Cerca de 200 pessoas concentraram-se ontem em frente ao tribunal de Carrazeda de Ansiães para protestar contra o seu encerramento. Este tribunal é um dos cinco que o Ministério da Justiça quer encerrar no distrito de Bragança, passando os seus processos para o de Vila Flor. O executivo camarário quis dar um sinal da sua contestação e convocou uma manifestação apartidária para dizer à ministra da Justiça que toda a população do concelho está contra o novo mapa judiciário.
É que segundo o presidente da Câmara a ministra foi sensível aos seus argumentos em reunião recente, mas afinal de contas, manda encerrar o tribunal.“Mostrou-se preocupada e disse que tudo faria para que este tribunal não encerrasse e por isso faltou à palavra”, refere José Luís Correia, acrescentando que “temos de ter sempre uma esperança e espero bem que isso não venha a acontecer”.O autarca entende que a luta deve continuar, caso contrário, depois do tribunal o Governo do PSD/CDS-PP poderá acabar também com outros serviços públicos, a começar pelo serviço de Finanças.
É por isso que a vereadora independente diz que a manifestação de ontem não é suficiente.“Isto foi um sinal mas não chega. Para mim é muito pouco isto não chega a Lisboa, não entendem esta linguagem”, afirma Olímpia Candeias. “Todos os autarcas do distrito deviam juntar-se e tomar uma medida em conjunto e aí já vão entender. Eles tremem quando isso acontece”.
O vereador do PS vai mais longe e lembra uma proposta informal que apresentou em reunião de Câmara e em que levantou a hipótese de demissão em bloco dos executivos dos concelhos afectados pela reforma da Justiça.“Era uma proposta a seguir por nós próprios mas também por todas as câmaras envolvidas neste processo”, refere Augusto Faustino, que sugere que “todos os autarcas dos concelhos afectados entreguem a chave dos concelhos à ministra da justiça”.
Entre as cerca de duas centenas de manifestantes estava a indignada Antónia Meireles, moradora em Castanheiro do Norte, que não poupou críticas à ministra da Justiça.
“O tribunal faz muita falta principalmente às pessoas de idade porque elas querem deslocar-se e não têm dinheiro. Nós também somos gente, não são só os de Lisboa”, refere indignada.
Escrito por Ansiães (CIR)
Foto: Eduardo Pinto
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