Foi apresentada na sede do Ecomuseu de Barroso, Montalegre, a obra «Heróis à Moda de Trás-os-Montes», projecto literário com nove contos de vários autores transmontanos.
Irá seguir-se um dicionário de regionalismos e falares marginais da região.
Foi explicada no auditório da sede do Ecomuseu de Barroso, Montalegre, uma obra constituída por «contos de humor, utilizando os regionalismos, gíria e expressões típicas/regionais de Trás-os-Montes». Falamos do livro \"Heróis à Moda de Trás-os-Montes\", projecto literário da editora Lugar da Palavra que lançou, em inícios do ano passado, o primeiro livro da colecção \"Heróis à Moda de\".
Dos nove contos que figuram no livro, um deles é de José Dias Baptista, natural de Vila da Ponte, concelho de Montalegre. Junta-se a este autor barrosão, Ana Catarino (Santa Marta de Penaguião), Manuel António Araújo (Chaves), Nathalie Lopes (Chaves), Fernando de Castro Branco (Bragança), João Pinto Costa (Vila Real), Josefina Mourão (Bragança), Ana Zita Rocha (Bragança) e Manuel Cardoso (Macedo de Cavaleiros).
O representante do concelho de Montalegre, que esteve acompanhado nesta cerimónia de apresentação pela colega de Chaves, Nathalie Lopes, pelo responsável da colecção, João Carlos Brito, e pelo presidente do município de Montalegre, Fernando Rodrigues, confessou que a sua aparição neste projecto foi casual: «umas pessoas falaram comigo para fornecer dois contos para a obra. Eu deixei que as pessoas entendidas escolhessem à vontade. Achei a ideia engraçada porque são coisas que raramente se fazem. É uma cultura nossa, da nossa raça, é transmontana e, como tal, participo sempre».
Coordenador da colecção, João Carlos Brito destacou o bom trabalho realizado pelos autores transmontanos ao mesmo tempo que explicou o aparecimento desta aposta: «é uma colecção que começou no Porto. Viajamos depois pelo Alentejo, Lisboa, Madeira e agora Trás-os-Montes. É uma colecção que tem tido algum sucesso tendo por base o formato da própria colecção. São contos de humor, dirigidos a todos os tipos de leitores, que falam das regiões, com autores que conhecem bem as suas terras, que se orgulham da sua região. Utilizam um vocabulário marginal, nomeadamente os regionalismos, as gírias, o calão... e no final, que é a cereja no topo do bolo, colocamos todas essas expressões em glossário».
Satisfeito com o que leu e com o que tem recolhido sobre esta obra, Fernando Rodrigues deixou palavras de reconhecimento pela pesquisa e labor aplicados na concepção e execução deste desígnio: «estamos perante um livro que reforça a identidade dos barrosões. É mais um contributo para o Ecomuseu. Deixo, pois, aqui um reconhecimento a todos aqueles que contribuíram para levar a cabo esta obra». Para o presidente da Câmara de Montalegre, o país está a atravessar um período difícil onde a cultura continua a ser um \"parente pobre\" da política a ponto, lembrou, de «não ter agora sequer um ministro». Todavia, apesar de dizer que «quem não tem dinheiro não tem vícios», o autarca destacou o trabalho e investimentos realizados no concelho em prol da cultura como é exemplo o Ecomuseu de Barroso.
Sem comentários:
Enviar um comentário