Em Vinhais pode vir a surgir o primeiro Fundo Florestal do país. Uma estratégia para tentar colmatar as graves dificuldades financeiras que atravessa a empresa Ecolignum - Madeiras Nobres de Vinhais.
As quotas da maioria das Juntas de Freguesia já foram compradas pela empresa TecVinhais, que em conjunto com o proprietário, Nuno Costa Gomes, detém 51 por cento da sociedade.
Nuno Costa Gomes procura, agora, viabilizar a Ecolignum, que está a funcionar há cerca de dois anos e meio.
“A Ecolignum atravessa dificuldades financeiras e económicas graves, existem dívidas avultadas, nomeadamente à Segurança Social e às Finanças. Estamos a fazer um plano de reestruturação da empresa que passa pelo saneamento económico e uma injecção de capital, que já aconteceu para as situações mais urgentes, mas o nosso interesse maior é fazer um plano estratégico que dê sustentabilidade à empresa a curto, médio e longo prazo”, explica Nuno Costa Gomes.
A estratégia passa agora pela entrada em Vinhais do primeiro Fundo Florestal criado no País.
O Fundo Floresta Atlântica gere património florestal e já fechou contrato com algumas juntas de freguesia do concelho de Vinhais.
O gestor do Fundo, António Nora, diz que agora pretende aumentar a área para gerir, através da celebração de novos contratos com autarquias e comissões de baldios.
“Em Vinhais já temos algumas áreas contratadas, que abrangem cerca de mil hectares.
O negócio florestal só faz sentido se houver alguma economia de escala, portanto o que pretendemos é aumentar a área. Era desejável que fizéssemos arrendamentos ou aquisições até cerca de 5 mil hectares, era esse o nosso objectivo”, adianta António Nora.
O Fundo prevê investir 2 milhões de euros nos próximos dois anos, mas o investimento poderá chegar aos 30 milhões de euros nos próximos 25 anos.
Caso esta entidade consiga gerir uma área florestal considerável, também poderão ser criados 200 postos de trabalho nos próximos três anos.
Para o projecto ter sucesso é necessário o envolvimento dos autarcas.
O presidente da Junta de Rebordelo, Francisco Cunha, representante das juntas de freguesia do concelho de Vinhais, garante que a maioria dos autarcas concordam arrendar a floresta ao Fundo Floresta Atlântica.
“É provável que seja muito rentável para as juntas e para o concelho, porque vão ser criados 200 postos de trabalho. Já estive a falar com algumas juntas e já concordaram.
Em Rebordelo temos pouca área florestal, mas entraremos em contacto com os agricultores e veremos no que vai dar isto”, afirma o autarca.
A madeira retirada da floresta gerida pelo Fundo será transformada e valorizada na Ecoligum.
Esta opção é mais rentável para a Floresta Atlântica, que poupa nas despesas com o transporte da madeira para o litoral.
A Câmara de Vinhais continua com uma quota de 14 por cento na Ecolignum.
A autarquia já abriu um concurso público para alienar a participação nesta empresa, mas continua à espera de propostas de investidores privados.
Escrito por Brigantia
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