quinta-feira, 15 de março de 2012

Mirandês: Autarca defende entidade "forte e agregadora" para defesa da língua


O presidente da câmara de Miranda do Douro defendeu hoje a criação de uma entidade forte e agregadora para defender os interesses da língua mirandesa e promover a segunda língua oficial em Portugal.
"Se não conseguirmos criar um organismo forte e agregador, vai ficar sempre alguém de fora dos vários contextos de preservação, estudo e divulgação do mirandês", disse à Agência Lusa o socialista Artur Nunes.
O autarca considera ainda que a entidade deverá ter "peso institucional" para salvaguardar "os direitos consignados na Lei" que rege a língua mirandesa (Lei 7/99. de 29 de janeiro que reconhece oficialmente os direitos linguísticos do mirandês).
"Criar protagonismos pessoais fora de uma entidade agregadora da língua mirandesa, como se está a fazer, poderá criar problemas de continuidade dessa mesma entidade", frisou o responsável.
O autarca justifica a sua posição ao afirmar que a língua mirandesa não é dos eruditos, mas sim do povo.
"O povo é o dono da língua, porque é o povo que a utiliza. Sendo este povo que tem de utilizar e promover a língua, bem como a sua preservação no tempo", acrescentou.
O responsável autárquico garante estar empenhado em arranjar um modelo que dê seguimento a uma intuição que preserve o mirandês.
"No decurso de 2010 foram feitas algumas reuniões com o ministério da Educação, com a Fundação EDP e com a REN após ter sido criada uma entidade que tinha como missão criar um organismo, fosse ele em forma de Fundação ou de Instituto", assegurou Artur Nunes.
O secretário de Estado da Cultura defendeu recentemente que a defesa do mirandês diz respeito ao povo de Miranda do Douro, o qual deverá decidir se a preservação da língua poderá passar por um modelo de Instituto ou de Fundação.
Segundo o governante, o dossiê que prevê a criação de uma Fundação ou Instituto da Língua Mirandesa ainda não foi apresentado à Secretaria de Estado da Cultura (SEC).
Francisco José Viegas admitiu na altura que há a possibilidade de o Governo poder apoiar um dos dois 
modelos.


FYP
Lusa

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