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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Nossa Senhora da Penha

Local: Rebordelo, VINHAIS, BRAGANÇA

A um quilómetro, a noroeste de Rebordelo, vê-se uma capela dedicada a N. Sr.a de Penha, cuja festividade se realiza em 15 de Agôsto, com a assistência de numerosos fiéis das povoações circunvizinhas. E o povo conta: 

Um dia apareceu a uma pastorinha Nossa Senhora a cavalo numa burra. E para perpetuar tão miraculosa aparição, ao atravessar o bojo lavado de uma rocha de granito, a burrinha deixou impressas nela as ferraduras, de onde manou límpida nascente. Pediu a Virgem à vidente dissesse ao povo que era seu desejo ser honrada naquele logar sob a invocação da Penha e como prova de benemerência daria à água a virtude de curar muitas e variadas moléstias.
A pastorinha comunicou radiante o feliz acontecimento e o povo erigiu em breve tempo a humilde capelinha, que teve, até há poucos anos, ermitão para a zelar e vigiar. Da casa do ermitão nada resta; a rocha, essa, lá está, humida da fresca linfa, a qual continuará por muitos anos a murmurar, um formoso hino de louvores à Virgem da Penha, e a dizer ao nosso bom amigo P.e António Rodrigues que não desanime no abrandamento das «rochas» de Rebordelo, porque, tendo até hoje, ressumado mais vinho do que água, a Penha, lhes fará brotar mais ardente fé que a dos seus longínquos antepassados… 
 Esta lenda dos sinais da burrinha é contada em outras povoações da região. Em Travanca dizem que quando Nossa Senhora fugiu para o Egito passou pelo monte da Coroa, e, descançando da longa caminhada, colocou o menino sôbre uma fraga, na qual deixou gravados os pés e a burrinha as ferraduras. A fraga vê-se ainda hoje com estes sinais. A de Nuzedo de Cima tem duas cavidades a que o povo chama «malgas» e dois pés um maior do que outro. 
 Conta também o povo que Nossa Senhora na sua fugida com o menino, sendo perseguida pelos inimigos, as palmeiras inclinavam os ramos até ao chão para lhes obstruir a passagem e que, milagrosamente, as ferraduras da calgadura se viraram às avessas e que os perseguidores vendo os sinais voltaram para traz. Há na, capela de Penso uma imagem de Nossa Senhora a cavalo numa burrinha com as ferraduras pregadas ao contrário. 
 Tem, pois, a Virgem devota culto no coração dos vinhaenses, sendo as suas principais festas: Nossa Senhora dos Remédios de Tuizelo e Nunes, Senhora do Carmo, da Moimenta, Senhora da Assunção, de Vinhais, Senhora da Saude, de Val de Janeiro e Senhora da Penha, de Rebordelo.

Fonte:MARTINS, Pe. Firmino Folklore do Concelho de Vinhais. Vol. 1 s/l, Câmara Municipal de Vinhais, 1987 [1928] , p.134-135

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