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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

BARROSO DA FONTE 60 ANOS DE ESCRITA

Barroso da Fonte

Soube por uma amiga (lisboeta) de Mondim que Barroso da Fonte ia fazer dentro em breve (24 de Janeiro) 60 anos de escrita e fiquei um pouco agitado com a minha consciência porque este «Golias» do Barroso, de Trás-os-Montes e Alto Douro e do Norte é credor de um muito obrigado.
Não é mais um que esteve na política em lugares de destaque e continua a saber estar na cultura. É um dos mais destemidos, herdeiro de muitos outros heróicos combatentes ao longo da nossa História.
A vida dura difícil na meninice no Barroso foi um pouco amenizada na vida austera de seminarista em Vila Real.
Depois, foi a prova da resistência física e mental com o serviço militar como Ranger em Lamego e na linha da frente de um dos mais duros teatros de guerra portugueses do século XX, o Norte de Moçambique. Esta duríssima prova, em que o fio da vida e da morte se emaranham poderá ter sido mais um tempero para um dos mais duros e destemidos combatentes da escrita no último quartel do século XX e esta primeira dúzia de anos do século XXI.
Tanto é capaz de despir a camisa ou esvaziar a carteira por um amigo como partir a louça toda ou revirar bronze se a voz da sua consciência lhe diz que tem de ir em frente, contra tudo e contra todos.
Seguindo o pensamento de Ortega y Gasset em que o «ser de direita ou de esquerda foi uma das mil e uma maneiras que o homem inventou para ser imbecil», não foi HOMEM de se acobardar porque a extrema esquerda estava a um passo de tomar o poder e era muito perigoso assumir uma posição moderada.
Foi neste clima político e social que ele encabeçou o movimento que veio a criar a «Associação de Combatentes do Ultramar».
Mas, a sua mais temível espada foi a da escrita. Um dia, arrastava-se uma contenda académica sobre os falares do Barroso (quem conhece melhor este típico e riquíssimo linguajar se não os barrosões?) e manifestei-lhe a minha solidariedade e indignação.
A resposta foi breve e não deixava dúvidas: - Oh, Dr. Jorge Lage! Não se incomode, porque eu até gosto de polémica!
Esta luta prosseguiu quando alguém por calculismo ou oportunismo decidiu adulterar a única fonte histórica credível sobre o local em que nasceu D. Afonso Henriques: GUIMARÃES!
Só uma voz se indignou e revoltou: a de Baroso da Fonte.
Não se calou e como um grande cavaleiro com código de honra em que é capaz de defender a sua dama até à morte, esgrimiu a espada dos argumentos e pelejou contra amodorradores da nossa História. Obrigou a consciência do maior medievalista potuguês de todos os tempos, José Mattoso, a explicar-se bem, para que a verdade histórica fosse reposta e a Academia Portuguesa de História ir ao rego da verdade.
Este episódio foi sublime em que um solitário barrosão foi capaz de enfrentar as ondas avassaladoras e turvas dos «donos do saber histórico». Argumentou, facsimilou e engrossou a sua tese na obra: «D. Afonso Henriques».
Jorge Lage e Barroso da Fonte,
na Casa Regional dos Transmontanos
e Alto-Durienses do Porto
A sua estatura de homem de letras vai ser o tempo histórico que lha vai medir e não este ou aquele opinador dos nossos dias.
O Município de Montalegre, a quem ele doou um pequena fortuna em livros, documentos e obras de arte soube homenageá-lo. Aguardamos que, em espaço digno, saiba potenciar o seu doado documental e artístico em prol do barroso e da cultura.
Da minha parte sinto-me honrado e orgulhoso em o ter por amigo e para Trás-os-Montes e Alto Douro homens como ele fazem falta.
Mais que os 60 anos de escrita devemos celebrar o seu percurso como homem e homem de letras e de causas de honra da província esquecida. Tem sabido ser a voz sonante dos que não têm voz, até dos humildes e esquecidos poetas.
Deus e a Nossa Sra. da Saúde lhe dêem muitos mais anos de vida e a força para continuar a ser um dos defensores da nossa região e da nossa gente! Obrigado João Barroso da Fonte!

Por: Jorge Lage
in:jornal.netbila.net

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