Freguesia de Campo de Víboras

A cinco quilómetros de Vimioso, a freguesia de Campo de Víboras encontra-se numa zona baixa, entre dois cumes montanhosos, na parte sul do concelho. O nome da freguesia, muito pouco vulgar no nosso país, está relacionado com Viberes, que procede de viperas. Já é referido como tal em documentos anteriores a 1530. O seu povoamento iniciou-se em épocas recuadas da história do homem. Foram encontrados vários vestígios arqueológicos na actual área da freguesia.
Existem poucas informações sobre os primeiros tempos da história desta freguesia pós-fundação da Nacionalidade. Nas Inquirições de 1296, de D. Afonso III, há uma referência a Bíberes, povoação que teria sido dada em comenda a D. Pedro Pôncio, de Leão, um dos nobres encarregue de promover o desenvolvimento local. Quanto à criação da paróquia, deverá ter ocorrido depois do fim da Idade Média. Não estando integrada nas paróquias da terra de Miranda do século XIII, crê-se no entanto que aqui terá sido construída uma pequena ermida na época do seu povoamento, cerca de 1240. Dedicada a Santa Maria, não tinha porém independência, pois estava agregada a outra igreja maior.
A freguesia foi um curato de apresentação do reitor de Vimioso, mas passou pouco tempo depois a abadia. Em termos administrativos, começou por ser um simples lugar do julgado de Algoso, na época da fundação da Nacionalidade, mas rapidamente passou a pertencer ao termo de Vimioso como freguesia independente.
Do património edificado da freguesia, destacam-se as construções de carácter religioso. é o caso da inevitável igreja matriz. De agradável prospecto exterior, é um dos orgulhos da população e um bom cartão de visita de Campo de Víboras. É o caso, também, das três capelas existentes, dedicadas a S. Tiago, ao Senhor dos aflitos e a Santa Bárbara, e à imponenete e majestosa cruz do Nosso Senhor dos Aflitos, que se eleva a uma altura de cerca de quinze metros.
Diz a lenda que aqui viveu, em tempos, um rei. Certo dia, enquanto ele, os seus criados e o seu feiticeiro andavam a caçar, acabaram por se perder. Já de noite, o rei perguntou a um homem que lá estava se ali era seguro para dormir, mas ele respondeu-lhe que ali havia muitas víboras. O rei ficou muito aterrorizado mas o feiticeiro disse-lhe que sabia uma oração para encantar víboras, o que fez imediatamente. Entretanto o rei perguntou-lhe: - Ouve lá, quem encanta também desencanta? - Saiba Vossa Majestade que «Quem encanta também desencanta», retorquiu o feiticeiro. O rei matou logo o feiticeiro e as víboras ficaram encantadas até aos dias de hoje. O rei disse ainda que, aquela terra, se chamaria então «Campo de Víboras». Foi assim que nasceu o nome desta aldeia.
Área: 2604 ha
População: 400 habitantes
Património cultural edificado: Igreja Matriz, Capelas do Senhor dos Aflitos, de Stª Bárbara, de S. Tiago, Cruzeiro, Marco Geodésico, Fonte e Cruz de Nosso Senhor dos Aflitos (15m de altura)
Património Paisagístico: Castelo da Serra, Ribeira de Angueira, Rio (Pesca de Barbo, Boga, Escalo), Zona de Caça (Perdiz, Coelho, Lebre, Javali)
Festas e Romarias: Festas de S. Tiago no último Fim-de-semana de Agosto, do Senhor dos Aflitos a 3 de Maio
Gastronomia: Borrego Assado, Posta Vitela, Pudim, Pão-de-Ló
Locais de lazer: Parque de Merendas, Miradouro
Artesanato: Rendas, Bordados
Lenda: Era uma vez um rei que andava a caçar com os seu criados e um feiticeiro. Tendo andado muito, ao fim do dia constataram que estavam perdidos. Chegou a noite e encontraram um homem no meio do campo. O rei perguntou-lhe se aquele sítio era seguro para dormir, ao que o sujeito respondeu que ali havia muitas víboras. O monarca ficou muito assustado, mas o feiticeiro disse-lhe que sabia uma oração para encantar as víboras e começou a recitá-la.
Entretanto o rei perguntou-lhe: -Ouve lá, quem encanta também desencanta? - Saiba Vossa Majestade que "Quem encanta também desencanta", respondeu o feiticeiro. O rei matou logo o mago e as víboras ficaram encantadas até aos dias de hoje. Depois do sucedido, o soberano decidiu que aquela terra passaria a chamar-se "Campo de Víboras". E foi assim que nasceu o nome desta aldeia.
Orago: S. Tiago
Principais actividades económicas: Agricultura, Pecuária, Comércio
Colectividades: Centro Cultural e Recreativo, Clube Caça e Pesca

in:retratoserecantos.pt