Dinamizar a economia local é o objectivo da quarta edição da Feira de Artesanato e Produtos Regionais de Parada, no concelho de Bragança.O certame começou ontem e decorre até quarta-feira. O presidente da Junta de freguesia garante que a aposta é cada vez maior.“Ano após ano a feira tem vindo a crescer porque as pessoas estão a ver que é importante apostar nisto, no fumeiro e no artesanato porque muitas coisas que vêm de fora não tem tanta qualidade como os nossos produtos” refere Norberto Costa, acrescentando que “as nossas carnes são criadas com produtos que nós criamos aqui na terra como é a batata, a abóbora, beterraba, grão e centeio e são esses os melhores alimentos para os animais comerem”.
Neste certame marcam presença 22 expositores, sendo que a maioria é oriunda da aldeia de Parada.Em tempos de crise todas as oportunidades têm de ser aproveitadas para vender.“Tenho fumeiro, principalmente, umas compotas, jeropiga, azeite são tudo coisas cá da terra. Eu costumo vender sempre pois o que aqui tenho é o resta das encomendas” afirma Maria Emília Esteves. Já César Alves, pela primeira vez neste certame, tem “uma loja em Bragança com muitos produtos para vender e aproveito as feiras porque sempre há mais gente. Temos de apostar”.
Manuela Esteves, artesã, diz que “perante a crise não podemos vir com grandes expectativas mas venho com a ideia de manter a participação. Não podemos pensar em lucro, mas sim em reunirmo-nos todos para chamar gente à aldeia e confraternizar em época de festas”.A Feira de Artesanato e Produtos Regionais de Parada, é realizada por esta altura em que a aldeia se anima também com as festas do Santo Estevão. Os rapazes juntam-se para empurrar um carro de bois pelas ruas percorrendo as ruas da aldeia. “São 16 pessoas a puxar o carro para demonstrar a virilidade do homem” explica Moisés Gonçalves, natural de Parada.Já as mulheres tratam de dificultar a tarefa. “Elas põem a talanqueira que é um obstáculo para o passador.
Punham bolhos que são paus de lenha e os rapazes tinham de passar por cima sem parar o carro pois o carro nunca pode parar” conta. A certa altura para aumentar a dificuldade e elas passam a pôr molhos de palha a arder” acrescenta, salientando que “a função dos caretos é limpar a passagem”. Além disso lembra que “antigamente havia grandes poços de lama e os homens passavam lá”.
Pensa-se que esta tradição terá mais de 100 anos.
Escrito por Brigantia
in:brigantia.pt
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