Todos querem os estudantes de Salsas
A Assembleia Municipal de Bragança aprovou na passada sexta-feira uma moção onde se repudia o encerramento da Escola EB 1 de Salsas, que poderá fechar no próximo ano lectivo por não ter 21 alunos.
O documento foi apresentado pelo presidente da junta, Filipe Caldas, eleito pelo PSD, após ter sido aprovado em Assembleia de Freguesia. Na mesma moção também se repudia a proposta da Carta Educativa de os alunos de da freguesia serem transportados para a EB1 de Santa Comba de Rossas que segundo o autarca de Salsas “não dispõe das condições necessárias, porque não dispõem de equipamentos desportivos, o refeitório é em contentores”. Filipe Caldas argumenta ainda que o estabelecimento de ensino da sua freguesia dispõe de condições melhores do que a sua aldeia, “tanto infra-estruturas como material pedagógico, equipamento e professores”, frisou perante o plenário.
Também Izeda quer os alunos de Salsas.
Rosa Pires, a presidente da junta social-democrata, defendeu que as crianças daquela localidade e de outras vizinhas devem ser transportadas para a escola da sua terra, tanto mais “que os jovens que frequentam o segundo e terceiro ciclo já são transportados para a vila pelo que faz todo o sentido transportar também os outros”. A autarca disse que a intenção de transportar os estudantes para Rossas “não faz sentido” e lamenta que crianças que residem a cerca de quatro ou cinco quilómetros de Izeda sejam obrigados a percorrer 20 quilómetros ou mais para irem para Bragança. “Nós temos condições para receber as crianças de Salsas”, assegurou.
Elídio Morais, presidente da junta de Santa Comba de Rossas, eleito pelo PS, garante que a escola da terra tem todas as condições necessárias e suficientes para receber mais alunos, nomeadamente os de Salsas. “Há cinco anos foram realizadas obras na escola.
Temos as condições mínimas para o bom funcionamento. O refeitório está instalado em dois contentores e funciona bem e como deve ser”, enumerou.
O autarca de Paradinha Nova, Domingos Seca, do PS, defendeu que os alunos da sua terra devem ser transportados para a escola de Izeda porque faz sentido, dada a proximidade.
Do lado da bancada do PS, Vítor Prada Pereira, explicou que há três anos quando foi conhecida a Carta Educativa do Concelho de Bragança o seu partido disse “que não servia para um futuro próximo” e lamentou que o assunto tenha estado envolvido “em politiquices”, mas que agora “querem passar a batata quente”.
O também socialista, Alcídio Castanheira, da Comissão de Cultura, Desporto, Educação e Assuntos Sociais da Assembleia Municipal de Bragança, teceu duras criticas à reorganização da rede escolar do concelho e afirmou que o Centro Escolar de Santa Maria “está sobredimensionado” e que é um local para onde “as famílias não querem levar os filhos”, o que faz com que tenha uma taxa de ocupação inferior. Já o Centro Escolar da Sé está cheio “ e no próximo ano lectivo não deve abrir nenhuma turma de primeiro ciclo porque não tem mais capacidade”.
O presidente da Câmara, Jorge Nunes, referiu que a EB de Salsas está na área de influência de Izeda. “Há uma lógica que tem que sustentar as decisões, as coisas não mudam totalmente.
É preciso estabilidade e coerência na tomada de decisões”, explicou. Segundo o autarca as decisões sobre a reorganização da rede escolar ainda não estão tomadas e vão sê-lo no âmbito do Conselho Municipal de Educação e da Comissão de Educação da Assembleia Municipal.
Por Glória Lopes
in:mdb.pt
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