“O bom filho a casa torna”. Eis um provérbio que se cumpre religiosamente em Carção, por altura das Festas de Nossa Senhora das Graças, que terminaram domingo perante milhares de pessoas.
Após a procissão solene, o “Adeus à Virgem” fez-se com a palavras do padre Francisco Tito, da diocese de Lisboa, que encorajou os devotos a pôr de lado as invejas e a ganância, em nome da fé em Deus e da união. “A promessa será cumprida”, anunciou o sacerdote, com palavras que as gentes de Carção sabem retribuir com dávidas para a santa padroeira. Tanto assim é, que o percurso da procissão não é longo, mas chega a demorar cerca de 2 horas, tantas são as paragens para dar tempo aos fiéis de colocarem as “promessas” nas fitas do andor.
A hora da despedida é, por isso, um momento de grande emoção, não só pela fé em Nossa Senhora das Graças, mas porque representa a hora de partir de todos os que regressam a Carção nesta altura do ano e vêm as férias chegar ao fim.
Para os membros da organização, a procissão marca o fim de uma longa caminhada, que se intensifica a um mês do início das festividades. António Santos presidiu à comissão de festas pela 16ª vez e, apesar de já se sentirem alguns sinais da crise, o cartaz deste ano foi um dos mais arrojados de sempre. “Fizemos uma Noite Cigana, tivemos folclore, espectáculos para crianças e um arraial que surpreendeu os próprios Deolinda”, recorda o responsável.
O fogo de artifício, associado ao espectáculo de águas dançantes, foi outro dos momentos altos das festas, numa noite que só parou às sete da manhã.
A grandiosidade do cartaz tem atingido uma dimensão tal, que as gentes da terra gostam de afirmar que as festas de Carção são “as verdadeiras festas do concelho”. “É um facto que o dizem, porque na verdade, seja na vila ou nas localidades vizinhas, não há festas tão bem organizadas, nem com os espectáculos das festas de Carção”, afirma António Santos.
in:jornalnordeste.com
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