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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Os níscarros... os pobres apanham-nos, vendem-nos aos ricos e com o dinheiro que deles fazem compram o que os ricos comiam...!

O níscarro e a repólvora do castanheiro eram dois ingredientes sazonais que apareciam após as primeiras chuvas de Outono e mantinham-se até finais de Dezembro. Quando se apanhavam as primeiras castanhas, já a terra se empolava do esforço dos cogumelos a pôr o chapéu ao ar e escasseando o dinheiro para comprar vitela, os níscarros disfarçavam-na muito bem. Chamavam-lhe comida de pobre, nessa altura. Ironia do destino: hoje os pobres apanham-nos, vendem-nos aos ricos e com o dinheiro que deles fazem compram o que os ricos comiam na altura!
Dos cogumelos mais utilizados distinguem-se os níscarros (boletus edulis), as cardielas (lactarius  deliciosus), as  repólvoras dos castanheiros e os roques (macrolepiota procera). Os roques ou frades, frequentes nas vinhas, eram assados, sobre as brasas, apenas com sal.
Os restantes preparavam-se da seguinte forma:
Depois de bem limpos da terra e restos de folhas, partiam-se em tiras e lavavam-se bem. No caso dos níscarros, se já tivessem o chapéu aberto, retirava-se previamente a parte inferior onde se encontravam os esporos.
Num pote refogavam-se, em azeite, uma colher de pingo, sal, uma folha de louro e uma colher de colorau doce, duas cebolas cortadas em tiras finas, dois dentes de alho e uma malagueta. Com a cebola já alourada, juntavam-se os níscarros. Afastava-se o pote e deixava-se frigir em lume brando até o molho engrossar.
Servia-se com batata cozida acabada de escoar.


in Quem Me Dera Naqueles Montes...

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