“Das entradas às sobremesas, passando pelos pratos principais, de carne e peixe, e também vendo as castanhas como acompanhamento”, explicou a coordenadora do receituário, Noelia Sanchez, na apresentação, que decorreu nas jornadas internacionais do castanheiro, sábado, em Hermisende. “Também quisemos juntar alguns pratos mais elaborados, como javali com castanhas ou pudim flan de castanha”, frisou. Receitas de bacalhau com castanhas ou leite com castanhas são outras das que se podem encontrar neste receituário, que não estará à venda, mas que em Portugal poderá ser encontrado na Corane.
Este foi apenas um dos exemplos da necessidade de apostar mais num dos poucos produtos característicos desta região que, tal como do lado de cá da fronteira, sofre com a desertificação do espaço rural. “Há muitos exemplos de como o meio rural pode fixar populações”, através dos seus produtos típicos, explicou Israel Gomez, um dos oradores das jornadas, exemplificando com casos de sucesso de exploração de cereja ou do vinho. “Criam-se pequenas empresas que geram sinergias entre si, criando um mercado e postos de trabalho”, disse.
Angel Martin, outro técnico convidado, apontou um exemplo de Salamanca de uma empresa que decidiu inovar na área da castanha, apostando não só na comercialização mas também “na transformação do produto”.
Há outros casos de aproveitamento dos soutos para cultivar plantas medicinais ou cogumelos, como forma de complementar o produto castanha.
“São plantas medicinais e aromáticas plantadas entre os castanheiros, utilizados na cosmética, que permitem rentabilizar o terreno”, explicou Israel Gomez. “Também já há casos de repovoamentos de zona de castanheiros inoculados com trufas (fungo) que têm um valor de mercado muito grande”, sublinhou.
O grande problema é a comercialização, pelo que se pede uma maior cooperação entre produtores, de forma a ganhar escala e poder penetrar nas grandes superfícies. Por isso, é importante também a certificação do produto.
in:jornalnordeste.com
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