O seu povoamento remonta à pré-história. O povoado fortificado do Barrocal data da Idade do Ferro. É um povoado fortificado de média dimensão, situado entre a ribeira de Caravela e o rio Maçãs. Esta implantação interfluvial permite-lhe um bom sistema de defesa natural. Nas zonas mais vulneráveis, foi edificado um grande torreão de pedra de xisto, antecedido por um fosso escavado na rocha. Arrancando do torreão, uma linha de muralha. Foram recolhidos alguns fragmentos de cerâmica.
O povoado fortificado de Castro da Réfega, em Petada, é de datação indeterminada, mas certamente da época pré-histórica. Localizava-se junto à margem direita do rio Maçãs, um pouco adiante da povoação de Réfega. Era um povoado de pequenas dimensões, defendido por uma muralha. Hoje em dia, não há quais quer vestígios da sua existência. Durante muito tempo, Quintanilha foi crescendo, em particular graças ao movimento comercial aduaneiro. Muitos dos produtos que passavam na fronteira, na direcção de Espanha ou de Portugal, eram contrabandeados, sobretudo durante a Ditadura, mas também durante os anos em que o espaço europeu ainda não era totalmente aberto.
No século XX, Quintanilha foi legada à coroa por D. Sancha, irmã de D. Afonso Henriques, após o falecimento do seu marido D. Fernão Mendes. Quintanilha chamava-se então S. Tomé de Quintela de Rio de Maçãs e já estava constituída como paróquia. Segundo as Inquirições de 1258, ordenadas por D. Afonso III, o mosteiro leonês de Moreirola tinha aqui muitos casais. Adquiridos durante o reinado de D. Sancho II. Em termos administrativos, Quintanilha esteve integrada no antigo concelho de Outeiro de Miranda, com carta de foral de 1514 e extinto em 1853.
Transitou então para o município de Bragança. O lugar de Veigas também foi sede de freguesia até ao século XVII, e aí esta hoje a sua Igreja para confirmá-lo. O decréscimo económico e populacional levou à extinção da freguesia e à sua integração em Quintanilha. Em termos de património edificado, a Igreja de Veiga é precisamente um dos maiores bens da freguesia. Apesar de muito alterada por arranjos posteriores à construção, a sua planta românica é ainda bem visível, como se pode ver pelas duas portas laterais e o arco triunfal que divide a capela-mor da nave central. Este arco, de volta perfeita, assenta em duas pequenas colunas laterais, cujos capitéis revelam uma decoração tipicamente românica. O pano granítico que divide a capela-mor da nave central apresenta pinturas de cenas bíblicas, provavelmente de origem moderna.
A Capela de Nossa Senhora da Ribeira é um templo românico tardio que já merecia estar classificado. Deverá ter sido construído no século XIV. Segundo a tradição, foi mandado construir pela Rainha Santa Isabel. A Igreja Paroquial de S. Tomé, setecentista, e a Capela de Réfega são outros dos valores patrimoniais em destaque na freguesia.
Nos tempos em que as autoridades controlavam a passagem de pessoas e mercadorias entre Portugal e Espanha, poucos eram os que não se aventuravam a contrabandear produtos para tentarem ganhar mais alguns “trocos”. Desde bens alimentares, como pimento e café, a ferramentas e instrumentos agrícolas, era vasta a panóplia de mercadoria vendida ilegalmente, em ambos os lados da fronteira. Utilizando o rio Maçãs, que separa os dois países, como ponto estratégico na travessia, muitos eram os habitantes de Quintanilha que percorriam, nas frias noites de Inverno, montes e vales ibéricos para comprarem e venderem produtos nos dois lados da fronteira. “Trazíamos ovelhas, pimento e escabeche em lata, entre outras coisas, e depois para Espanha levávamos pão, ovos e café. No Inverno, chegávamos a andar com a água gelada do rio pelos ombros”, recordou Belarmino Martins, habitante de Quintanilha.
Uma vez comprada a mercadoria em Espanha, era levada para localidades como Coelhoso, Parada ou Vinhas, no concelho de Macedo de Cavaleiros. “Às vezes, transportávamos cerca de 50 kgs de produtos às costas e chegávamos a andar três horas a pé para a vendermos noutros sítios”, contou o antigo contrabandista, que começou a ajudar o pai neste tipo de “acções” com, apenas, 12 anos.
Devido ao apertado controlo das autoridades fronteiriças, era frequente “largar”o fardo no meio do monte e fugir, para não cair nas garras dos carabineiros. “Andávamos sempre alerta e, ao mínimo sinal, atirávamos com as coisas para algum sítio e, mais tarde, tentávamos reavê-las”, explicou Belarmino Martins.
Sendo uma actividade ilegal, eram frequentes as denúncias por parte de “passadores” ou habitantes às autoridades fronteiriças. “Algumas pessoas acusavam os contrabandistas. Alguns chegaram a ser apanhados e eram muito maltratados”, explicou outra habitante de Quintanilha, Hermínia Pires.
Devido ao ambiente de suspeição e desconfiança, a Guarda colocava em prática diversas operações com o objectivo de capturar os infractores. “Chegaram a revistar a nossa casa, mas nunca encontraram nada, porque deixávamos a mercadoria nalguma horta ou terreno”, acrescentou Belarmino Martins.
Grande romaria da zona da raia, a festa em honra de Nossa Senhora da Ribeira leva, há diversos séculos, o nome de Quintanilha até longínquas localidades portuguesas e espanholas.
Conta-se que Nossa Senhora apareceu, no século XIII, a uma pastorinha surda-muda que apascentava o rebanho junto da ribeira de Caravela, afluente do rio Maçãs, que começou a falar e a ouvir após a aparição. A pedido da Santa, a jovem correu a relatar o milagre à população de Quintanilha, rogando-lhe que construíssem uma ermida em homenagem à Senhora da Ribeira, como passou a ser conhecida, uma vez que o milagre se deu junto a uma ribeira. Os habitantes ergueram, assim, uma pequena capelinha, onde cabiam, apenas, o padre e um sacristão, pelo que os devotos, em dias de missa, tinham que ficar na parte de fora do templo.
A caminho de Trancoso para o casamento com D. Dinis, a princesa Isabel de Aragão (Espanha) passou pela fronteira de Quintanilha, onde viu que um elevado número de pessoas prestava culto a uma Santa. A futura rainha Santa Isabel desceu do cavalo para, também, honrar a Senhora da Ribeira. Vendo a devoção do povo e que a capelinha era tão pequena, a princesa de Aragão pediu ao rei D. Dinis que construísse um templo dedicado à Santa “de Quintanilha”. E assim foi.
quero saber mais sobre esta cidade porque tenho o meu sobrenome de quintanilha
ResponderEliminarresposta e-mail - adrianoquintanilha@gmail.com
Caro Amigo.
ResponderEliminarSugiro-lhe que consulte a Página da APAM (Associação Protetora Amigos do Maças) no Facebook. Esta prestigiada Associação está sediada em Quintanilha.
http://pt-pt.facebook.com/apamquintanilha