O Guerrilheiro da Frelimo |
Através de uma mensagem de correio eletrónico enviada ao NetBila, um antigo combatente da guerra do ultramar pede-nos para ajudar na divulgação de uma das suas histórias passadas durante a guerra em Moçambique contra o movimento de libertação daquele território ultramarino, a Frelimo. O antigo combatente português, Alferes de Operações Especiais - Ranger -, Jaime Froufe Andrade, sente ainda hoje, após mais de quarenta anos, uma enorme angústia por causa de um simples aparelho de rádio pertencente a um guerrilheiro daquele movimento de libertação. O facto passou-se no dia 17 de setembro de 1968 na província de Tete:
O guerrilheiro da Frelimo, como nos conta o Jaime Froufe Andrade, foi capturado na sequência de um golpe de mão levado a cabo pelas tropas portuguesas a uma base de considerável dimensão, instalada por um dos quadros opositores ao exército português que mais tarde viria a ser o Presidente da República Popular de Moçambique - Samora Machel. O guerrilheiro foi surpreendido por um pequeno grupo de combate helitransportado que atuou sob o comando de Jaime Andrade. O guerrilheiro de quem não se sabe o nome trazia consigo, além da arma de fabrico chinês imediatamente retirada das suas mãos, um aparelho de rádio sendo este confiscado particularmente pelo comandante do grupo atacante antes de entregar o prisioneiro para interrogatório.
Voltando de Moçambique para a Metrópole, o ranger Jaime Andrade trouxe consigo o pequeno rádio portátil. Alcançada alguma acalmia por entre o stress de guerra, o famigerado aparelho deu volta à cabeça àquele que não se sentia de modo nenhum o seu dono. Tem sido assim durante estes longos anos. O rádio andou escondido lá por casa durante muito tempo, só que não lhe desaparecia da cabeça, pois trazia-lhe à memória outras recordações de outros momentos e outros factos ocorridos. Assim, o rádio acabou por tomar um lugar de destaque na mesa de trabalho do nosso amigo ranger. O pequeno aparelho é como um dedo que persiste em apontar para mim, confessa Jaime Andrade. Este, com uma grande angústia tem contado a sua história publicamente em diversos fóruns, conseguindo mesmo fazer a sua divulgação em alguns canais de televisão portugueses, despertando inclusivamente o interesse de um jornalista da BBC.
É desejo do nosso Alferes, alimentando uma enorme esperança, reencontrar o seu antigo adversário de guerra por quem sente hoje um admirável respeito. Pretende simplesmente devolver-lhe o rádio, dar-lhe um forte abraço e pedir-lhe desculpa!
in:jornal.netbila.net
A HISTÓRIA DE JAIME ANDRADE
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