Foi 1.º visconde Manuel Pinto de Morais Bacelar que nasceu em Vilar de Ossos, concelho de Vinhais, em 4.11.1742 e morreu em Lamego em 1.5.1816.
Era filho de Lázaro Pinto de Morais Bacelar, mestre-de-campo de Infantaria, auxiliar da guarnição de Bragança e senhor da Casa de Vilar de Ossos e de sua mulher, Inês Bernarda Pessoa Teixeira. Assentou praça, como cadete, no Regimento de Cavalaria Ligeira de Chaves, em 1756.
Por sua conta e risco organizou uma Companhia de Cavalaria para fazer face aos combates da época.
Em prémio desse esforço, foi promovido a capitão, por Decreto de 19 de Junho de 1762. Colaborou estreitamente com o Brigadeiro Sir Duarte Smith, um militar austero, disciplinado e zeloso que comandava o regimento a que o capitão Bacelar pertencia. Em 23.3.1789 foi promovido a Tenente-Coronel daquele regimento que passou a comandar, por Decreto de 26.11.1796, para esse efeito, promovido a Coronel.
Em 1801, por ocasião da guerra com a Espanha, que antecedeu as invasões franceses, foram nomeados generais para a Divisão do Exército, vindo o Merechal-de-Campo Gomes Freire de Andrade, na sua qualidade de quartelmestre-general do Exército do Norte. Juntamente com as tropas às ordens do Tenente-General D. Manuel José Lobo, empreendendo o assalto e conquista da Praça de Montery, em 8.6.1801. Infelizmente foram mal sucedidos por que um grosso corpo de tropas de infantaria inimiga, logo repeliram as forças à ordem de Gomes Freire que chegaram a Chaves, praticamente desorganizadas e sem coragem para novas investidos.
Foi nessa altura que o Coronel Bacelar, à frente do seu regimento, coordenou todas as operações, desenvolvendo aos fugitivos a moral e a organização que tinham perdido. Em 14.10.1802 foi promovido a Brigadeiro, continuando a comandar o regimento que viria a ser refundido com o nome de Regimento n.º 6 que ficou agregado à Corte. Pouco depois libertou-se das funções militares que tinha em Chaves e retirou-se para Vilar de Ossos, para descansar.
Quando se deu a 1.ª invasão francesa apresentou-se ao Tenente-Coronel Sepúlveda que governava as armas de Trás-os-Montes e este nomeou-o para o comando interino das tropas no distrito do Douro, facto que foi confirmado pela Junta Provisional do Govemo Supremo do Reino, em 1.7.1808.
Pouco depois foi reorganizado o Exército, segundo um plano de D. Miguel Pereira Forjaz, coadjuvado pelo General Bernardino Freire Andrade, distribuindo-o por 3 corpos distintos: Exército de Operações, na Estremadura; 2.º Exército de Observação, nas províncias da Beira e de Trás-os-Montes e 3.º Corpo de Reserva.
Já nessa altura era o General Bacelar o Comandante de Armas da Beira, pelo que foi também encarregado do comando do Exército de Observação que era composto de dois batalhões do regimento n.º 23; o 1.º chamava-se Caçadores da Beira que tinha em apoio os regimentos de milícias de Bragança, Miranda, Moncorvo, Chaves, Vila Real, Trancoso, Lamego e Viseu.
O 2.º chamava-se da Guarda e de Castelo Branco, do regimento de Cavalaria II, tendo o trem de Artilharia como apoio. Por essa altura houve necessidade de operar com as suas tropas em quase todo o país. E sempre se saiu bem o General transmontano, apesar da forte oposição das tropas inimigas que tiveram papel generalizado aquando das invasões francesas. Foi condecorado com as mais altas distinções nacionais.
Casou, em 16.7.1776, com Joana Delfina van Zeller Teixeira de Andrade Pinto que nasceu em Cortiços (Bragança). O título de visconde foi-lhe concedido por Decreto de 17.12.1811 (por D. João, Príncipe-Regente).
Foi 2.ª viscondessa de Montalegre D. Maria Inês Cândida Pinto Bacelar que nasceu em 24.11.1785 e faleceu em 15.8.1819. Era filha dos primeiros viscondes. Embora fosse a 4.ª filha foi ela que herdou o título, porque a 1.a desistiu dele, a 2.ª professou em ordem religiosa e a 3.ª morreu em criança. Foi a 6.ª senhora do morgadio de N. Sr. da Assunção de Vilar de Ossos.
Casou em 13.2.1804 com Luís Vaz Pereira Pinto Guedes, visconde de Montalegre pelo casamento. Este nasceu em Vila Real, em 10.8.1770 e morreu em 10.5.1841. Assentou praça como cadete no Regimento de Cavalaria de Chaves, em 6.4.1784 e foi promovido a alferes em 16.11.1792.
Quando Junot entrou em Portugal, ele foi despromovido, passando à vida civil. Mas viria a ser reintegrado como capitão, em 18.10.1808, servindo de ajudante de seu futuro sogro. Viria a ser promovido, sucessivamente a Coronel e a Brigadeiro. Em 1823 era comandante militar em Trás-os-Montes. Viria a estar envolvido em vários combates que se deram no seu tempo, nomeadamente no desembarque no Mindelo e no ataque ao Porto. Em Outubro de 1834, derrotadas as tropas miguelistas, foi demitido do Exército.
Escreveu: Memória e exposição Autêntica da Conduta Civil e Militar de... desde 1821 até 1823. Teve, como condecorações, as Ordens de Cristo e a Torre e Espada. Foi 3.º Visconde de Montalegre Francisco Pereira Pinto Guedes Bacelar que nasceu em Vinhais, em 18.2.1814 e morreu solteiro, em 26.1.1834.
Era filho dos segundos viscondes. Foi o 7.º senhor do morgado de Nossa Senhora da Assunção de Vilar de Ossos e sucedeu aos viscondes de Mirandela, no morgado dos Machucas e padroado do capitulado de S. Francisco de Bragança. Assentou praça no Regimento de Cavalaria 6 e em 4.10.1831 foi autorizado a frequentar a Academia da Marinha. Foi graduado no posto de Tenente, em 22.11.1832. Em 8.3.1834 já era Major.
O 4.º visconde teria sido Manuel Pinto Vaz Guedes Bacelar Sarmento Pereira de Morais Pimentel que nasceu em 29.11.1816.
A Junta Provisória do Governo do Reino, por ocasião da "Maria da Fonte", e por alvará de 22.2.1847 ainda chegou a conceder o título de 4.º visconde de Montalegre. Só que o Governo de D. Maria H não chegou a considerar aquele decreto de nomeação e por isso o título de visconde de Montalegre caiu na pessoa de Luís Vaz Guedes Pinto Bacelar Sarinento Pereira de Morais Pimentel Teles de Meneses e Melo (2.º visconde de Vila Garcia). Caiu o título de visconde de Montalegre e o de Mirandela.
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