes da sala de reuniões em meio do silêncio.
Os gestores entreolham-se, alguns baixam a cabeça.
Ninguém ousa falar.
De repente um braço levanta-se e o director prepara-se para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim. - E Beethoven ?
- Como? - Encara-o o director, confuso
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?
Silêncio.....
O funcionário fala então:
- Ouvi esta história estes dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso.
Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam a achar que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.
Quem substituiu Beethoven? Luis Vaz de Camões? Rosa Mota? Fernando Pessoa? C. Ronaldo? Vasco da Gama? Eusébio? D. Afonso Henriques? José Saramago? Carlos Lopes? Egas Moniz? Padre António Vieira? Thomas Edison? Padeira de Aljubarrota Ana Brites? Albert Einstein? Picasso? Afonso de Albuquerque? etc...
Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram o seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis.
Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direccionado para alguma coisa.
Está na hora dos líderes das organizações reverem os seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipa focando o brio e os seus pontos fortes e não utilizando energia a reparar nos seus erros ou deficiências.
Ninguém se lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico ...
O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado dos seus talentos.
Cabe aos líderes de uma organização mudar o olhar sobre a equipa e canalizar os seus esforços para descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso do seu projecto.
Se o seu gerente/coordenador , ainda está focado em melhorar as fraquezas da sua equipa corre o risco de ser aquele tipo de líder técnico, que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.
Seguindo este raciocínio, caso pudessem mudar o curso natural, os rios seriam rectos não haveria montanhas, nem lagoas nem cavernas, nem homens nem mulheres, nem sexo, nem chefes nem subordinados . . . apenas peças.
Quando um famoso comediante foi para "outras moradas", ao iniciar o programa seguinte, o seu companheiro de comédia entrou em cena e disse mais ou menos o seguinte:.
Estamos todos muito tristes com a partida do nosso irmão ... e hoje, para substituí-lo, chamamos:.... Ninguém ... pois ele é insubstituível!...
*Portanto, nunca te esqueças que és um talento e, consequentemente, insubstituível!
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