A dezassete quilómetros da sede do concelho, a freguesia de Santulhão encontra-se a noroeste da vila de Vimioso, no extremo noroeste do município e no seu limite com o vizinho concelho de Bragança.
O seu antigo povoamento remonta a épocas pré-históricas. O Castro da Abrunheira é um testemunho desse período. Situado em local elevado, de acordo com as condições habituais dos povos castrejos, permitia a defesa das populações que o habitavam e a sua sobrevivência, já que perto passavam diversos cursos de água. Um penedo de grandes dimensões, que provavelmente fazia parte da defesa natural do povoado, ainda hoje é bem visível no local. Segundo a lenda, nas manhãs de S. João aparece por ali a moura encantada, penteando-se com seus pentes de ouro.
O topónimo Santulhão deriva de S. Julião. No primeiro documento sobre a freguesia, em finais do século XII, aparece já "Villam-Sancti Juliano", ou seja, Aldeia de S. Julião. O topónimo acabou, através da corruptela do tempo, por degenerar em Santulam, Santilhaao, Santulham e finalmente Santulhão.
No século XIII, foram os frades de Castro de Avelãs a proceder ao povoamento da área da actual freguesia. Um documento de 1187, o primeiro que se conhece, é um oducmento de compra e venda de uma herdade entre a coroa e aqueles frades. Santulhão voltaria a ser propriedade reguenga durante o reinado de D. Dinis, monarca que visitou a freguesia em 9 de Dezembro de 1289. Em 23 de Fevereiro de 1418, D. João I apontava as terras e paróquias que constituíram o termo do "Castello douteiro demiranda". Até 1853, Santulhão pertenceu ao concelho de Outeiro.
Com a extinção deste, na sequência de uma grande reorganização administrativa do País, passou para Vimioso, tal como outras freguesias deste concelho. Em relação ao património edificado da freguesia, uma primeira palavra para a Ponte de Santulhão sobre o rio Sabor. Construída na Idade Média, e reconstruída posteriormente, é uma ponte de cavalete sobre cinco arcos desiguais, três de volta redonda e dois quebrados. Tanto os arcos como os contrafortes são muito diferentes entre si, sendo o resultaod das reconstruções de que foi sendo alvo. As aduelas são lajes de xisto muito estreitas e compridas formando no arco maior duas arquivoltas. A Igreja da Misericórdia encontra-se no centro da freguesia, adossada ao cemitério. Foi concluída em 1623, conforme data no portal e na sineira. Foi remodelada no século XVIII. É um templo vernáculo, de planta longitudinal, composta por nave, capela-mor, anexos e sacristia. A fachada principal termina em empena truncada por sineira e é rasgada por um arco de volta perfeita. No interior, salienta-se o retábulo-mor de talha policroma maneirista.
Quanto à Igreja Paroquial, o actual edifício deve substituir um outro que terá existido no mesmo local. A fachada principal termina em empena truncada por campanário de dois sinos.
Área: 4753 ha
População: 508 habitantes
Património cultural edificado: Igreja Matriz, Capelas, Pelourinho, Ponte, Fontes Romanas, Casas Tradicionais, Casa com Brasão
Património Paisagístico: Rios, Castro da Abrunheira, Extinta Aldeia de S. Mamede, Zonas de Pesca e Caça
Festas e Romarias: Festas de S. Lázaro na 1ª semana de Agosto
Gastronomia: Enchidos, Cordeiro Assado, Doces Caseiros, Azeitona
Artesanato: Trabalhos em Madeira, Rendas, Bordados, Linho, Lã, Alfaiataria, Calçado, Latoaria, Ferraria
Turismo de habitação: Residêncial D. Afonso
Orago: S. Julião
Principais actividades económicas: Agricultura, Pecuária, Olivicultura, Construção Civil, Hotelaria, Comércio
Retratos e Recantos
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