O município de Macedo de Cavaleiros, no Distrito de Bragança, oferece, em setembro, uma «viagem ao interior da Terra» com a possibilidade de caminhar sobre vestígios de antigos continentes e o «fundo» do mar.
A iniciativa, inserida no programa Ciência Viva, é do Geoparques Terras de Cavaleiros, que desta forma quer dar a conhecer o fenómeno geológico considerado singular do Maciço de Morais.
As inscrições são gratuitas e, ao longo de mais de cem quilómetros, os participantes poderão observar, na Natureza, o que a geologia aponta como vestígios de dois continentes e um oceano desaparecidos e envolvidos na formação daquela cadeia de montanhas há mais de 280 anos.
Esta viagem será acompanhada por especialistas que explicarão o fenómeno geológico e a vegetação singular do Maciço de Morais, segundo a organização.
A população local chama-lhe o «monte maldito» porque nunca nenhum agricultor conseguiu fazer germinar semente produtiva no monte de Morais.
O que muitos deles ainda hoje não sabem é que durante toda a vida tentaram plantar no fundo do mar e que a maldição advém afinal de um singular vestígio geológico.
De acordo com estudos sobre o local, nomeadamente de Eurico Pereira, autor de diversos trabalhos e cartas geológicas sobre o fenómeno, ainda muito antes dos dinossauros dois continentes chocaram e empurraram a placa oceânica do fundo do mar que os separava.
Deste movimento ficaram centenas de quilómetros de terra que não pertencem ao continente europeu, terrenos aloctenes como lhe chama a geologia.
Dizem os geólogos que há ali «pedras» de Inglaterra e França porque os mesmos «pedaços» de crosta continental só se encontram também naqueles dois países, resultado da fragmentação provocada pelo mesmo movimento.
O Maciço de Morais atrai geólogos e curiosos de todo o país e do mundo, mas também curiosos em visitas programadas como a que correrá no fim de semana de setembro.
LUSA
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