segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Vimioso - (Concelho de Bragança)

O mais antigo documento referente a esta povoação data de 1187 e respeita à aquisição por D. Sancho l do “chão” para fundar uma “cidade”. Porém, o seu povoamento só se processou no reinado de D. Sancho ll.
Seu nome formou-se da raiz de vime, vim – e o sufixo – oso.
Correspondem-lhe as antigas formas adjectivas, Vimioso e vimoso.
Implantado entre os rios Maçãs e Angueira, constituiu, nos primórdios da Nacionalidade, ponto táctico de defesa fronteiriça juntamente com Miranda do Douro e, por outro lado, um ponto de equilíbrio contra a influência das Ordens de Malta e dos Templários, senhoras de Mogadouro, Penas Roías e Algoso. Nada resta do castelo da vila e pouco mais da atalaia a que se dizia subjacente em castro romano.
Vimioso
A antiga vila transmontana de Algoso foi sede de concelho até 1855, ano em que foi extinto e incorporado no município de Vimioso. No extremo sul da povoação, ergue-se o castelo, obra de Mendo Rufino dos finais do século XII, possivelmente ainda no reinado de D. Afonso Henriques, embora alguns autores se inclinem mais para a sua construção, pelo menos Mendes Rufino, mas já no tempo de D, Sancho I, a quem de resto patrocinador do reduto o ofereceu, recebendo a título de recompensa o Senhoria de Vimioso.
O castelo surge no alto do Monte da Penênciada, um cabeço penhascoso que se despenha quase a pique, a mais de 600 metros, sobre o rio Angueira, que, por sua vez, vai confluir a oeste com o rio Maçãs. Quem segue pela estrada de Mogadouro para Vimioso não pode deixar de se impressionar quando, a meio caminho se desfruta uma vista deslumbrante.
Deslumbrante é, também, o castelo, de reduzidas dimensões, que fez parte de uma linha defensiva de antiquíssimos tempos com mais três fortificações: a de Milhão, Santulhão, destruídas talvez pelos leoneses ainda durante os primeiros reinados portugueses, e a de Outeiro, hoje, praticamente em completa ruína.
O Castelo de Algoso, construído à base de xisto quártizo e granito, é de planta rectangular, com entrada pelo lado Norte por porta em arco pleno, defendida pelo que resta de um cubelo, já sem merlões. Surge então a pequena praça de armas. Onde aparecem, tal como no exterior, panos de muralha em paralelo com a penedia, que em muitos pontos funciona como alicerce de cerca.
A torre de menagem apresenta sinais de três registos. Os dois primeiros destinavam-se à zona habitacional e o último à defesa. Ainda na época Medieval, o Castelo de Algoso foi cedido, por D. Sancho II à Ordem do Hospital (depois Ordem de Malta), em 1226, e nele residiu o representante real das terras de Miranda e de Penas Roías, ambas ainda acasteladas nos tempos de hoje, se bem que, nesta última localidade, muito pouca resta da fortificação aí erguida.
Já no século XVIII, mais concretamente em 1710, por alturas da invasão espanhola motivada pela Guerra dos Sete Anos, Algoso sofreu saques, tal como outras terras da região. O principal alvo dos espanhóis foi Miranda do Douro, cuja fortaleza quase se viu reduzida a escombros, na sequência de enorme explosão no paiol, mas as localidades da zona de Vimioso também não escaparam à fúria da nação vizinha. Algoso, no entanto, conseguiu resistir aos ataques e evitou a ocupação, apesar da sua guarnição, comandada por alferes, ser pouco numerosa.
Aquando das invasões francesas, ficou célebre o nome de juiz de fora de Algoso, Jacinto de Oliveira Castelo Branco. Este magistrado, além de não acatar, em 1808, as ordens de Junot, continuava a usar nos processos o nome da Sua Alteza Real, apesar de D. João VI já ter embarcado com a família para o Brasil e os franceses terem declarado abolida a Dinastia de Bragança.
Orago: S. Sebastião
População: 279 habitantes
Actividades económicas: Agricultura e pecuária, olivicultura, vinicultura, amêndoa, cortiça, construção civil, serralharias e pequeno comércio.
Feiras: Mensal (9 de cada mês) e Feira Anual “S. Lourenço” (9 de Agosto)
Festas e Romarias: Santo António (13 de Junho), São João (24 de Junho), Nossa Senhora da Assunção (15 de Agosto) e São Roque (16 de Agosto)
Património Cultural edificado: Igreja Matriz, Castelo de Algoso, Pelourinho, Capela da Misericórdia, Capela de S. Roque, Capela de S. João Baptista e de Nossa Senhora da Assunção, Estrada Romana, Ponte Romana, Fonte Santa, Antigos Paços do Concelho e ruínas do convento.
Gastronomia: Posta Mirandesa, cordeiro assado, cabrito assado e em caldeirada, rosquinhos de S. João, bolo de Páscoa, bolo de centeio, dormidos, fumeiro e folar.
Artesanato: Rendas, bordados e carpintaria.
Colectividades: Grupo Cultural e Desportivo de Algoso
Aldeia Anexa: Vale de Algoso (Turismo Rural).


In Roteiro Turístico de Vimioso

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