quarta-feira, 23 de maio de 2012
Miranda do Douro: Associações promovem antigas técnicas de construção de paredes e muros
A Palombar, em parceria com a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), está a promover ações de formação destinadas a pessoas que queiram aprender antigas técnicas de construção e recuperação de muros tradicionais.
"A organização desta iniciativa tem por objetivo envolver pedreiros locais que, juntamente com os técnicos da Palombar, partilham conhecimentos e experiências ao nível das técnicas de recuperação e construção em pedra e cal ", disse à Lusa Nuno Martins, técnico da Palombar.
A Palombar – Associação de Proprietários de Pombais Tradicionais do Nordeste, é uma associação sem fins lucrativos e a primeira instituição de proteção de pombais tradicionais em Portugal.
Desta forma, é dada a oportunidade aos participantes de estrarem em contacto com técnicas ancestrais de assentamento de pedras, que, umas sobre as outras, vão dando lugar a rústicos e arcaicos muros, que já pouco se encontram na região transmontana, na sequência do abandono das propriedades ou vendas das pedras para outros fins.
"Este trabalho tem uma dupla componente: passa por incentivar as pessoas a recuperarem os muros tradicionais, utilizando ‘pedra seca’, e, ao mesmo tempo, ajudam a AEPGA na reconstrução das suas propriedades, nas quais se encontram instalados os animais de raça asinina", acrescentou o técnico.
Para além da construção de muros, é também dada a oportunidade aos participantes de conhecerem as técnicas de rebocos de paredes com o recurso à argamassa à base de cal.
Amélia Paulino, professora de profissão, disse que esta experiência é interessante, já que permite a descoberta de técnicas ancestrais de construção e, ao mesmo tempo, da geologia da região transmontana.
"É também uma forma de descobrirmos a profissão de pedreiro, que se encontra em vias de extinção", explicou.
As ações práticas de recuperação e construção de muros decorrem aos fins de semana, tendo "essencialmente uma componente prática" e dando a oportunidade a todos os participantes de aplicarem os conhecimentos adquiridos na componente teórica.
"Em tempo de crise, este tipo de aprendizagem poderá ser uma forma de ajudar as pessoas na recuperação do património de cada um dos seus lugares de origem", frisou Nuno Martins.
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