Pista de obstáculos demonstra dificuldades sentidas por pessoas com deficiência

Assinala-se hoje o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência e para comemorar a data, o Centro Social e Paroquial dos Santos Mártires, em Bragança organizou uma pista de obstáculos para demonstrar as dificuldades sentidas.  O objectivo “é sensibilizar a comunidade e sobretudo os mais novos para as problemáticas de uma pessoa portadora de deficiência e das limitações que tem diariamente” refere Carla Galelo, do centro social. Com a pista de obstáculos “ao experimentarmos é que conseguimos obter a real noção da dificuldade que é puxar uma cadeira de rodas e ter de subir e descer rampas, ou ser invisual e ter obstáculos no meio da rua” acrescenta.
A responsável salienta que em relação à cidade de Bragança “as barreiras arquitectónicas ainda existem mas há uma sensibilização por parte das instituições para as tentar minimizar”. Além disso Carla Galelo adianta que “um dos nossos próximos trabalhos vai ser fazer o levantamento das barreiras arquitectónicas da cidade para darmos qualidade de vida às pessoas portadoras de deficiência”.
Com este levantamento, que ainda não tem data prevista para arrancar, o centro social pretende conhecer as dificuldades sentidas pelas pessoas com deficiência para poder responder melhor às suas necessidades no novo projecto que tem em mãos e que também contempla esta área.Alguns do alunos da escola primária do Campo Redondo puderam experimentar esta pista de obstáculos, instalada em frente aos correios, e confessam que não é fácil usar uma cadeira de rodas.“É difícil movimentar-me e travar ao mesmo tempo” diz Camila. Ana João que experimentou “as muletas, o andarilho e a cadeira de rodas” diz que “as muletas foram as mais difíceis porque é complicado andar com o pé em cima”. 
Já Barbara Meireles admite que se um diz precisasse de usar uma cadeira de rodas “iria sentir muitas dificuldades porque ao levantar-me da cama tinha de me sentar logo na cadeira de rodas e ia precisar de ajuda até para me levarem a certos sítios”.Celina Mesquita, da Associação de Pais e Amigos do Diminuído Intelectual, aponta a resistência à diferença como o maior problema sentido. “A pessoa com deficiencia ainda não é vista como qualquer outro cidadão. 
Felizmente as coisas estão a mudar, mas essa é para mim a maior dificuldade” considera. Além disso “há familiares que têm dificuldade em aceitar a deficiência dos próprios filhos porque isso vai alterar um pouco a sua vida” afirma.
As comemorações do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência contaram também com a parceria da Junta de Freguesia da Sé.
Escrito por Brigantia
in:brigantia.pt