Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 12 de março de 2013

" O TEAR "


Com seis anos apenas...
Deixei a vizinha sair e pra lá fui a correr...
Tinha a atenção virada, para o que de fora escutava...
Os batimentos do tear, sonhava experimentar...
Atravessei as hortas, que separavam as casas,
Meus pés ganharam asas, 
Já andava a maquinar, o tear ir visitar,
Se bem o pensei, melhor o fiz,
Até ao portal foi um triz,
Desviei o carabelho, a grande porta rangeu,
Olhei, alguém podia ver,
Os olhos fixei, nos fios bem alinhados...
Estava à minha frente, o projecto da minha mente,
Estiquei o pequeno braço, com grande desembaraço,
Imaginem no que deu...
A tecedeira apareceu, ficou aterrada com o que acabava de ver,
O trabalho da semana acabava de perder...
Ah! disse...
Eu nem sei o que te faço...agarrou-me por um braço,
E dali me arrancou...só aí percebi
Que ia apanhar uma sova...
Da minha mãe, eram de caixão à cova,
Para me castigar, o chinelo tirou, ainda o levantou...mas 
A avó Ana chegou, foi ela que me salvou,
Deitou água na fervura, para os ânimos acalmar...
PARECE QUE ME VOU SAFAR,
Foi então que a avó disse: vós tendes que entender,
Ela só queria aprender,
Advogada eu já tinha, só faltava o juíz,
Nisto, o meu pai chegava, e com o tribunal deparava
De juiz quis fazer, sem dar a perceber,
Sorriu e fez-me sinal...o olho me piscou...
Depressa dei meia volta e à sua mão me agarrei 
e não mais a larguei, até a sentença ser lida,
Foi logo de seguida, disse:
Tenho que te comprar, um tear pra trabalhar,
A sentença acatei, melhor não podia ser...
E com tão boa advogada, não podia perder a causa...
Fez-se uma pausa...
A avó Ana, era idosa e ningúem a contrariava...
Era sempre respeitada,
Meu pai continuou...
Minha filha vai ter, a profissão que escolher,
Tinha nele um aliado para meus tramas tecer...
Cozinheira, costureira, médica ou enfermeira...
Excepto freira...
E foi assim...lembrei,
COMO DA SURRA ME SAFEI...

Por: Lídia Silva
Uma amiga Bragançana

Sem comentários:

Enviar um comentário