A criação de um código deontológico e a definição dos princípios que deverão regulamentar a profissão docente para criar uma “Ordem dos Professores” é o objetivo da Associação Nacional de Professores (ANP), que está a promover um conjunto de debates a nível nacional, com esse propósito.
O primeiro destes debates teve lugar em Bragança no passado dia 16. “Pretendemos sensibilizar e esclarecer todos os docentes que queiram participar no ciclo de debates sobre deontologia e auto-regulação e sobre a criação da Ordem dos Professores”, disse Paula Carqueja, presidente da Associação. Nesse sentido, a Associação já dispõe de dois estudos técnicos. Segundo Paula Carqueja o que se pretende é “clarificar o que é que é ser professor e certificar o professor, porque nem todos os licenciados são professores, nem todas as pessoas sabem ser professores”.
Para Henrique Ferreira, professor do Instituto Politécnico de Bragança e um dos oradores convidados desta sessão, a criação da Ordem reveste-se de grande importância porque clarificaria os requisitos necessários para se ser professor e contribuiria para a dignificação da classe. “Os sindicatos só não bastam, os sindicatos têm pugnado, e bem, pelas condições do exercício da profissão, mas agora é há que pensar nas questões qualitativas da escolas”, referiu. Além disso, sente-se que é necessário um organismo sem qualquer ligação política, que se constitua como unificador da classe docente.
Este organismo poderia ainda fazer com que os Estado deixasse de ser o regulador da classe. “Os professores, como corpo profissional de alta formação, devem ser eles próprios a gerir não só a sua formação como também as condições de exercício profissional”, adiantou Henrique Ferreira.
Além disso, se os professores tivessem uma Ordem e fossem eles próprios a definir as condições do seu exercício profissional, “o problema da avaliação provavelmente já estaria resolvido”.
in:mdb.pt
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