A Câmara de Miranda do Douro pretende avançar com o processo de classificação do Aqueduto do Vilarinho, uma infraestrutura do século 16 que serviu para o abastecimento de água àquela cidade nordestina.
Segundo o presidente da autarquia, Artur Nunes, há empenho para que o aqueduto seja classificado, havendo já conversações com o IGESPAR para o efeito.
"Para além da classificação, teremos que cuidar da estrutura, já que se trata de um património valioso e que faz parte da história da cidade de Miranda do Douro", acrescentou o autarca.
Para Artur Nunes, urge intervir naquele equipamento histórico "que tem vindo a ser esquecido" ao longo dos tempos.
"Em primeiro lugar, vamos classificar a estrutura como património, para depois fazermos as intervenções necessárias que que evitem que o aqueduto sofra danos estruturais. Queremos voltar a criar valor num importante símbolo do concelho que tem sido desprestigiado", frisou Artur Nunes.
Este elemento arquitetónico faz parte de um conjunto de construções que tinham como função o abastecimento de água à cidade. É uma estrutura arquitetónica "rara na região Norte do país".
Apesar de estar localizado a apenas um quilómetro da cidade de Miranda do Douro, "as pessoas não têm conhecimento da existência de um monumento tão rico e raro, embora esteja referenciado em alguns roteiros e nos pontos a visitar" naquela cidade.
A importância da infraestrutura reside no facto de ter sido extremamente imprescindível para o abastecimento de água potável ao burgo mirandês e pelo facto de se tratar de um imóvel raro.
A partir de 1545, a população de Miranda do Douro aumenta de um modo "galopante" com a sua elevação à categoria de cidade e cabeça de diocese. O abastecimento de água torna-se então "essencial para a população residente".
Na altura, comerciantes, diversas entidades religiosas e militares, assim como um vasto conjunto de personalidades intelectuais, instalam-se na cidade do planalto, o que fez aumentar as suas "necessidades em termos de abastecimento de água a população".
Segundo alguns investigadores, a água para consumo na cidade era colhida em poços, processo pouco adequado à situação geográfica da cidade, uma vez que Miranda do Douro estava permanentemente em perigo de ser atacada pelos exércitos castelhanos e, por isso, a população dentro das muralhas necessitava de água potável em tempo de guerra.
O aqueduto passou a abastecer pontos de recolha de água como a emblemática Fonte dos Canos (século 17), situada na periferia do bairro de Santa Luzia.
A Fonte dos Canos, de estrutura barroca, vai igualmente sofrer uma intervenção para que seja requalificada, apesar de não estar classificada como monumento.
Outra das apostas da autarquia passa pela requalificação do centro histórico e intervenção na antiga Sé Catedral e Paço Episcopal, um processo já em curso ao abrigo do programa das Rotas das Catedrais.
FYP.
Lusa
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